Ao longo de nossa vida escolar, muitos de nós já fizeram maquetes representando o Sistema Solar, com planetas orbitando a estrela dourada central. Nestes modelos, o Sol permanece estático no vazio espacial. No entanto, há décadas os astrônomos nos dizem que o Sistema Solar e, principalmente, nossa galáxia, a Via Láctea, estão se deslocando pelo vasto universo a aproximadamente 600 quilômetros por segundo. Essa viagem cósmica possui um destino bem estabelecido, conhecido como Grande Atrator.
Descoberto por um grupo de astrônomos na década de 1970, o Grande Atrator representa uma "grande força" que atrai a Via Láctea e outras galáxias próximas. Segundo Paul Sutter, cosmólogo e professor de astrofísica na Stony Brooks University em Nova York, esse movimento é resultado de bilhões de anos de evolução cósmica. Entretanto, mesmo viajando a velocidades impressionantes, a Via Láctea provavelmente nunca alcançará o Grande Atrator devido à ação da energia escura, que acelera a expansão do universo e, eventualmente, destruirá a estrutura atual do cosmos.
Compreender os efeitos do Grande Atrator é fundamental para conhecer a organização do universo. Conhecendo as diferentes estruturas e dimensões do universo, é possível entender melhor a sua organização. Graças ao lançamento do telescópio Hubble e a evolução da exploração espacial, os astrônomos têm se esforçado para mapear e organizar as informações obtidas sobre o cosmos.
Na década de 1970, as pesquisas sobre o movimento do Sistema Solar e de outras galáxias próximas começaram a indicar a existência de um ponto focal comum, levando à descoberta do Grande Atrator. Essa misteriosa força é atualmente associada a uma vasta estrutura de matéria escura localizada dentro do superaglomerado de galáxias conhecido como Laniakea, capaz de atrair galáxias em um raio de aproximadamente 300 milhões de anos-luz de distância.
Embora o Grande Atrator permaneça um enigma para os astrônomos, essa força não é um buraco negro, mas sim uma anomalia gravitacional. Explorar essa estrutura ajuda os cientistas a entender como as galáxias interagem com outras forças, como a luz e a gravidade, e permite prever o futuro do nosso ambiente espacial. No entanto, a energia escura, ainda pouco compreendida, pode ter um papel crucial na destruição de tudo o que conhecemos durante a aproximação ao Grande Atrator.