Marcílio de Moraes
Marcílio De Moraes
Jornalista formado pela PUC Minas em 1988, com passagem pelos jornais Diário do Comércio e O Tempo. Trabalhou em coberturas de leilões de privatização e em feiras internacionais
BRASIL EM FOCO

Brasil avança na reciclagem, mas aproveita só 8,3% dos resíduos

A produção brasileira de resina pós-consumo (PCR) chegou a 1,012 milhão de toneladas, o que coloca o Brasil entre os maiores produtores mundiais

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Apesar de políticos e empresários de países alinhados com governos de extrema direita negarem as mudanças climáticas e o aquecimento global, as empresas brasileiras são mais pragmáticas no que diz respeito às práticas necessárias para mitigar questões ambientais e garantir transparência e lisura nas suas ações.

A circularidade da economia, com fabricantes se responsabilizando por inserir em linhas de produção itens descartados ou produtos após a vida útil é uma opção, com o exemplo de maior sucesso no país sendo representado pelo segmento de latas de alumínio.

No Brasil, praticamente todas as 16,5 bilhões de latas de alumínio que foram vendidas da indústria para o setor de bebidas no primeiro semestre deste ano devem voltar para ser reinseridas na linha de produção do alumínio.

Como a reciclagem passou a ser parte da cadeia de produção do alumínio, as latas usadas e vazias ganharam valor comercial, assim como o papel, cujo índice de reciclagem chega perto de 70%, principalmente em relação ao papelão. Em outros materiais o percentual é menor.

A Circula Vidro, entidade responsável por gerir a logística reversa de embalagens de vidro no Brasil informa que, no ano passado, as indústrias bateram a meta de 25% de reciclagem. De um total de 877 mil toneladas de vidros consumidos, 221 mil toneladas retornaram para a indústria. Já em relação ao plástico, um dos maiores vilões do meio ambiente, a reciclagem também fica próxima de 25%.

Um estudo anual encomendado pelo Movimento Plástico Transforma mostra que o índice geral de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil foi de 21%, enquanto o índice de recuperação de embalagens, que considera todo o resíduo consumido no processo, chegou a 28,7%.

“Em 2024, a indústria de reciclagem apresentou uma recuperação tímida após o desempenho fraco de 2023. O prolongado ciclo de baixa das commodities petroquímicas seguiu pressionando a competitividade dos reciclados, com os preços das resinas de primeiro uso reduzindo o interesse da indústria de transformação por matéria-prima reciclada e dificultando o repasse de custos”, diz Maurício Jaroski, diretor de química sustentável e reciclagem da consultoria MaxiQuim, que realizou o levantamento.

De acordo com o estudo, que monitoria os indicadores de reciclagem mecânica desde 2018, o ano passado foi marcado pela recuperação nos volumes de plásticos reciclados. Em 2024, o faturamento da indústria atingiu R$ 4 bilhões, com um aumento nominal de 5,8% em relação a 2023.

Hoje, a capacidade instalada das indústrias de reciclados chegou a 2,43 milhões de toneladas, segundo o estudo, como reflexo de “investimentos realizados em anos anteriores”. Ainda de acordo com o levantamento encomendado pelo Movimento Plástico Transforma, a produção brasileira de resina pós-consumo (PCR) chegou a 1,012 milhão de toneladas, o que coloca o Brasil entre os maiores produtores mundiais.

Para efeito de comparação, o México reciclou 1,53 milhão de toneladas de plástico no mesmo período, enquanto em toda a América Latina foram reciclados 3,79 milhões de toneladas. O estudo mostra ainda que no ano passado foram gerados 4,82 milhões de toneladas de resíduos plásticos pós-consumo no Brasil, com a indústria recicladora consumindo 1,55 milhão de toneladas.

Mas mesmo com todo o avanço registrado pelo país na reciclagem de plástico e de vidros, onde cadeias bem estruturadas permitem uma absorção de resíduos com escala na linha de produção das empresas, o Brasil ainda recicla apenas 8,3% de todo o resíduo sólido que produz, conforme dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).

No “Panorama dos resíduos sólidos no Brasil – 2024”, com dados consolidados de 2023, o percentual de reciclagem corresponde ao processamento de 6,7 milhões de toneladas de material seco. A estimativa é que o Brasil tenha gerado 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2023.


Inovação

 

R$ 106,7 bilhões

Foi a economia gerada pelo PIX para empresas e consumidores entre novembro de 2020 e junho deste ano, segundo levantamento do Movimento Brasil Competitivo


Brinquedos

Com as vendas de brinquedos aquecidas no país no primeiro semestre, a Americanas decidiu apostar na data com 3 mil sugestões de presentes na promoção Planeta Criança 2025, que ocorre de 23 de setembro a 13 de outubro, nas 1.500 unidades físicas em todo o país. As ofertas valem também para os canais on-line. A rede de lojas lembra que dados mostram que o consumo de brinquedos no Brasil cresceu 6% no primeiro semestre.


É pizza

O Brasil registrou a abertura de 2.185 pizzarias entre janeiro e junho deste ano, o que representa um aumento de 11,25% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra). A região Sudeste, com 47% das aberturas tem a maior concentração de pizzarias inauguradas. São Paulo, com 583 novos estabelecimentos, teve o maior volume de inaugurações, seguido por Minas, com 235 pizzarias.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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