Jornal Estado de Minas

Tem um navegador que é a sua cara

Rapidez e integração com aplicativos colocam Google Chrome no topo da preferência por navegadores, mas Internet Explorer, Firefox e Safari não deixam de ter seu fã-clube

Silas Scalioni
"Ele é muito veloz em minha estação de trabalho, que fica muito lenta quando uso o Internet Explorer", diz a coordenadora de eventos, Flaviana Dias, sobre o Google Chrome. - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press"No meu trabalho e em qualquer computador a que eu tenha acesso, só uso o navegador Google Chrome. Além de tudo, ele é muito veloz em minha estação de trabalho, que fica muito lenta quando uso o Internet Explorer. Até já desisti de entrar com o navegador da Microsoft. Para completar, o Chrome facilita a minha vida por ter um login único para as contas de todos os serviços Google. Isso é muito bom para quem faz buscas já direcionadas ao seu perfil e hábitos, pois o acesso é rápido e fácil a serviços como o Google Docs, Google Drive, YouTube e Gmail."
A rapidez e a fácil integração com todos os aplicativos da Google destacados pela coordenadora de eventos Flaviana Dias são qualidades que explicam em parte por que o Google Chrome é o navegador mais empregado hoje no mercado. Segundo pesquisa feita pelo site especializado gs.statcounter.com, no período de agosto de 2011 a agosto de 2012, 90% dos navegadores utilizados no mundo estão divididos entre os três principais: Google Chrome, em primeiro lugar, com 33,59%; Internet Explorer, em segundo, com 32,85%; Firefox, em terceiro, com 22,85%. O Safari, de acordo com a pesquisa, é adotado por 7,39% dos usuários de computadores. Em compensação, o browser da Apple domina 50% dos usuários de smartphones.

Lançado em setembro de 2008, aparece, em alguns testes realizados, como o browser mais rápido para smartphones, mesmo em ambientes iOS e Android. Note que esses ambientes já contam com seus navegadores padrão. Não só está disponível para ambientes Windows, como também Linux e Macs e smartphones Android e iPhones. Com mais de 1,5 mil extensões e aplicativos, está ainda presente nos Chromebooks – notebooks lançados no ano passado, com 3G e totalmente baseados em Google Chrome – em modelos fabricados pela Acer e pela Samsung, com preços a partir de US$ 299. Extensões, que são programas de terceiros ou da própria Google, para adicionar funcionalidades no navegador Chrome, como uma barra de ferramentas, por exemplo. Há também vários programas que rodam dentro do Chrome (aplicativos) e que estão disponíveis na Chrome Web Store, como agendas eletrônicas, por exemplo.

Lentidão

"O Internet Explorer não me dá problemas e consigo trabalhar com ele sem qualquer dificuldade, a não ser algumas lentidões", diz Henrique Rodrigues Carmona sobre o Internet Explorer. - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A PressPara o produtor de eventos Alfredo Henrique Rodrigues Carmona dos Santos, o Internet Explorer é imbatível, mesmo com alguns probleminhas. "Desde que me entendo como usuário de internet sou adepto do Internet Explorer, que não me dá problemas e consigo trabalhar sem qualquer dificuldade, a não ser algumas lentidões. Já tentei o Firefox, mas não me acostumei, uma vez que no Internet Explorer tenho ferramentas e soluções para tudo. Trabalho quase que só com o buscador Google. Creio que algum problema de lentidão que possa haver está mais ligado a questões de estação de trabalho do que com relação ao browser."

Quando foi lançado, em agosto de 1995, pela Microsoft, o Internet Explorer nada mais era do que uma versão modificada do navegador Mosaic, da SpyGlass. Depois de algumas evoluções, apareceram versões dele para Macs e até mesmo para Unix. Foi com a versão 5 do Explorer que a Microsoft se sobressaiu no mercado mundial de navegadores. Já no lançamento obteve quase 50% da preferência, o que fez com que seu único e grande concorrente, o Netscape Navigator, praticamente saísse de cena. Em 2001 o Internet Explorer atingiu a incrível marca de 95% de domínio do mercado.

