O futuro está chegando às garagens dos condomínios. Mas, segundo a síndica profissional Juliana Moreira, conhecida por descomplicar o universo condominial nas redes sociais, carregar um carro elétrico em casa exigirá bem mais do que “uma tomada na parede”. A partir de 2025, uma nova norma técnica voltada à recarga de veículos elétricos deve ser publicada com regras de segurança e infraestrutura para prédios residenciais e a adaptação não será simples.
“Carro elétrico é tecnologia, é o futuro. Mas ele traz consigo uma responsabilidade enorme. Não basta querer instalar. Será preciso seguir regras de segurança que envolvem desde sistemas contra incêndio até ventilação forçada na garagem”, alerta Juliana.
O que pode muda para os condomínios?
Segundo a especialista, o novo regramento em discussão, que deve começar por São Paulo, e que tende a se espalhar para o restante do Brasil, trará exigências rígidas tanto para prédios novos quanto para os já existentes.
“Prédios construídos a partir de 2025 já terão que prever tudo isso desde a planta. Já os condomínios existentes terão um prazo de um ano para se adaptar às novas exigências assim que a norma for publicada”, explica Juliana.
Regras de segurança para recarga elétrica
Juliana detalha os principais pontos que constam no texto atual da norma em elaboração:
Juliana alerta: “Nada disso pode ser improvisado. São normas técnicas que estão sendo elaboradas com base em análises de risco e em casos reais de incêndios com veículos elétricos em outros países. A ideia é garantir a segurança de todos os moradores”.
Adaptação nos condomínios já existentes
Para os prédios que já contam com vagas com carregadores, a transição precisará ser feita com responsabilidade. “Quem já tem carregador instalado vai precisar se adequar também. O prazo previsto é de até um ano após a publicação da norma para garantir a conformidade com todos esses itens. Ou seja, se seu prédio instalou sem projeto técnico, sem ventilação, sem sprinkler, vai ter que correr atrás”, explica a síndica.
Juliana orienta que síndicos e moradores procurem engenheiros e empresas especializadas para elaboração de projetos completos. “Não dá pra sair ligando na tomada. O condomínio precisa avaliar se tem carga elétrica suficiente, se a estrutura suporta e se o projeto atende aos padrões de segurança. Inclusive, o Corpo de Bombeiros poderá impedir instalações que não estiverem dentro da norma”, alerta.
A especialista lembra ainda que mesmo em fase de finalização, essas mudanças são inevitáveis e que o papel do síndico será cada vez mais técnico. “O futuro chegou. E a gente precisa estar preparado para ele com planejamento, estudo e segurança”, finaliza.