A importância do esporte na vida de todas as pessoas. Isso mesmo. Embora nossos políticos pouco se importem com o esporte, ele salva vidas e também forma cidadãos. Aliás, mais que isso. Dá a vida àqueles que por qualquer deficiência estariam condenados a uma situação de confinamento, sem qualquer atividade. Pois isso vem acontecendo e tem passado despercebido.

Pois mais uma atleta mineira desse rol acaba de conquistar quatro medalhas de ouro na mais importante competição do país nos Jogos Brasileiros de Transplantados. É Maria Eduarda Porto, a Duda, que, competindo nesse final de semana em Curitiba, conquistou quatro medalhas de ouro.

Duda, de 17 anos, nasceu com problemas renais. Seu rim direito não funcionava e o esquerdo tinha apenas 40% das funções. E, para evitar que fizesse hemodiálise, foi matriculada numa academia de natação aos 3 anos de idade. Deu certo. Um exemplo de que o esporte é remédio. No mês passado, nos Jogos Internacionais de Transplantados, em Dresden, na Alemanha, Duda conquistou quatro medalhas, uma de prata e três de bronze, nas mesmas provas.

 

O Brasil acerta ao apoiar o atleta paralímpico, mas erra em não fazer o mesmo com os atletas transplantados. Aliás, Minas Gerais está muito atrasado nessa questão, pois Duda é a única atleta desta categoria. Ninguém mais, nenhum outro transplantado – ela recebeu um rim em 2020 – compete. Eis aí uma dica para as famílias de pessoas transplantadas.

Antes dela, Minas Gerais teve vários atletas com deficiência se destacando em competições paralímpicas, conquistando medalhas.

Izabela Campos é tem deficiência visual desde os 6 anos. Ela liderou o ranking mundial paralímpico no lançamento de dardo por muito tempo. Foi bronze nos Jogos Paralímpicos Rio’2016. Nos Jogos Parapan-americanos de Toronto’2015, levou ouro no disco e prata no peso. No Mundial do Qatar’2024, foi bronze no disco e, no Mundial de Lyon’2012, repetiu o feito.

A velocista Adria Santos é a maior medalhista paralímpica brasileira, com 13 ao todo, entre 1988 e 2008. Representou o Brasil por 27 anos no atletismo paralímpico. Foi ouro pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Barcelona’1992, nos 100m rasos. Repetiu o primeiro lugar na mesma prova em Sidney’2000 e Atenas’2004. Sua outra medalha de ouro também foi na Austrália, nos 200m. Tem ainda oito medalhas de prata e uma de bronze.

No tênis em cadeira de rodas, dois mineiros se destacam. Um é Daniel Rodrigues, que nasceu com má-formação na perna direita (20cm menor do que a esquerda). Em 2015, amputou a perna e passou a usar prótese.

Tornou-se tenista. Foi prata nas duplas masculinas e bronze no individual nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago’2023; bronze no individual nos Jogos Parapan-Americanos Lima’2019; prata por equipes no Mundial do Japão’2016, prata nas duplas e bronze no individual nos Jogos Parapan-Americanos Toronto’2015 e bronze no Mundial da Inglaterra em 2009.

O outro é Rafael Medeiros Gomes. Aos 2 anos, Rafael descobriu um cisto aracnóide na medula que afetou os movimentos das pernas. Aos 12, começou a praticar basquete em cadeira de rodas e dois anos depois, por meio do convite de um amigo, migrou para o tênis em cadeira de rodas.

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Campeão no Peru Open 2021; Barranquilla Open ITF3 2015; ITF3 Minas Open 2010; prata nos Jogos Parapan-Americanos de jovens na Colômbia 2009. No feminino da modalidade, o destaque é Vitória Miranda, de apenas 17 anos, que foi campeã de Roland Garros. Ganhou em simples e duplas no Australian Open’2025.

Nos Jogos Paralímpicos de Paris’2024, no masculino, o destaque foi um mineiro, de Bocaiúva, Claudiney Batista, que conquistou sua nona medalha de ouro. Foi no lançamento de disco da classe F56 (que competem sentados). Além disso, detém o recorde paralímpico da prova. Claudiney sofreu a amputação da perna esquerda após um acidente de moto em 2005, se tornou um atleta paralímpico de destaque. Foi ouro nos Jogos de Tóquio’2020 e no Rio’2016. Além disso, detém o recorde mundial no lançamento de dardo, com 47,37m, alcançada no Desafio CPB/CBAt, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo, em 17 de junho de 2023. inda no Rio’2016, foi prata no lançamento de dardo em Londres’2012.

O esporte salva e dá dignidade. Esporte é vida.


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