Constantemente novas tecnologias são criadas e levadas a dispositivos que, anos atrás, ninguém imaginaria, como no caso dos celulares. Novos modelos estão sendo lançados com recursos interessantes, como o que permite editar a imagem ao mesmo tempo em que ela é reproduzida. Nesta edição do Informátic@, você vai conhecer um pouco dessa evolução, especialmente nas imagens dos televisores, que já estão levando ao mercado a tecnologia ultra-HD, depois de dominar completamente a 3D e caminhar para a Oled. Vai ver também como elas estão nos monitores, nos celulares, nas filmadoras (que já vêm agora com projetores embutidos) e nas câmeras digitais.
Imagens mais que reais
Das TVs de tubo em preto e branco às mais modernas tecnologias em imagens de hoje, muita coisa aconteceu, principalmente nos últimos anos. Como diz a gerente de Marketing da fabricante de eletrônicos LG, Fernanda Summa, parodiando o presidente Juscelino Kubitschek, em TVs houve uma evolução de 50 anos em cinco. “Nesse período, depois do desenvolvimento do plasma, vieram em sequência as tecnologias LCD, LED e agora já estamos perto da Oled. Os televisores de tubo ofereciam só 480 linhas de definição, os HD pularam para 720, os full HD para 1.080 e agora já temos no mercado a ultra-HD com 2.160 linhas. É impressionante o que ocorreu nos últimos anos”, afirma.
Para o gerente de Marketing da Sony Luciano Bottura, as tecnologias de imagens têm apresentado desenvolvimentos importantes em ciclos de quatro anos. “A gente pode medir isso levando-se em conta a Copa do Mundo da Fifa. Em 2006, na Alemanha, vivíamos a era do HD. Em 2010, na África do Sul, foi a vez das transmissões ao vivo em 3D para países da Europa e Estados Unidos. Agora, na Copa no Brasil, será o momento das TVs 4K”, acredita.
Luciano Bottura revela que a Sony já começa a apresentar essa tecnologia de forma mais abrangente na Copa das Confederações, em junho, quando vai fazer transmissão e captação de imagens em 4K. “Os demais equipamentos terão de evoluir na mesma proporção da tecnologia. Será preciso ainda um tempo para que a 4K atinja a maturidade, quando então os aparelhos terão preços mais acessíveis”. De fato, isso terá mesmo de ocorrer pois, com preços na casa de R$ 100 mil, dificilmente televisores ultra- HD conquistarão o mercado.
A PROXÍMA GERAÇÃO A tendência em novos televisores, porém, é a tecnologia Oled, que além de oferecer altíssima qualidade de imagem, necessita de menos camadas, o que torna as TVs mais finas e, consequentemente, diminui o custo de sua produção. Além disso, o painel não necessita de luz de fundo, pois cada pixel emite cores vermelhas, azuis, verdes e produz a cor preta muito mais escura.
“A LG pretende lançar a primeira TV Oled no Brasil já neste semestre”, revela Fernanda Summa, ressaltando que os modelos vão causar grande impacto no mercado nos próximos anos. Segundo pesquisa realizada pelo Display Search, as vendas subirão, no mundo, de 500 unidades em 2012, para 50 mil ainda este ano. A previsão é de que esse número chegue a 9 milhões em 2016.
A Oled se distingue de outros modelos pela incomparável qualidade de imagem e pelo contraste extremo. O modelo da LG que chegará ao Brasil tem apenas 4mm de espessura e pesa só 7,5kg. É equipado com um dispositivo que mantém os níveis de contraste sempre ideais, independentemente da luminosidade do ambiente ou do ângulo de visão. Conta ainda com a função 4-Color Pixels, que agrega o subpixel branco e atua em conjunto com os tradicionais vermelho, azul e verde (RGB), para criar cores mais perfeitas.
Para Luciano Bottura, a Oled é a próxima geração de TVs e quando a tecnologia se tornar realmente financeiramente viável, vai conquistar o mercado. Sobre o que ainda virá pela frente, o executivo da Sony brinca: “Quem sabe o que os japoneses estão inventando por lá? O que sabemos é que essa evolução não para nunca. Novidades sempre surgirão. Quem sabe não estamos perto das imagens halográficas?”, completa.
ATÉ SEM ÓCULOS
Para medir o crescimento das TVs 3D no mercado mundial, uma pesquisa realizada pelo Display Search prevê que, até 2018, 64 milhões de TVs 3D estarão nas casas em todo o mundo. São aparelhos que oferecem uma experiência tridimensional a cada dia mais confortável e real. Já se usam óculos que não precisam ser sincronizados, mais leves e com ângulo de visão mais amplo. Há também modelos com função de conversão de imagens 2D em 3D. Por meio de controle remoto, é possível assistir novelas, jogos e filmes no formato 3D. E não demora muito para que apareçam modelos que simplesmente dispensam óculos especiais.