No navegador da empresa de Bill Gates, que se mostra inferior aos principais concorrentes em termos de recursos que fogem ao simples ato de acessar a internet, há complementos interessantes que podem ser introduzidos, como barra de ferramentas e extensões, aceleradores ou provedores de pesquisa.

Na cola do Explorer


O advogado e escritor Lúcio Alberto de Resende Júnior só usa software proprietário quando não tem jeito. Ele é adepto do Firefox e do sistema operacional Ubuntu e se diz satisfeito com a proteção contra vírus - Foto: Túlio Santos/EM/D.A PressLançado pela Fundação Mozilla (fundação sem fins lucrativos que desenvolve programas e projetos baseados em open source) em setembro de 2002, o Firefox, contando hoje com milhares de complementos e plugins, foi o responsável por grandes avanços que, posteriormente, acabaram inseridos nos outros navegadores. Um grande trunfo do Firefox é que ele se tornou o primeiro navegador a desafiar a hegemonia do Internet Explorer. Conseguiu, com suas inovações, conquistar uma fatia do mercado e surgir como uma agradável novidade num momento em que o browser da Microsoft reinava absoluto nos computadores de todos os continentes.

Um dos usuários fisgados, o advogado e escritor Lúcio Alberto de Resende Júnior, conta que recorre ao navegador das 8h às 18h no trabalho e fora dele. Recorro quase que exclusivamente ao sistema operacional Ubuntu - GNU-Linux. Com essa combinação, tenho um ambiente robusto, sem vírus, rápido e muito poderoso. Já abri dezenas de abas simultâneas sem problemas. Às vezes uso também o Chrome e o Opera. Convicto das vantagens do software livre, diz que só usa software proprietário quando é insubstituível. “Um grande ponto positivo do Firefox sobre outros navegadores é a quantidade de extensões disponíveis, que são bastante úteis no nosso dia a dia”, recomenda.

No Firefox, os plugins (que são softwares instalados no navegador e que permitem a utilização de recursos não presentes na linguagem HTML, na qual são criadas as páginas) são programas de terceiros, que acionam vídeos, animações e jogos. Já os complementos, ou add ons, são programas mais completos, como um antivírus ou uma agenda eletrônica, que também podem constar como recursos do navegador.

Leitura facilitada


Rafael de Oliveira ama o Safari, navegador padrão da Apple, em quarto lugar na preferência de usuários. O analista de projetos foi seduzido pelo sistema de organização de abas - Foto: Jair Amaral/EM/D.A PressDesenvolvido pela Apple, o Safari tornou-se o navegador padrão da empresa a partir do sistema operacional Mac OS X v10.3 (Panther). Tem interface simples, aliás, uma característica dos produtos da maçã, com funções básicas como abas, bloqueador de pop-ups, baixador de arquivos, leitor de notícias RSS, modo privado – que evita o monitoramento da navegação por terceiros, entre outras. Conta com motor de renderização (layout engine) WebKit, software que interpreta os códigos HTML e posiciona os elementos da página, sendo que o KHTML do Konqueror, navegador para KDE, foi usado como base.

Em 2006, o Safari abocanhou entre 2% e 3,3% do mercado, que subiu para 4,61% em abril de 2007 e 5,7% em fevereiro de 2008, segundo o site NetApplications.com. Essa participação caiu para 5,33% em outubro de 2010. Em janeiro de 2011, voltou a subir chegando a quase 7 milhões de usuários (6,3% do mercado). E subiu um pouquinho mais nos últimos levantamentos, para pouco mais de 7%.

Entre a lista de vantagens, o analista de projetos Rafael Resende Fonseca de Oliveira enumera o “armazenamento de conteúdo de páginas na sua Lista de Leitura, para ler mesmo quando não conectado à internet; as abas do iCloud, que deixam os últimos sites que estavam abertos no seu Mac disponíveis no Safari do iPad ou iPhone; organização por abas, que mostra em um único lugar todas as páginas abertas e deixam a navegação mais divertida e natural, e a tecnologia Multi-Touch.
Para o analista, a competitividade nas tecnologias informacionais é fundamental para a evolução. Ele destaca o fato de o Safari contar com uma gama de plugins nativos do próprio browser, deixando a navegação mais rápida, diferentemente dos outros navegadores, que tentam abrir sites e não dão conta se não conseguirem instalar plugins específicos.