Depois de 34 anos competindo de forma ininterrupta, o Cruzeiro decidiu encerrar as atividades da equipe de atletismo. A decisão da diretoria foi comunicada no início deste mês ao técnico da equipe, Alexandre Minardi, que comandava um grupo de 25 corredores, sendo nove titulares que recebiam salário mensalmente. O custo anual, segundo o treinador, era de R$ 600 mil em 2017 e já havia sofrido corte de cerca de 40% para este ano, quando passou a receber cerca de R$ 30 mil mensais. Com isso, a Corrida de São Silvestre, na segunda-feira, em São Paulo, será a última competição do atletismo celeste.
“Sou muito grato ao Cruzeiro, gratidão imensa, mas fiquei triste pela forma como foi comunicado o fim da equipe de atletismo”, lamentou Minardi. “Sempre brilhamos nas provas de rua do país. O Cruzeiro é reconhecido no mundo inteiro, é uma equipe respeitada no Brasil. Desde junho de 1984, competimos em mais de 3,8 mil provas”, disse o treinador. Apenas em 2018, atletas celestes estiveram em cerca de 300 provas de rua.
A diretoria do Cruzeiro alegou cortes de custo.
“O argumento do Cruzeiro é de que precisa cortar despesas, que a dívida está grande. Perguntei se a culpa era do atletismo, pois nosso custo é mínimo.
Ele ainda alimenta a esperança de a diretoria rever a decisão. “A torcida do Cruzeiro apoia, gosta do atletismo. Somos apoiados em provas no Brasil inteiro. Meu sonho é que a equipe continue, pois meu objetivo é me aposentar depois de Tóquio’2020”, diz o treinador, que está no clube há 35 anos.
SÃO SILVESTRE Na Corrida de São Silvestre, segunda-feira, na capital paulista, o atletismo celeste contará com sete corredores na prova masculina: Gilmar Silvestre Lopes, Wellington Bezerra da Silva, Valdir Sérgio de Oliveira, Valério de Souza Fabiano, Gleison da Silva Santos, Reginaldo José da Silva e Ivamar de Oliveira.
No feminino, a argentina Marcela Cristina Gomez Cordeiro será a única representante na corrida. Nessa categoria, o Cruzeiro se sagrou campeão em 2012, com a queniana Maurine Kpchumba..