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Por Isabel Gonçalves
Paulo acordou numa segunda-feira achando que era sábado. Só percebeu o erro quando o despertador tocou de novo e ele lembrou que tinha uma reunião às 8h. Levantou, tropeçou no gato, fez um café ralo e, ao checar o extrato no celular, levou o maior susto do dia: R$7,43 na conta.
Naquele momento, o Paulo se fez a pergunta que muita gente já se fez: "Dinheiro traz felicidade… ou só evita infartos?" Brincadeiras à parte, essa dúvida é mais comum do que parece. Afinal, será que a felicidade depende mesmo de quanto a gente ganha? Ou tem mais a ver com como lidamos com o que temos?
Afinal, dinheiro traz ou não felicidade?
Você já deve ter ouvido dos seus pais ou dos seus avós que dinheiro não traz felicidade. E eles estão certos, em partes. Afinal, felicidade é algo muito pessoal que depende de muitos fatores, mas eu garanto que dinheiro é uma delas.
A gente já sabe que o dinheiro não compra tudo, mas ele pode sim ajudar a viver melhor, principalmente garantindo as coisas básicas como saúde e alimentação de qualidade. Não ter que se preocupar com o preço da gasolina, do arroz ou dos remédios, com certeza deixaria nossa vida mais leve.
No fundo, nossa relação com o dinheiro, renda e dívidas é complexa justamente por envolver muito o nosso emocional. Então não, o dinheiro não compra felicidade, mas ele ajuda a parcelar.
O que dizem as pesquisas?
Como falar de dinheiro é falar de números, vamos à alguns dados.
Segundo o ranking de felicidade da ONU de 2024, a Finlândia, Dinamarca e Islândia são os países mais felizes do mundo e no fim do ranking estão países tipo Namíbia, Gana, Líbano e Afeganistão. E aí fica meio óbvio: quando a gente olha o coletivo, países mais desenvolvidos são mais felizes se compararmos com países mais pobres.
E isso tem a ver com os ganhos médios da população e a distribuição de riquezas mais igualitária, o que promove um estado de bem-estar, com uma saúde mental mais estável e uma vida mais saudável. Mas, como nossa realidade é bem diferente, vamos aos números do Brasil.
Uma pesquisa da fintech Onze mostrou que 49% dos trabalhadores entrevistados acham que o dinheiro é a maior fonte de preocupação. Desses trabalhadores, 61% falaram que não tem dinheiro para emergências com saúde, como acidentes ou para ajudar amigos e familiares. E aí vem as consequências, a instabilidade financeira gera estresse e altera o bem-estar psicológico, afetando a produtividade no trabalho e as relações pessoais. E aí a gente já sabe… vira uma bola de neve.
O que podemos aprender com isso?
Um outro dado importante da pesquisa é que cerca de 62% dos entrevistados disseram que a vida seria deles melhor se atingissem a estabilidade financeira com planejamento e melhor organização das dívidas. O que nos faz entender que não necessariamente é sobre o quanto a gente ganha, mas sim como usamos o dinheiro.
Então, a pesquisa deixou uma coisa bem clara: dinheiro pode até não comprar felicidade, mas alivia bastante o estresse, principalmente quando o aluguel vence na mesma semana que o cartão de crédito. Pessoas que têm mais controle sobre as próprias finanças costumam se sentir mais tranquilas, confiantes e, consequentemente, mais felizes.
Ter uma reserva de emergência, saber onde está gastando e evitar dívidas desnecessárias são atitudes simples que fazem uma boa diferença na sua qualidade de vida.
Quanto dinheiro traz felicidade?
A resposta é menos glamourosa do que parece: o suficiente para cobrir o básico com tranquilidade.
Não precisa ganhar na loteria ou ter uma casa com piscina em cada bairro. O que realmente faz diferença é ter o dinheiro necessário para pagar as contas, comer bem, morar com dignidade, cuidar da saúde. E por que não? Tomar um cafezinho sem culpa de vez em quando.
E um bom planejamento financeiro, com acompanhamento mensal das suas despesas e dos seus ganhos vai te mostrar exatamente “o preço da felicidade”. Mas vamos combinar, a felicidade tem mais a ver com segurança do que com ostentação. Quando a pessoa sente que consegue viver sem sufoco, sem medo de uma emergência virar um desastre, a sensação de bem-estar aumenta. O nome disso é paz financeira e ela vale ouro.
Conclusão: Qual o papel do dinheiro na sua vida?
Como a gente viu, o dinheiro por si só, não traz felicidade instantânea. Tem muita gente cheia de dinheiro por aí, mas com a saúde mental desequilibrada. Mas a gente também sabe que na prática, ele representa muita coisa: segurança, liberdade, oportunidades e, às vezes, até dor de cabeça. O importante é entender que ele não precisa ser o vilão da sua história, nem o herói. Ele é só um recurso. Quem escolhe como usá-lo é você.
Na correria do dia a dia, muita gente vive no modo automático: recebe, paga as contas, gasta o que dá (ou o que não dá) e espera o próximo salário. Mas quando você para pra pensar no papel que o dinheiro tem na sua vida, começa a fazer escolhas mais conscientes. Percebe que gastar tudo no impulso pode trazer uma sensação de felicidade na hora, mas peso na consciência depois. E que guardar um pouco hoje pode te dar liberdade amanhã.
Dinheiro é uma ferramenta. Serve para realizar sonhos, evitar sufocos, construir uma vida mais tranquila. Não é sobre ter muito, é sobre ter o suficiente e saber usar bem. Quando você assume o controle das suas finanças, mesmo que com pouco, já sente uma diferença enorme no seu bem-estar. Quem manda no seu bolso é você e, com planejamento, até o final do mês pode ter um final feliz.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.