Comportamento oculto que destrói felicidade e autoestima
Terapeuta com mais de 45 anos de experiência compartilha 'uma coisa' que destrói silenciosamente sua vida. Saiba o que é o ‘emaranhamento’
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Frequentemente, culpamos o azar, o estresse ou pessoas difíceis pela nossa infelicidade. Mas já parou para pensar que o verdadeiro motivo pelo qual a vida parece mais difícil do que deveria pode não ter nada a ver com o mundo ao nosso redor, e sim com o que está acontecendo dentro de nós?
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Com mais de 45 anos de experiência, o terapeuta e especialista em relacionamentos Jerry Wise revelou um padrão de comportamento sutil que, segundo ele, sabota silenciosamente a felicidade e arruína vidas: o emaranhamento. Mas o que é isso e como ele começa?
Wise explica que o emaranhamento emocional é a cola invisível que mantém todos emocionalmente unidos. Em famílias narcisistas e disfuncionais, o emaranhamento emocional torna quase impossível distinguir onde você termina e os outros começam. Sua identidade se torna uma extensão da deles, moldada, controlada e, muitas vezes, silenciada pela lealdade emocional.
Jerry explica que, quando criança, não temos permissão para desenvolver nossa própria identidade. Tínhamos que pensar, sentir e agir da maneira que nossa família queria, ou enfrentaríamos culpa, vergonha, raiva ou rejeição. Esse controle emocional nos mantém leais, limitados e com medo de sermos autênticos.
Pais narcisistas, acrescenta Wise, frequentemente usam a simbiose para manter o controle, transformando os filhos em cuidadores, bodes expiatórios ou filhos prediletos que gerenciam seus humores e absorvem sua ansiedade
O preço a pagar aparece na vida adulta. “Você se sente responsável pelas emoções de todos. Duvida dos próprios pensamentos. Até pequenos atos de independência parecem uma traição", explica Wise. “O envolvimento excessivo também cobra um preço emocional profundo.
Um único olhar, mensagem de texto ou tom de voz pode afetar seu humor. Você vive em constante reação em vez de praticar a autorregulação com calma. E embora muitas pessoas cheguem a compreender a disfunção familiar, a mera consciência não basta. Você precisa construir um eu independente.”
Para começar a se libertar do emaranhamento, Wise sugere observar a força que a atrai e não absorvê-la. Definir-se independentemente da culpa. Desenvolver a autoconsciência dos próprios pensamentos e sentimentos. Praticar a calma é o melhor remédio para interromper qualquer circuito.
E quando finalmente se desapegar do envolvimento excessivo, vai parar de viver como uma extensão emocional dos outros. Tomará decisões com clareza, não com medo. Se sentirá calmo, mesmo quando os outros não se sentirem.
* Isabela Teixeira da Costa/Interina
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
