Nem todo homem, mas…
Os dados mais recentes da 5ª edição da pesquisa Visível e Invisível mostram que, no último ano, 33,4% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência
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SIGA NONem todo homem, mas Aguinaldo José Alves ateou fogo em uma casa em Recife, matando Isabele Gomes de Macedo e seus quatro filhos pequenos.
Nem todo homem, mas Marcos Aparecido de Oliveira matou Henay Amorim, passou por um pedágio em Itaúna (MG) com ela já morta no banco do passageiro e simulou um acidente com um micro-ônibus para ocultar o crime.
Nem todo homem, mas Gabriel da Silva desferiu facadas contra Ana Moura Virtuoso em Brasília, no primeiro feminicídio do ano na capital.
Nem todo homem, mas Wanderson de Jesus deixou o corpo de Francinete de Souza da Silva escondido em uma casa no Maranhão após assassiná-la.
Nem todo homem, mas Jordeilson de Souza matou Eliane da Silva Rodrigues Inácio e ocultou seu corpo por meses em Planaltina.
Nem todo homem, mas João Batista de Carvalho assassinou a ex-esposa Maria José Ferreira a facadas na frente dos filhos no Recanto das Emas.
Nem todo homem, mas Pedro Henrique matou Dayane Barbosa por não aceitar o fim do relacionamento.
Nem todo homem, mas Luan Mateus tirou a vida de Ana Rosa Brandão em um ataque violento no Distrito Federal.
Nem todo homem, mas Paulo Henrique foi o autor do feminicídio que vitimou Géssica Moreira de Sousa.
Nem todo homem, mas o ex-companheiro Ricardo de Oliveira atropelou e arrastou Tainara Souza Santos pela Marginal Tietê em São Paulo, resultando na amputação de suas pernas.
Nem todo homem, mas Douglas José de Jesus disparou cinco vezes contra Evelin de Souza Saraiva enquanto ela trabalhava em uma barraca de pastel em São Paulo.
Nem todo homem, mas Deividson Oliveira assassinou Michelle Rocha em Minas Gerais após uma série de ameaças anteriores.
Nem todo homem, mas Eduardo Ferreira interrompeu a vida de Thais de Souza no Rio de Janeiro por motivações de ciúme possessivo.
Nem todo homem, mas José Carlos cometeu o feminicídio contra Aline Oliveira na Bahia, utilizando arma branca.
Nem todo homem, mas Fabiano Gomes matou Luana de Campos no Paraná, ignorando a medida protetiva que ela possuía.
Nem todo homem, mas Rafael Lima atacou Letícia Santos em Santa Catarina após uma discussão doméstica.
Nem todo homem, mas Marcos Silva tirou a vida de Camila Ferreira no Rio Grande do Sul e tentou forjar uma cena de suicídio.
Nem todo homem, mas João Pedro foi preso pelo assassinato de Beatriz Lima em Goiás, após atraí-la para uma emboscada.
Nem todo homem, mas Vinícius Rocha matou Amanda Costa no Espírito Santo na frente de familiares da vítima.
Nem todo homem, mas Rodrigo Alves assassinou Fernanda Silva no Mato Grosso, estado que registrou uma das maiores taxas de feminicídio em 2025.
Para cada mulher que mata um parceiro, aproximadamente 10 a 12 mulheres são mortas por seus parceiros ou ex-parceiros. A maioria desses crimes cometidos por mulheres, ocorre dentro de um histórico de violência doméstica prévia, onde a mulher figura como vítima de agressões recorrentes.
Nem todo homem é um agressor, mas precisamos falar sobre os números, porque no "paraíso" que a gente vive, o invisível precisa se tornar visível para que algo mude. Os dados mais recentes (da 5ª edição da pesquisa Visível e Invisível, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Datafolha, lançada em 2025 com base em 2024) mostram que, no último ano, 33,4% das mulheres brasileiras (com 16 anos ou mais) sofreram algum tipo de violência. Se nem todo homem se manifesta quando um homem agride uma mulher, em 2026 teremos mais casos similares aos citados acima, todos ocorridos no ano de 2025.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
