Em tempos de reinvenção dos modos de viver, surgem novas formas de moradia que desafiam o modelo tradicional. As moradias compartilhadas vêm ganhando espaço — não só por questões práticas, mas por um desejo profundo de convivência. Para muitos, é a chance de realizar um sonho antigo: envelhecer entre amigos, com vínculos, trocas e cuidado mútuo.

Coliving e cohousing são expressões desse desejo. Mas o que diferencia um do outro?

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O coliving reúne pessoas sob o mesmo teto, com áreas comuns como cozinha, sala e lavanderia, e unidades privativas para descanso. É um formato que atrai jovens e profissionais em movimento, pela praticidade, custos reduzidos e ambiente colaborativo. A proposta vai além da economia: promove um estilo de vida mais coletivo, menos solitário e mais conectado. Por outro lado, exige flexibilidade — nem todos estão dispostos a abrir mão de tanta privacidade.

Já o cohousing é pensado para quem deseja envelhecer com autonomia, mas cercado de laços afetivos. Cada morador tem sua própria casa ou apartamento, mas compartilha decisões e espaços com um grupo formado intencionalmente — geralmente entre pessoas com valores e objetivos em comum. Inspirado nas antigas vilas, o modelo combina privacidade e comunidade em equilíbrio.

No Brasil, o coliving ainda é mais comum em grandes centros urbanos, voltado principalmente ao público jovem. O cohousing, embora ainda em fase embrionária, tem despertado o interesse de quem busca alternativas para um envelhecimento ativo, autônomo e com sentido.

Ambos os modelos partem de uma mesma pergunta: como queremos viver os próximos anos? A resposta talvez esteja menos nos tijolos e mais nos vínculos. Morar junto pode ser mais do que uma solução imobiliária — pode ser um gesto de afeto, de escolha e de resistência ao isolamento que tantas vezes marca a velhice.

Talvez o futuro das cidades passe por aí: menos muros, mais pontes. Menos solidão, mais escolha. E, quem sabe, a realização de um desejo antigo — o de envelhecer juntos.

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