Anna Marina
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Médico comenta as chamadas "receitas da vovó"

Otorrinolaringologista alerta para a ineficácia e até o perigo de agravamento dos sintomas com o uso de certas práticas caseiras para tratar enfermidades

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Quem nunca se curou ou conseguiu melhorar de algum problema de saúde com uma receita antiga de família, as chamadas receitas da vovó? Provavelmente, se não usou alguma delas, conhece quem já se beneficiou. O médico otorrinolaringologista Gilberto Ulson Pizarro, do Hospital Paulista, afirma que soluções caseiras são pouco eficazes e podem agravar quadros de irritação das vias aéreas.

Claro que, com a evolução da medicina, é natural que muita coisa que a gente fazia no passado seja considerada ineficaz ou tenha caído em desuso. Afinal, há mais de 60 anos não era fácil ir ao médico ou ao pronto atendimento, como vamos hoje. Primeiro tentávamos resolver tudo em casa, só quando a coisa ficava grave é que recorríamos aos doutores e/ou hospitais.

Para o doutor Gilberto Ulson Pizarro, uma das piores receitas é a inalação de pedra de cânfora para aliviar incômodos respiratórios, algo vedado pela comunidade médica. "A pedra de cânfora é nociva por exposição aguda e apresenta risco para a saúde, seja quando inalada, ingerida ou mesmo em contato com a pele. O uso desse produto para aliviar a irritação das vias respiratórias, na verdade, traz um efeito totalmente reverso. A cânfora agrava a irritação, além de ensejar tosse, dispneia e edema pulmonar, porque causa um processo inflamatório de toda a região”, diz o médico.

Dr. Gilberto diz que outra receitinha bastante conhecida e nada recomendável é colocar um pequeno dente de alho nas narinas para aliviar os sintomas de sinusite. A secreção nasal tem uma consistência específica e qualquer substância que não tenha essa mesma osmolaridade pode causar lesões à mucosa e piorar sinusites e rinites. O especialista acrescenta que a mesma recomendação vale para a buchinha-do-norte, assim como para o grão de café, água de cheiro e álcool.

Outro clássico do passado é o uso de lenço umedecido em álcool, envolto ao pescoço, para aquecer a garganta e minimizar a tosse. "O lenço umedecido com álcool na garganta era utilizado para baixar febre e não para tosse, como muitos imaginam. Mesmo assim, a eficiência para baixar febre é bastante reduzida", esclarece o médico.

Gargarejo com vinagre já ganhou substitutos muito mais eficientes, segundo o Dr. Pizarro. "O gargarejo com vinagre foi utilizado como antisséptico no passado e, hoje, sabe-se que sua eficiência para matar as bactérias é mínima. O vinagre pode alterar a acidez da boca, diminuindo a defesa natural e aumentando a acidez local, o que pode provocar um efeito reverso. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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