Nova Iorque – Não há como não exaltar o trabalho de Renato Gaúcho, neste Mundial de Clubes, com a campanha do Fluminense. O time era considerado o “primo pobre”, comparado a Flamengo, Palmeiras e Botafogo, “bilionários”, mas foi o que chegou mais longe, até onde poderia ter ido. Quando a gente fala em Copa, é assim mesmo. O Fluminense só ganhou do Ulsan na primeira fase, e empatou com Borussia, com belo futebol, e com o Mamelodi. Classificou-se em segundo lugar e encarou a vice campeã europeia, Inter de Milão. Não tomou conhecimento e enfiou 2 a 0, numa vitória gigantesca. Aí a gente viu muito bem o trabalho do Renato, mudou o esquema, com os mesmos jogadores, e não deu chances ao time de Milão. O esquema com três zagueiros deu certo e Renato foi aplaudido. Se em time que está ganhando não se mexe, o treinador manteve o esquema contra o Al-Hilal, que eliminara o City. Resultado, Fluminense 2 a 1, numa vitória nos minutos finais. Surgiu um “tal” de Hércules, uma espécie de talismã, autor de um gol contra a Inter e outro contra o time árabe.

A semifinal estava ali. Aqui em Nova Iorque, na “Big Apple”, acompanhei de perto a torcida tricolor. As ruas foram tomadas por camisas tricolores, e a famosa Quinta Avenida virou uma festa, com o hino do clube sendo cantado a plenos pulmões: “sou tricolor de coração, sou do clube tantas vezes campeão”. Peguei o trem, junto com os torcedores e meus amigos da BetNacional e da agencia Lean, do grande Newnton Oliv Neto, e desci bem na porta do imponente estádio MetLife. Gigantesco, bonito, moderno, que será palco da final de domingo e também da decisão da Copa do Mundo de seleções, ano que vem. Confesso que, por Renato e Fábio, além da imensa nação tricolor, eu queria ver o Flu na final, mas sabia que seria outro jogo, outro Chelsea, e que as chances eram reduzidas. Foram dois golaços de João Pedro – “a lei do ex” nunca falha –, que acabaram com o sonho. A realidade, porém, é que o Fluminense caiu de pé. Não fez o seu melhor jogo, pois o Chelsea não deixou, mas isso não diminui o tamanho da campanha, nem o talento de Renato. O Flu foi um dos gigantes desse Mundial de Clubes e terminou entre os quatro melhores do Planeta Bola.

Tenho muita restrição a Thiago Silva. Não suporto esse jogador. Perdedor por onde passa, que parte da imprensa exalta como “monstro”. Entregou o Brasil em três Copas do Mundo, na Copa América de 2015, quando cometeu um pênalti infantil contra o Paraguai, e, no próprio Chelsea, só foi campeão da Champions porque saiu aos 15 minutos de jogo contra o City, e aí o time londrino ganhou por 1 a 0. Chorou para não bater o pênalti contra o Chile, em 2014, e levou cartão, não enfrentando a Alemanha nos 7 a 1. Já deu para esse zagueiro limitado! Sim, limitado, na minha visão. E ainda vejo delírios de quem quer sua volta para a Seleção Brasileira! Pelo amor de Deus! Chega de Thiago Silva, Alisson, Weverton, Danilo, AlexSandro, Casemiro! Vamos renovar a Seleção. Aliás, ter Carlo Ancelotti é grife, mas quem daria o melhor resultado mesmo seria Renato Gaúcho. Ele, sim, conhece o futebol brasileiro como poucos e poderia levar o Brasil mais longe. Qualquer técnico, em sã consciência, convocaria Fábio. Aos 44 anos, é o melhor goleiro brasileiro há 20 anos, e o mais injustiçado.

Voltando a falar de Renato, o conheço há 35 anos, e temos uma amizade sólida. Renato é um cara espetacular, bom de grupo, amado pelos jogadores, que consegue unir um vestiário como poucos. Mas, além disso tudo, é sim um estrategista, que estuda o adversário e sabe desenhar seu esquema tático, muito bem, dependendo do que vai enfrentar. Fiquei triste por ele não ter chegado à final, mas sua estrela não deixa de brilhar. Renato é o técnico a ser copiado. É, disparado, o melhor que temos. Valeu meu amigo, você encheu o Brasil de orgulho, e, principalmente, a torcida tricolor. Aliás, você nasceu para isso, pois o Grêmio, também tricolor, e o Fluminense, são as suas casas, onde você ganhou os títulos mais importantes de sua história como jogador e técnico. Volte ao Brasil com a cabeça erguida e o sorriso no rosto. A torcida do Fluminense vai receber você de braços abertos, agradecida pelo que viu nesse Mundial. Espero vê-lo dirigindo a Seleção Brasileira. Com você no comando, não tenho dúvidas de que iremos bem longe. Estrela, carisma e conhecimento de futebol você tem de sobra. É exatamente disso que o Brasil precisa. Obrigado, Renato!

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