VITRINE
TVs
Primeiro modelo do mundo com tecnologia ultra-HD (4K). Proporciona imagem quatro vezes superior à full HD. É possível recriar com ela o 3D do cinema, tanto em qualidade quanto em escala. Sua tela é quatro vezes maior do que a de televisores de 42 polegadas. Com resolução 4K (3.840 x 2.160), oferece imagem nítida e, mesmo perto da tela, não é possível enxergar qualquer pixel.
Preço sugerido: R$ 44.999
O modelo XBR-84X905 em TV 4K 3D da Sony reúne altíssima definição, em uma tela de 84 polegadas, e qualidade de som. Oferece painel LCD 4K (3.840 x 2.160), o que corresponde a uma resolução aproximada de 8.29 megapixels, o equivalente a quatro vezes a resolução de uma TV full HD.
Preço sugerido: R$ 99.999
Com 75 polegadas, tem borda de apenas 7,9mm e traz uma câmera retrátil
embutida na parte superior do painel.
Oferece a função Smart Interaction, que permite o controle por comandos de voz, movimento e reconhecimento facial,
sem uso do controle remoto.
Preço sugerido: R$ 25.999
Filmadora e câmera
O modelo da Sony faz gravações em full HD, fotos com resolução de 8.9 megapixels e conta com estabilizador Steadyshot, que garante imagens mais nítidas e precisas em movimento. Vem ainda com projetor integrado, permitindo ao usuário projetar vídeos com mobilidade. É possível projetar imagens de até 100 polegadas a uma distância de três metros.
Preço sugerido: R$ 1.699
Sem limite para criar
Para ele, a evolução das tecnologias propiciou muitas maneiras de produzir imagens, dando mais liberdade à criação. “A tecnologia digital não tem limites. Dá para fazer e inventar coisas inimagináveis. Como gosto muito de fotografar, criei recentemente uma foto usando uma técnica especial em que tanto eu quanto minha namorada e os objetos que compõem a cena parecem flutuar. A impressão é de que a foto foi feita diretamente com tudo no lugar em que está, mas na verdade cada componente foi fotografado separadamente e depois colado em pedaços na imagem geral, via Photoshop. Postei a foto no Facebook e recebi um sem-número de curtidas”, conta.
A evolução na qualidade das imagens também é ressaltada por ele. “Ganhamos, com as técnicas de computação e com a internet, um universo que nos permite explorar a imagem com qualidade inquestionável. Isso foi muito bom para estimular a criatividade e para divulgar trabalhos”, diz ele, ressaltando que recursos como JPEG e RAW para fotografias permitem dar à imagem cores mais reais, o facilitou muito a criação.
Para o videoartista Eder Santos, que trabalha com vídeos desde 1985, a evolução nas imagens desde que ele começou na profissão foi tremenda. Principalmente com relação ao tamanho. “Hoje, algo que fiz 20 anos atrás ocuparia no máximo a metade de uma tela. A evolução dos pixels nesse período impressiona”, afirma. Ele destaca também o que se consegue hoje com as imagens eletrônicas. “Muito da ficção científica que víamos nos cinemas anos atrás está em nossas mãos. Além disso, a tecnologia possibilita muita interatividade, como câmeras que obedecem a movimentos ou comandos de voz”, pontua.
Em sua produtora, a Trem Chic, Eder trabalha com projetos criativos e procura valorizar as videoinstalações, trabalhos em que usa projetores e objetos reais. “Antes, para fazer algo semelhante, precisaríamos de uns oito projetores gigantescos e caríssimos e de uma sala grande. Agora, com um equipamento muito mais leve de altíssima resolução, fazemos mais do que isso em qualquer espaço. É uma coisa maluca toda essa evolução”, define.
CÂMERAS E FILMADORAS A melhoria das imagens nas câmeras digitais e filmadoras ocorreu de forma impressionante, com os processos digitais. Luciano Bottura, gerente de Marketing da Sony, afirma que é impossível listar os recursos desenvolvidos para esses equipamentos, que contam hoje com modelos com resolução de aproximadamente 20MP. “As câmeras digitais de hoje fazem até imagens panorâmicas, conseguindo captar vários quadros por segundo”, diz.
Com relação às filmadoras, a grande evolução, segundo ele, está nas tecnologias de levar para o equipamento projetores embutidos, capazes de enviar imagens nítidas para telas de até 60 polegadas. Para ele, todos esses equipamentos são obrigados a evoluir na mesma velocidade das TVs. “Do que adiantaria o consumidor ter um televisor full HD se os outros equipamentos não pudessem produzir imagens da mesma qualidade? A captação é tão importante quanto a exibição. O mesmo vai ocorrer com a tecnologia ultra-HD. Já temos de pensar em filmadora, câmeras digitais e até smartphones em condições de captar imagens com essa resolução”, afirma.