
“Era uma encruzilhada, no caminho de S�o Paulo para as Minas, no come�o do s�culo XVIII. Nessa encruzilhada se fixaram alguns moradores, sob a prote��o de S�o Sebasti�o. O s�tio virou arraial, e o arraial virou munic�pio, j� agora sem o lindo nome de S�o Sebasti�o da Encruzilhada, pois uma das constantes da vida municipal do Brasil � trocar de nomes. Hoje se chama Cruz�lia” – Carlos Drummond de Andrade
O escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade j� enaltecia a pequena S�o Sebasti�o da Encruzilhada. Nome dado a cidade devido � localiza��o perto de uma interse��o por onde passavam bandeirantes, garimpeiros e tropeiros que circulavam entre S�o Jo�o del-Rei, Rio de Janeiro, Aiuruoca e S�o Paulo. Cruz�lia, pertencente ao Caminho Velho da Estrada Real e integrante do circuito tur�stico das Montanhas M�gicas da Mantiqueira, reserva uma imers�o na produ��o de queijos e hist�ria cultural de Minas Gerais. Os queijos da regi�o lan�am a cidade como refer�ncia na produ��o nacional da iguaria.
Outro destaque para a cidade � a ind�stria moveleira. Os artes�os cruzilienses foram os respons�veis pela confec��o da cadeira e altar em madeira usados pelo Papa Bento XVI na sua �ltima visita ao Brasil. Na cidade tamb�m � poss�vel se aventurar em trilhas e apreciar a cachoeira do Chal�, que fica a 15 quil�metros do munic�pio de Cruz�lia e tem um po�o para mergulho.

Nas �ltimas semanas, o evento “Le Mondial du Fromage” concedeu 56 medalhas ao Brasil e mais de 45 s�o de profissionais queijeiro em Minas Gerais. O resultado da competi��o mundial da especiaria, que ocorreu na Fran�a, premiou 3 tipos de queijos produzidos em Cruz�lia. Sendo um na categoria ouro, outro com medalha de prata e um na categoria bronze. Por�m, n�o � s� o queijo que tem reconhecimento internacional na regi�o.
Ber�o dos Cavalos Mangalarga
Para os amantes de montaria, a cidade mineira � o lugar certo! Afinal, Cruz�lia � ber�o de umas das ra�as de cavalos mais premiadas do mundo: a fam�lia mangalarga. Em meados de 1812, na Fazenda Campo Alegre, Gabriel Francisco Junqueira, o “Bar�o de Alfenas”, ganhou de D. Jo�o VI um garanh�o da ra�a Alter Real e iniciou sua cria��o de cavalos, cruzando o cavalo com �guas comuns de sua fazenda dando origem � ra�a tipicamente brasileira. Dezenas de haras est�o espalhados pelo munic�pio com a cria��o do cavalo.
A �ntima hist�ria com a ra�a brasileira rendeu � cidade um museu dedicado ao animal. Localizado na Pra�a da Matriz, no Centro da cidade de Cruz�lia, o im�vel que abriga a sede do museu corresponde � Casa da Bela Cruz. Constru�da em 1855, pertenceu � Fazenda Bela Cruz, uma das fazendas pilares da ra�a.
Inaugurado em 17 de novembro de 2012, o Museu Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador tem como miss�o ‘pesquisar, preservar, e difundir para a sociedade em geral, com destaque para os criadores, a trajet�ria da consolida��o da ra�a de rebanho de equino nacional, genuinamente brasileira – o cavalo mangalarga, em especial o marchador’. O espa�o apresenta pe�as de acervo, v�deos e textos do desenvolvimento da ra�a no Brasil.
* Estagi�rio sob a supervis�o da editora Teresa Caram
Samba-enredo
Em 2013, a ra�a mangalarga marchador foi o tema do samba-enredo da escola de samba carioca Beija Flor de Nil�polis. “Amigo Fiel, do cavalo do amanhecer ao Mangalarga Marchador” desfilou no samb�dromo contando a hist�ria da ra�a desde o cavalo-t�tulo at� guerras. “Amigo do rei, pela estrada l� vai o bar�o! Sul de Minas Gerais, galopei”, ecoava nas vozes dos int�rpretes da escola 14 vezes campe�.