Às vésperas do carnaval, a atriz Erika Januza, rainha da bateria da Unidos do Viradouro, ainda considera inesperada a forma como surgiu o primeiro convite para participar da folia momesca. "Caminhando pela rua em Belo Horizonte, alguém me perguntou se eu sabia sambar e se gostaria de participar da corte do carnaval", relembra ela, que não só aceitou o convite como também foi eleita princesa no concurso de 2010. "Lembro que eu mesma fiz minha roupa. Peguei um conjunto de lingerie e bordei pedrinha por pedrinha. Eu não tinha roupa de carnaval. Foi muito especial. Depois, participei de muitos casamentos, formaturas com baterias-shows em BH. Assim trabalhava aos finais de semana. Tenho lembranças muito boas. Mas logo fui fazer 'Suburbia' e tive que parar", relembra, citando a série exibida na Globo, em 2012, trampolim para o seu sucesso como atriz.

 


MISSÃO CUMPRIDA

"Malunguinho: O mensageiro de três mundos", enredo da Vermelho e Branco de Niterói, foi uma boa surpresa para Erika. "Ele foi um cara que realmente existiu. Ele libertava os escravos, foi perseguido e morto. Legal saber que ele existiu e fez isso lá em Pernambuco, e que podemos ovacionar o cara pelo que ele tanto fez pelo povo preto", observa, garantindo que, a cada ano, as pessoas, através das histórias contadas nos enredos das escolas, ficam mais cultas. Para ela, todo ano pisar na Sapucaí é uma nova emoção. "É como se fosse a primeira vez. É um novo enredo, um novo dia, sempre um novo momento." Com a Viradouro, Erika já levantou os troféus de campeã e de segundo e terceiro lugares. "Ser campeã o ano passado foi muito legal", frisa, lembrando que o Desfile das Campeãs foi totalmente atípico, e por isso emocionante. Por um incidente com um dos carros da vice-campeã, a Imperatriz Leopoldinense, a Viradouro só entrou às 5h16, mais de uma hora depois do horário previsto. "Foi muito simbólico. A sensação foi muito boa". Ganhar o título é diferente. É missão cumprida.”

 

Antes da fama: Erika Januza em Contagem, onde foi criada, em 2012, antes da estreia da série 'Suburbia', seu primeiro trabalho na TV Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 12/12/2012
Em 2014, Erika Januza foi convidada para representar Oxum no desfile da Império da Tijuca Diego Mendes/divulgação
A mineira Erika Januza desfila pela terceira vez na Unidos do Viradouro Márcio Xavier/divulgação
Além de ser estrela da Unidos do Viradouro, Erika Januza apresenta o programa 'Rainhas além da avenida' no canal GNT Márcio Xavier/divulgação
Erika Januza ensaia com o leque vermelho, cor da escola de samba Unidos do Viradouro Márcio Xavier/divulgação
Criada em Contagem, Erika Januza leva a beleza mineira para o Sambódromo carioca Renata Farias/divulgação
Erika Januza sabe que atenção aos detalhes é fundamental para brilhar na avenida Márcio Xavier/divulgação
Erika Januza no ensaio da escola Unidos do Viradouro, que defenderá o enredo 'Malunguinho: O mensageiro de três mundos' no carnaval de 2025. Viradouro foi a campeã de 2024, quando a mineira Erika brilhou na Sapucaí Renata Farias/divulgação

 

ENSAIOS

Erika conta que uma das coisas que mais gosta no carnaval são os bastidores. E, a eles, ela se dedica de corpo e alma. "A melhor preparação é estar ensaiando junto com a escola. Toda vez que o mestre de bateria muda alguma coisa, você fica sabendo o que mudou. Você está sempre por dentro do que está acontecendo", conta ela, que faz questão de viver o máximo de experiência que pode com a escola ao longo do ano. "Esse meu carnaval está movimentadíssimo. Os ensaios começaram em outubro do ano passado, mas já estamos em uma maratona de eventos desde o meio do ano. Para quem está envolvido com o carnaval, o carnaval acontece o ano inteiro", afirma.

 NO GNT

Enquanto Erika não pisa na avenida, os fãs da rainha da Viradouro podem ver no GNT seu projeto mais recente, a série “Rainhas além da avenida”. Criado por ela ao lado de Vítor Carper para atender as curiosidades em torno das rainhas de baterias, como é a vida dessas mulheres, o que elas passam para chegar à avenida. Algumas, Erika já conhecia; outras, não, mas as admiravam. A ideia foi apresentada a Tati Costa (Globoplay), que viu que o programa, que tem José Junior, seu noivo, como produtor, e Jorge Espírito Santo, na direção, é a cara do canal. "É a realização de um sonho de uma mulher preta, mineira, dentro do carnaval carioca, com um programa no GNT", comemora.

 

 

 

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