A adultização infantil nunca foi tão discutida no Brasil. O vídeo-denúncia com o youtuber Felca atingiu patamares nunca vistos anteriormente sobre o tema, visando conscientizar sobre esse processo precoce e seus efeitos no cotidiano de adolescentes e jovens, inclusive mobilizando políticos para a elaboração de legislação e ações públicas eficientes.

A adultização promove ações, comportamentos, padrões estéticos ou conteúdos próprios da idade adulta, contudo, quando de forma precoce, está fazendo com que vítimas jovens percam fases importantes da vida, importantes para o amadurecimento.

A adultização é reconhecida no cotidiano de diferentes formas, por meio das obrigações que levam o indivíduo à sobrecarga - por exemplo, com atividades domésticas e outras tarefas de adulto -, à cobrança excessiva, com roupas, maquiagens, unhas consideradas exageradas para a idade, e ao acesso a conteúdo inadequado para a faixa etária, como imagens e vídeos sexualizados.

A internet com sua difusão de informações de maneira rápida abriu novos canais para a exploração da imagem de crianças e adolescentes, propiciando que pais e responsáveis ganhem dinheiro com essa situação. Uma das principais formas está nas danças, envolvendo música, coreografias e vestimentas inadequadas, provocando debates sobre a pedofilia. Da mesma forma, os jovens também passaram a consumir mais entretenimento, direcionado a outros públicos.

É essencial entender que pular etapas nunca é recomendado. Algumas pessoas acreditam que forçar o desenvolvimento dos jovens pode torná-los mais adultos, sendo que, na verdade, o cérebro apresenta fases de desenvolvimento adequadas, e, mesmo já crescidos, não significa que adolescentes terão a capacidade de lidar com questões sérias, como pressões do cotidiano, tarefas e emoções, já que o órgão não se encontra completamente formado.

Alguns dos diversos problemas decorrentes do desenvolvimento precoce estão na ansiedade; na depressão; em dificuldades para socializar; aprender conteúdos escolares; manter atenção; falta de empatia; confusão de identidade; baixa autoestima e confiança e a dificuldade de criar vínculos, comprometendo aqueles já existentes.

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A vivência dessas etapas promove um amadurecimento de maneira adequada e ainda permite que esses jovens se tornem adultos saudáveis, física ou emocionalmente, adquirindo recursos úteis para o futuro, como as habilidades de comunicação, solucionar problemas e tomar decisões. Entretanto, requer que os pais também tenham atenção ao que se consome na internet e façam seu papel de reguladores, sempre que necessário.

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