O Flamengo fatura por ano cinco vezes mais que o Cruzeiro, por exemplo. Com esse dinheiro, contrata quem quer no mercado e tem dois times muito fortes, titular e reserva, sendo candidato aos títulos que disputa. Não tem dívidas e está totalmente equacionado e superavitário. Recentemente, foi à Europa e contratou quatro jogadores a peso de ouro.
Quando nós imaginaríamos que um clube brasileiro pudesse tirar jogadores do Atlético de Madrid ou do Milan? O Flamengo contratou nesta janela e vem ainda mais forte na reta final do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Aí eu vejo alguns torcedores do Cruzeiro, querendo contratações urgentes, como se o clube celeste faturasse o mesmo que o rubro-negro. Ora, senhoras e senhores, o Cruzeiro esteve à beira da falência e não fosse o atual dono, Pedro Lourenço, que pagou salários, publicidade, luz, água e pôs comida na mesa de jogadores e comissão técnica, mesmo sendo apenas conselheiro à época, o clube teria fechado as portas. Mais que isso: comprou a parte de Ronaldo, que não investiu um centavo, e gastou mais de R$ 400 milhões em contratações.
É muito fácil para o torcedor dizer: “Contrata”. Não é ele quem paga a conta. Aliás, cadê os 200 mil sócios-torcedores pedidos pelo presidente?
Claro que estamos falando de quem tem possibilidade de aderir ao programa, sem tirar dinheiro de casa, de quem tem dinheiro sobrando. A China Azul tem feito sua parte, lotando o Mineirão, mas é preciso mais daqueles que só sabem criticar.
No começo do ano, em Bradenton (EUA), olhei para o grupo e disse que ele tinha condições de brigar pelas taças, pois os jogadores eram vencedores, experientes e muito fortes. A péssima campanha no Mineiro fez com que muitos duvidassem. Mas agora está cheio de “engenheiro de obra pronta” reconhecendo o que dissemos lá atrás. E olha que basta uma derrota para o mundo desabar e acharem que está tudo errado. Exigem contratações para dar satisfação ao torcedor, como se o Cruzeiro não tivesse dívidas.
Não adianta, a diretoria não vai contratar por contratar. Se houver jogadores jovens, em condições de chegar e jogar, o Cruzeiro vai trazer. Medalhões, nem pensar. Hoje tem comando e a qualidade está acima de tudo. O Cruzeiro tentou Matheus Gonçalves, fechou o negócio, mas o Flamengo não honrou a palavra. É este tipo de jogador que interessa ao clube hoje: jovem, que possa dar retorno técnico por uns quatro anos, e financeiro, no futuro.
ATLÉTICO
Em maio, fui convidado pelo meu amigo Iguinho para ir ao 98 Futebol Clube, programa de grande audiência e sucesso da Rádio 98FM. E me perguntaram, logo após o sorteio da Copa do Brasil, se o Galo já estava eliminado. Fui taxativo: faltam dois meses para o confronto e até lá o Atlético vai se reforçar e melhorar.
Não deu outra. Fez dois grandes jogos contra o Flamengo, perdendo no Brasileirão e ganhando na Copa do Brasil, ambos no Maracanã. Quarta-feira, bastará um empate para se classificar. O futebol é sempre momento e embora o Galo tenha jogado na retranca, criou situações de gols também. Está em aberto, mas como Cuca é um grande estrategista, o Atlético tem hoje 60% de chances de avançar, contra 40% do poderoso Flamengo, que tem time titular e reserva no mesmo nível.
LEIS BRANDAS
Li reportagem sobre Suzane Von Richthofen, que assassinou os pais, foi condenada a quase 40 anos de prisão, mas está nas ruas, cursando direito, casada e com filho. Elize Matsunaga, que assassinou o marido e o picotou, também está solta, é motorista de aplicativo, e usa boné e óculos para não ser reconhecida.
Estarrecido com essas penas brandas, me dou conta que Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, condenado a 280 anos de cadeia, poderá estar nas ruas em 2028, pois terá cumprido 30 anos, pena máxima permitida no país.
Porque ele foi condenado a 280 anos, se ele não pode cumprir esses 280 anos? O Brasil é um país que beneficia o criminoso. Deveria ter prisão perpétua para esse tipo de crime e sou a favor da pena de morte, em alguns casos, como por exemplo, assassinatos, tráfico e estupro. O povo pergunta em que dia o Brasil se tornará um país sério?