
Cheia de contrastes e com diversas op��es de turismo, a Tail�ndia, h� tempos, � o pa�s mais popular do sudeste asi�tico. Em 2017, Bangcoc ficou em primeiro lugar no ranking das cidades mais visitadas do mundo, segundo o Global Destinations Cities Index. No total, 20,2 milh�es de estrangeiros desembarcaram na cidade de 6 milh�es de habitantes. Com atmosfera vibrante, cheia de pr�dios e terra�os alt�ssimos, um tr�nsito que beira a loucura, muitos shoppings modernos, mercado gigante com mais de 8 mil lojas – Jatuchak Plaza – e centenas de op��es de entretenimento, a capital da Tail�ndia � a principal porta de entrada para as demais cidades, a maioria delas j� lotadas de viajantes do mundo todo. Dif�cil achar um lugarzinho ainda pouco explorado e mais genu�no no pa�s. Mas, apesar de raros, esses ref�gios ainda existem. Ayutthaya � um deles.

Apenas 80 quil�metros separam Ayutthaya de Bangcoc, al�m da diferen�a de s�culos de idade e uma atmosfera antag�nica. Ao descer na esta��o de trem da cidade, encontramos um ar de interior, com pessoas sentadas � porta de casa e um com�rcio mais local e menos agitado. Uma Tail�ndia mais genu�na, onde o tempo passa lentamente e as pessoas t�m calma para apreciar a beleza do lugar. Os milhares de ve�culos t�picos das cidades grandes d�o espa�o a algumas motocicletas e um tanto de bikes de viajantes, focados em desbravar as ru�nas do Parque Hist�rico que tornaram Ayutthaya patrim�nio mundial da humanidade, em 1991. Concedido pela Unesco, o t�tulo � mais do que merecido, j� que a cidade tem uma hist�ria de supera��o incr�vel.

Fundada em 1351, pelo antigo reino siam�s, Ayutthaya era a cidade mais importante e capital do territ�rio que hoje conhecemos como Tail�ndia. Templos imponentes foram erguidos na �poca. Quatrocentos anos depois, no s�culo 18, a Birm�nia atacou o reino, incendiou e destruiu os templos, inclusive decapitando quase todas as est�tuas de Buda. O choque na beleza foi sentido, mas a volta por cima veio algum tempo depois, com a reconstru��o de parte do que foi perdido. Os Budas foram mantidos sem cabe�a, como forma de relembrar a hist�ria da cidade, e a op��o por manter partes intactas fascina quem visita o complexo.
TEMPLOS Ayutthaya e seu parque arqueol�gico, mesmo com seus pequenos 15 quil�metros quadrados, t�m templos de sobra, mas tr�s deles s�o imperd�veis. O mais conhecido � o Wat Mahathat, um dos cart�es-postais da cidade, por causa da famosa cabe�a de Buda que j� foi at� incorporada pelas �rvores. O corpo desapareceu na �poca do ataque da Birm�nia, mas as ru�nas que restaram impressionam. Na �poca do reino de Si�o, o templo era conhecido como o “monast�rio real” e foi usado como palco de diversas cerim�nias e celebra��es religiosas.

A apenas 3 quil�metros do Wat Mahathat, fica o Wat Lokkayasutharam, ou simplesmente o Buda Reclinado, com 27 metros de comprimento e oito de altura. Erguido no s�culo 16, o monumento foi restaurado em 1950 e hoje � poss�vel ver perfeitamente a cabe�a do Buda em cima de uma flor de l�tus e os imensos p�s (medindo cinco metros de altura) com todos os dedos do mesmo tamanho. Um dos pontos de maior peregrina��o entre os budistas na Tail�ndia, o lugar � mesmo sagrado, n�o s� pela religi�o, mas por nos fazer lembrar da capacidade incr�vel das antigas civiliza��es – elas conseguiam construir monumentos enormes com pouqu�ssimos recursos.
Hist�ria preservada

Outra prova dessa capacidade � o templo Wat Chaiwatthanaram, erguido entre 1630 e 1650 para cerim�nias e crema��es de pessoas ligadas ao rei. Destru�do quase que inteiramente durante o ataque birman�s, o espa�o foi restaurado em 1992 pelo governo tailand�s. O diferencial s�o as c�pulas alt�ssimas e os Budas enormes saudando os visitantes, al�m do simbolismo que o templo carrega. A torre principal, em estilo cambojano, tem 35 metros de altura e representa a montanha budista Meru. Ao redor dela, outras quatro torres menores simbolizam os quatro continentes – segundo a cosmologia budista. J� o p�tio que abriga essas estruturas representa os sete oceanos. Para apreciar tanta beleza, a dica � ir ao entardecer. Assim, d� para contemplar o espa�o durante o dia (o templo ganha tonalidades diferentes de acordo com a ilumina��o do sol, ficando dourado em algumas horas) e durante a noite, quando as ru�nas s�o iluminadas e se tornam ainda mais imponentes.

Menos visados, mas n�o menos importantes ou bonitos, outros templos tamb�m valem uma visita. � o caso do Wat Yai Chai Mongkhon, um dos mais bem conservados de Ayutthaya. Ele come�ou a ser erguido em 1357, quando dois pr�ncipes da cidade morreram de c�lera. O rei, ent�o, ordenou a constru��o para abrigar as cinzas dos dois filhos. O templo � alto e pode ser visto de longe por quem chega a Ayutthaya pelo lado leste. Ah, e � poss�vel subir as escadas e ter uma vista linda da cidade.
MUSEU Quer ter outro visual bacana? Visite o Wat Phra Si Sanphet, datado do s�culo 15. Lindo por dentro e por fora, o antigo templo real serviu de inspira��o para a constru��o do Pal�cio Real em Bangcoc, principal atra��o tur�stica da capital tailandesa. Com tr�s exuberantes estupas (estruturas que guardam restos mortais de pessoas importantes no Budismo, como monges), o templo abrigou um Buda de 16 metros, coberto por nada menos do que 143 quilos de ouro. A est�tua foi destru�da pelos birmaneses e peda�os originais, assim como portas de madeira da �poca da constru��o do templo, podem ser vistos no Museu Nacional Chao Sam Phraya.
Para fechar o dia, vale a pena uma visita ao Wat Phra Ram. O templo � usado pelos nativos como �rea de recrea��o, j� que tem enorme parque em frente. O complexo foi constru�do em 1369, para a crema��o de um integrante da fam�lia real. Apesar de o estado de conserva��o n�o ser dos melhores, � interessante ver o cotidiano das fam�lias tailandesas em frente a uma obra t�o imponente. (LM/TM)
FESTIVAL ILUMINADO

� em homenagem a Buda que, todo m�s de novembro, a Tail�ndia � palco dos bel�ssimos Festival das Luzes e Festival das Lanternas. Conhecido como Loi Krathong, o Festival das Luzes ocorre em v�rias cidades, simultaneamente. Na celebra��o, os tailandeses soltam, nos rios, barquinhos decorados com flores, velas e incensos. Alimentos e moedas tamb�m s�o colocados como oferendas para trazer boa sorte. O efeito visual de milhares de pequenas chamas flutuando na �gua � espetacular.