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Por Alexia Diniz
Já imaginou se os jovens pudessem resolver a vida financeira só jogando? Sem enfrentar nenhuma fila de banco. Só que nesse jogo, no lugar de matar dragões, ele precisa administrar um salário, pagar contas e ainda guardar dinheiro para não “quebrar” no game. Parece brincadeira? Pois é exatamente nisso que bancos e reguladores estão apostando para ensinar educação financeira às novas gerações.
Anbima, B3, Banco Central, CVM, Febraban, FGC e Sebrae se uniram para discutir o futuro da educação financeira no Brasil. E, acredite, boa parte das iniciativas passa por jogos digitais e plataformas gamificadas. A ideia é simples: se o jovem já passa horas no celular, por que não transformar o tempo de tela em aprendizado financeiro?
Por que os bancos estão usando jogos para ensinar finanças?
A geração Z nasceu com o celular na mão. Planilha em Excel? Nem pensar. Mas colocar recompensas, avatares e desafios em um app? Aí a conversa muda.
Segundo o Banco Central, a gamificação pode aumentar o interesse dos jovens por educação financeira, ajudando-os a entender conceitos básicos como poupança, crédito e juros, sem aquele tom de sermão que todo adolescente adora ignorar.
Além disso, os bancos enxergam uma oportunidade clara: formar clientes mais conscientes pode reduzir a inadimplência e, claro, fidelizar desde cedo. Afinal, quem aprende a usar bem o cartão de crédito no game pode evitar virar refém dele na vida real.
Como funciona essa “gamificação”
Na prática, os jogos simulam situações financeiras do dia a dia:
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Receber um salário e decidir se paga boletos, investe ou gasta tudo em skins digitais.
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Entender o impacto dos juros compostos ao adiar dívidas.
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Aprender a importância da reserva de emergência para não “perder pontos de vida” em imprevistos.
Plataformas como Roblox e Fortnite já foram palco de campanhas de bancos, enquanto fintechs criam apps próprios para ensinar os pilares da educação financeira.
Educação financeira é moda ou necessidade?
O que é educação financeira, afinal? Não é só aprender a cortar gastos com cafezinho. É desenvolver a capacidade de tomar decisões conscientes sobre dinheiro, equilibrando consumo, poupança, investimento e crédito.
Num país onde 6 a cada 10 famílias estão endividadas, explorar alternativas, nos jogos, não é capricho, é questão de sobrevivência econômica coletiva.
Perguntas que o jovem (e o adulto) faz sobre educação financeira
Quando falamos em pilares da educação financeira, estamos falando de quatro movimentos básicos: ganhar, gastar, poupar e investir. Ganhar é aprender a gerar renda de forma sustentável; gastar é consumir de maneira consciente, sem cair em armadilhas de impulso; poupar é separar uma parte do que entrar, mesmo que pequena, para construir segurança; e investir é fazer o dinheiro trabalhar para você. É como um jogo: se você esquece um desses botões, a jogada não funciona bem.
Outro conceito famoso é a regra do 50, 30 e 20. Ela sugere dividir o orçamento de forma simples: metade para necessidades básicas como aluguel, contas e transporte; 30% para desejos, como lazer e pequenas compras; e 20% guardados para poupança e investimentos. É quase como dividir uma pizza: uma parte maior para o essencial, uma fatia generosa para o prazer e um pedaço importante reservado para o futuro.
Qual é o verdadeiro objetivo da educação financeira?
Mais do que apenas juntar dinheiro, é conquistar autonomia. Significa ter liberdade para viajar sem depender do cartão de crédito, abrir um negócio sem se afundar em dívidas e, lá na frente, se aposentar sem precisar dos filhos para pagar as contas. Em resumo, é trocar a vida de “apagar incêndios” por uma vida de escolhas conscientes.
Por onde começar a estudar sobre finanças pessoais?
Hoje já existem programas sérios que ajudam nesse caminho. Um deles é o próprio Educando Seu Bolso, que além de análises críticas, oferece simuladores gratuitos para comparar maquininhas, contas digitais, investimentos e muito mais. A ideia é simples: transformar informação em decisão, sem enrolação.
Outro exemplo importante é o Meu Bolso em Dia, iniciativa da Febraban, que também oferece cursos e conteúdos gratuitos para quem quer aprender a organizar as finanças de forma prática.
Conclusão: jogar pode salvar o bolso?
Se antes os jovens aprendiam a ganhar moedas com Mario Bros, agora podem aprender a multiplicá-las na vida real. Jogos e apps são apenas ferramentas mas, se bem usados, podem transformar a relação de uma geração inteira com o dinheiro.
Claro, só jogo não resolve tudo. A educação financeira precisa entrar nas escolas, no discurso das famílias e até nas políticas públicas. Mas, como qualquer gamer já sabe, é melhor começar a partida com um tutorial do que ser jogado direto no “modo difícil” da vida adulta.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.