Operação Mata Atlântica em Pé aplica R$ 116 milhões em multas
Mais de 4 mil hectares de áreas devastadas foram identificadas apenas em Minas Gerais
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Siga noA Operação Mata Atlântica em Pé 2025 resultou na fiscalização de 12.327 hectares de desmatamento ilegal em 17 estados brasileiros, entre os dias 15 e 26 de setembro. Ao todo, foram aplicadas multas que ultrapassam R$ 116 milhões. A ação foi coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e a SOS Mata Atlântica.
Em Minas Gerais, os números foram expressivos: 4.206 hectares de áreas devastadas foram identificados, em 100 polígonos distintos. As multas chegaram a R$ 26,89 milhões. Também houve apreensão de uma escavadeira, uma carregadeira, duas motosserras e prisão em flagrante de duas pessoas envolvidas no desmatamento.
O trabalho contou com o apoio de imagens de satélite fornecidas pelo MapBiomas, drones para inspeção aérea e fiscalização em campo. “Com articulação, tecnologia e inteligência, é possível fiscalizar quase a totalidade do desmatamento ilegal no bioma”, destacou o promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR) e coordenador nacional da operação pela Abrampa, Alexandre Gaio.
Já o promotor Rauali Kind Mascarenhas, coordenador das promotorias de meio ambiente dos vales do Jequitinhonha e Mucuri do MPMG, reforçou a relevância da operação ao lembrar que 120 milhões de pessoas recebem abastecimento hídrico pelo bioma da Mata Atlântica. Ele detalhou os procedimentos que levaram às autuações.
“A primeira fase foi levantamento dos desmatamentos, seguidos pela identificação dos proprietários e pela fiscalização presencial, que é esta fase que termina hoje. Na quarta fase, há responsabilização por meio do Ministério Público para interrupção dos desmatamentos e reparação dos danos ambientais”, descreveu.
A operação também prevê responsabilização administrativa, civil e criminal dos envolvidos, além de restrições em registros de propriedades rurais e no acesso a linhas de crédito.