Gostei do que a CBF anunciou na manhã de ontem em relação ao calendário do nosso futebol em 2026. As principais mudanças são o Brasileirão de janeiro a dezembro, estaduais em apenas 11 datas e aumento do número de clubes na Copa do Brasil, que será decidida em partida única, em local a ser definido a cada ano. A disputa dos estaduais com 11 datas ainda não é o ideal. O melhor seria acabar com essas competições falidas, retrógradas e ultrapassadas, mas, sem elas, as federações não existiriam, e sem as federações, o presidente da CBF não seria eleito e os políticos perderiam o poder. Todos sabem a falência dos estaduais de norte a sul do país. Não há apelo financeiro, não há público capaz de lotar os estádios, não há qualidade técnica. Perde-se tempo com uma competição que não deveria caber mais no nosso calendário. Porém, é melhor 11 datas do que as 22 de antes. Tenho a certeza de que chegará o dia em que essas competições morrerão definitivamente. E não me venham com a desculpa da rivalidade e dos grandes clássicos, pois eles podem acontecer no Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana.
Mas os clubes terão tempo para uma pré-temporada decente, já que em 28 de janeiro, teremos o começo do Brasileirão, que será disputado, simultaneamente com os Estaduais e Libertadores? Sem uma pré-temporada digna, nada feito, os clubes vão sucumbir, reclamar e essa reforma não surtirá o efeito desejado. O objetivo maior é a diminuição de jogos para as grandes equipes, mas vale lembrar que o aumento do número de jogos representa mais arrecadação, melhoria da saúde financeira para pagar os salários absurdos praticados no futebol brasileiro. Tem jogador repatriado ganhando mais no Brasil do que na Europa, o que é uma aberração, pois temos uma economia quebrada, que não pode competir com o Velho Mundo.
Outra coisa: os presidentes de clubes precisarão definir seus treinadores em dezembro, para que eles possam fazer o planejamento. Acho um exagero um Brasileirão de janeiro a dezembro, pois, na Europa, os campeonatos nacionais são disputados do final de agosto a maio, ou seja, em 9 meses. Claro que há um avanço, mas a gente sabe que se os Estaduais não existissem, os clubes jogariam bem menos e teriam mais tempo para se preparar. Me preocupa esse “encavalamento” de jogos do Brasileirão, Libertadores e Estaduais. No caso, deveriam eliminar os Estaduais, não tenho a menor dúvida disso. Vale lembrar, porém, que o novo presidente da CBF, Samir Xaud, está disposto a fazer uma boa gestão, priorizando realmente os clubes, que são os protagonistas. Ele também falou em investir na arbitragem, e isso é fundamental para que haja transparência, decência e qualidade. A criação de um centro de treinamento será fundamental para qualificar melhor os árbitros propiciar um treinamento melhor para o VAR, que veio para dirimir erros crassos, e que tem complicado ainda mais as decisões dos árbitros de campo. Enfim, no geral eu gostei do que vi e espero que o nosso futebol tome um rumo sério, transparente e de muita qualidade.
Jogo da vida
Flamengo e Cruzeiro, postulantes ao título brasileiro, junto com o Palmeiras, fazem um jogo decisivo esta noite, no Maracanã. Uma vitória do rubro-negro põe a pá de cal no sonho dos cruzeirenses de ganhar o Brasileirão. Porém o triunfo do clube celeste vai colocar ainda mais fogo na competição, que, acredito, será definida na última rodada. Uma coisa é fato: Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras são os protagonistas da temporada, ao passo que as demais equipes são apenas figurantes, e ruins, já que há grandes clubes com pontuação abaixo da crítica. Após o jogo desta noite, estaremos ao vivo no nosso canal de Youtube, JaeciCarvalhoEsportes, para debatermos o assunto. Espero uma grande vitória azul para que o sonho do penta continue vivo.