Quase uma em cada três pessoas no mundo sofreu de cefaleia em 2023, afetando quase 3 bilhões de indivíduos, de acordo com um novo estudo publicado na revista The Lancet Neurology. A análise utilizou dados de estudos populacionais em todo o mundo, este é o retrato mais detalhado até o momento de como as dores de cabeça afetam a vida diária e a saúde em geral.
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O estudo constatou que as cefaleias tensionais são o tipo mais comum de dor de cabeça, afetando 34,6% da população anualmente. As enxaquecas afetam apenas metade das pessoas em comparação com as cefaleias tensionais, mas são responsáveis por cerca de 90% de toda a incapacidade relacionada a dores de cabeça.
O estudo mediu a perda de saúde em “anos vividos com incapacidade” (YLDs, na sigla em inglês), o que reflete o tempo total que as pessoas passam vivendo com condições que limitam as atividades diárias e o bem-estar. A pesquisa, parte do estudo Global Burden of Disease de 2023, descobriu que as cefaleias continuam sendo uma das principais causas de perda de saúde e permanecem inalteradas desde 1990.
Segundo Yvonne Xu, coautora do estudo e pesquisadora do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde, mulheres são atingidas duas vezes mais fortemente que os homens. Os pesquisadores não abordaram o motivo pelo qual as mulheres têm dores de cabeça com mais frequência, mas as questões hormonais podem estar entre as razões.
A análise constatou que o uso excessivo de analgésicos agrava os distúrbios de cefaleia em todo o mundo, um ciclo vicioso em que quanto mais analgésico, mais o organismo se acostuma com ele e necessita de doses maiores na próxima crise. “A educação do paciente é necessária para evitar o uso excessivo de analgésicos, pois sabemos que o uso excessivo de medicamentos a longo prazo pode levar ao agravamento das dores de cabeça”, observou Xu.
Pesquisas recentes sugerem que mudanças no estilo de vida são motivos que levam a crises de cefaleia. Sono regular, hidratação, refeições consistentes, atividade física e controle do estresse demonstraram reduzir significativamente a frequência e a intensidade das dores de cabeça.
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*Isabela Teixeira da Costa/Interina
