Jornal Estado de Minas

O caminho do www

- Foto: Fabrice Coffrine/AFPUm grande jornal em um fim de semana contém mais informação do que toda a quantidade que uma pessoa comum absorveria durante a sua vida na época da Idade Média. O volume de dados gerados atualmente pela humanidade cresce de forma exponencial a cada cinco anos. O que seria de nós, para ter acesso a tudo isso, se não fosse a internet? Foi na Suíça, no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) – que ficou em evidência nos últimos tempos devido às pesquisas sobre a chamada partícula de Deus, ou bóson de Higgs –, que um pesquisador projetou uma ferramenta para a apresentação de informações baseadas em texto (sim, aquela coisa “arcaica” de letras e mais letras ). Ele criou o modelo de hipertexto pelo qual se poderia selecionar parte de um texto e a partir daí aprofundar informações específicas, caminhando para outro extrato explicativo e assim por diante, como a leitura de um livro.
Em resumo, desenhava-se as primeira formas da navegação web, como conhecemos hoje. O pesquisador era Tim Berners-Lee e o sistema de hipertexto lançado em 1991 que permitia acessar simultaneamente vários documentos (inclusive fotos, sons e outras mídias) foi chamado de World Wide Web (o famoso “www” que antecede os endereços na internet). Por sua criação, o britânico foi homenageado e ovacionado na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em julho.

O código desenvolvido foi aberto pelo CERN em 1993, e no Centro Nacional de Aplicações de Supercomputadores (NSCA) da Universidade Urbana-Champaign Illinois (EUA), foi lançado o navegador Mosaic. Inicialmente só para ambientes Unix, foi aberto para Apple Macintosh e Microsoft Windows. Tudo gratuito. Surgia o primeiro navegador oficial da história da internet.  Um dos pais do Mosaic foi Mark Andreessen, que saiu do NCSA para criar sua empresa, a Netscape, onde fez o Netscape Navigator, em 1994, considerado o primeiro navegador rápido e de grande sucesso. A Microsoft foi acordar para a internet em 1995 com o Windows 95, já criando licenças para o Mosaic, que foi a base do navegador Internet Explorer 1.0.

Como o Netscape era muito melhor e chegou na frente, ao aceitar códigos Java na navegação, Bill Gates deflagrou a conhecida “guerra dos navegadores”, concentrando esforços para acabar com a supremacia do produto de Andreesen. Na época tinha-se a sensação de que uma navegação Netscape era um jato em relação a um vapor representado pelo Internet Explorer. A concorrência deflagrada por Bill Gates seria o começo do desenvolvimento dos vários navegadores hoje à disposição.