Foram 520 dias - pouco mais de 17 meses - que seis astronautas viveram em confinamento, em um ambiente que imitava um ônibus espacial. O objetivo era simular como seria uma missão tripulada para Marte e investigar os efeitos do longo período de isolamento, em um espaço limitado, tanto sobre a saúde quanto sobre a capacidade de trabalho da tripulação.
Essas condições, porém, são as primeiras a serem afetadas em uma viagem espacial. Durante o projeto Marte-500, conduzido pelo Instituto de Problemas Biomédicos da Academia de Ciências Russa, os astronautas experimentaram uma redução no nível de atividades e uma perturbação no ciclo sono-vigília. A análise dos dados ficou a cargo do Departamento de Sono e Cronobiologia da Universidade da Pensilvânia, dos EUA.
Leia Mais
Chineses querem plantar legumes em MarteRobô da Nasa encontra pistas sobre existência de vida em MarteNasa observa tempestade de poeira em MartePara os pesquisadores, para uma viagem para o planeta vermelho dar certo, seria preciso equilibrar a quantidade de atividades com as horas dormidas de modo o mais semelhante possível ao vivido durante 24 horas na Terra.
A experiência foi a mais longa já feita desse tipo. Estudos anteriores que simularam as condições de ficar na Lua ou na Estação Espacial Internacional, por exemplo, foram de poucas semanas a seis meses.
A experiência teve início em 2007, quando os astronautas ficaram isolados por 14 dias. Em 2009, passaram por um treinamento em uma região montanhosa, perto de Moscou, sob temperatura média de -30°C, e depois experimentaram mais 105 dias de isolamento. Só nove meses depois, em abril de 2010, é que iniciaram a parte mais longa e difícil do projeto, os 520 dias de confinamento.