Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

A pressão cresce a cada dia

Talvez seja a hora de Renato Gaúcho repensar a carreira, quem sabe tirar um ano sabático. Recursos financeiros para isso ele tem

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Quem trabalha com esporte de alto rendimento está sujeito à pressão o tempo todo e sabe disso desde que começa em alguma modalidade. Mas, com o advento das redes sociais, as cobranças atingiram níveis inimagináveis até para quem tem muita experiência e personalidade forte o suficiente para nunca ter se importado com críticas.

É o caso de Renato Portaluppi, mais conhecido como Renato Gaúcho, que pediu demissão do cargo de treinador do Fluminense após o empate por 1 a 1 com o Lanús-ARG, que resultou na eliminação do Tricolor das Laranjeiras nas quartas de final da Copa Sul-Americana. O principal motivo, ele deixou claro, foram as críticas que vinha recebendo de parte da torcida, não nos estádios, mas na internet.

“Hoje em dia nada mais me surpreende. Dentro e fora de campo. Justamente devido às redes sociais. Todo mundo é treinador, todo mundo opina. Algumas pessoas vão atrás de quem não entende nada. Não são todas, mas muitos da rede social não entendem nada de futebol. E aí quem paga o pato é o treinador, quem paga o pato é o jogador. O que a gente vai fazer?”, argumentou o técnico, em entrevista coletiva na última terça-feira (23/9).

“Há uns dois meses eu falei e agora repito: o futebol acabou por causa das redes sociais. Tanto para o jogador quanto para o treinador. Hoje em dia é uma guerra de críticas. Quando ganha tem alguns elogios, quando perde, ninguém é bom, todo mundo é ruim”, completou.

Sempre considerei Renato Gaúcho prepotente, o que, na minhã visão, atrapalha seu trabalho. Quando era jogador, podia ser arrogante, pois quase sempre se garantia quando em campo, marcando gols e fazendo jogadas brilhantes, como provou com as camisas de equipes como Grêmio, Flamengo, Cruzeiro e o próprio Flu.

Já como comandante, depende que outros coloquem em prática suas ideias, o que nem sempre acontece. Aí, precisa “baixar a bola”, assumir responsabilidades, assimilar as críticas, mesmo quando injustas.

Quando ele fala que tem muita gente que não entende nada de futebol comentando o esporte, tendo a concordar. Mas a internet também deu espaço a muita gente que sabe para caramba do assunto, que estuda, e não tinha muitas oportunidades de expor seus pontos de vista.

Por isso, considero que não foi pelas críticas recebidas nas redes sociais que o autossuficiente Renato Gaúcho pediu demissão. Ele me parece cansado da profissão, menos do “campo e bola”, mais do entorno, como prova o mau humor que sempre o acompanha em suas entrevistas coletivas, mesmo quando o resultado lhe é favorável.

Talvez seja a hora de ele repensar a carreira, quem sabe tirar um ano sabático. Recursos financeiros para isso ele tem.

E que todos que militam na imprensa esportiva, seja em veículos tradicionais ou nas redes sociais, tenham discernimento na hora de criticar e também de elogiar. O conhecimento, o equilíbrio e o respeito são essenciais em qualquer área de atuação.


No sufoco

Foi sofrido, mas o Atlético garantiu a vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana, como a torcida esperava, graças a gol de Bernard nos acréscimos. O que o torcedor não aguenta mais é o futebol ruim apresentado pela equipe.

Que a classificação sirva de inspiração ao técnico Jorge Sampaoli e aos jogadores alvinegros. Afinal, a situação no Campeonato Brasileiro é preocupante.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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