
Chinesa Meituan dá "chega pra lá" em negócios brasileiros e assume prédio que era da WeWork
A gigante asiática avança no mercado nacional e toma para si espaço emblemático da Vila Madalena, antes ocupado por empresários locais
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A chinesa Meituan, considerada uma das maiores plataformas de serviços do mundo, assumiu parte do prédio que antes abrigava a WeWork na rua Girassol, Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. O movimento representa um novo capítulo na disputa por espaços corporativos no Brasil, ao mesmo tempo em que evidencia o declínio da norte-americana no país.
De acordo com apuração do UOL, dezenas de empresas que ocupavam a unidade foram surpreendidas no fim de julho com um comunicado informando que não poderiam mais utilizar o espaço. Todas as reservas de escritórios privativos e mesas compartilhadas foram canceladas, uma vez que o andar havia sido alugado integralmente para a companhia chinesa.
O impacto foi imediato. Startups, aceleradoras e pequenos negócios que dependiam do coworking para receber clientes tiveram de se reorganizar às pressas. “Às 14h chega um e-mail dizendo que a gente teria 4h para sair porque no outro dia outra empresa iria chegar lá”, relatou Alexandre Waclawovsky, da Senior45!60.
A Meituan, que atua em diferentes setores na Ásia, como delivery, logística e serviços locais, ainda não divulgou oficialmente os planos para o espaço na Vila Madalena. Sua chegada, no entanto, sinaliza interesse em fincar presença no mercado brasileiro, possivelmente replicando parte do modelo de negócios que a tornou uma das empresas mais valiosas da China.
Para clientes da WeWork, a transição ocorreu de forma brusca e sem transparência. “A gente fica revoltado porque eram empresas fidelizadas, que estavam lá há tempos”, disse Marcus Paulo Rodrigues, da Bora Desenvolver.
Enquanto a norte-americana enfrenta incertezas, a entrada da Meituan evidencia o avanço de gigantes estrangeiros sobre um mercado historicamente sustentado por empresas brasileiras consolidadas. No caso da Vila Madalena, o “chega pra lá” da companhia chinesa não apenas expôs a fragilidade da WeWork, mas também acendeu o alerta para a rapidez com que players globais podem desalojar negócios nacionais e redefinir o futuro dos espaços de trabalho compartilhados no país.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.