Marcílio de Moraes
Marcílio De Moraes
Jornalista formado pela PUC Minas em 1988, com passagem pelos jornais Diário do Comércio e O Tempo. Trabalhou em coberturas de leilões de privatização e em feiras internacionais
BRASIL EM FOCO

Mesmo com juros altos e inflação os brasileiros estão mais otimistas

Pesquisa Radar Febraban, divulgada nesta semana, mostra que 72% das pessoas entrevistadas esperam melhoria na perspectiva de vida, contra 70% em junho.

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Mesmo com a manutenção da taxa básica de juros por três meses no patamar de 15%, o mais alto desde 31 de maio de 2006, quando estava em 15,25%, e a confirmação do desaquecimento da economia, os brasileiros estão mais otimistas neste segundo semestre. Pesquisa Radar Febraban, divulgada nesta semana, mostra que 72% das pessoas entrevistadas esperam melhoria na perspectiva de vida, contra 70% em junho. Também houve aumento na percepção da vida pessoal e familiar, com 65% deles acreditando que “vai melhorar”. De acordo com o levantamento, essa recuperação ocorre sobre os 63% de junho e após o recuo de 12 pontos entre março e junho. O contingente insatisfeito caiu de 15% para 14%.

Mas, por outro lado, a maioria da população ainda manifesta preocupação com a inflação e o aumento do custo de vida. Para 81% dos brasileiros os preços “aumentaram muito ou aumentaram”. Ainda assim houve um recuo. Em março, esse percentual chegou a 89%, o maior da série histórica. Realizada trimestralmente pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), a pesquisa Radar Febraban ouviu 2 mil pessoas entre 21 e 26 de setembro em todas as regiões do país.

Embora ainda exista o temor com relação à inflação, o percentual dos acreditam que os preços vão aumentar recuou de 71% em junho para 69% agora, assim como a expectativa em relação ao aumento de juros, que recuou de 68% em junho para 65% agora. Em relação aos seis últimos meses, caiu de 83% para 81% os que afirmam que os preços aumentaram muito ou aumentaram, enquanto os que percebem estabilidade passou de 11% para 12% e os que acreditam que houve queda de preços nos últimos seis meses subiu de 5% para 7%

“Nesse terceiro trimestre do ano, para além das tensões econômicas internas, os brasileiros precisaram lidar com uma nova pressão externa: as tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos, o chamado “tarifaço”. Nesse contexto, um misto de cautela e otimismo perpassa as avaliações sobre o país e a economia”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Em relação ao que a população espera que o governo priorize a saúde aparece em primeiro lugar, com 32% dos entrevistados. Ações para garantir emprego e renda aparecem em segundo, com 20%, enquanto o combate à inflação e ao custo de vida é prioridade para 10%, mesmo percentual verificado para educação. O combate à corrupção é prioridade apenas para 8%, enquanto o combate à fome e à pobreza aparece com prioritário para 4% dos entrevistados. Já sobre os desejos, 20% sonham em guardar dinheiro e investir, aplicando para fazer poupança. O sonho da casa própria caiu de 28% em junho para 25% em setembro. O desejo de educação subiu de 14% para 16%.

Outra pesquisa da Febraban mostra um sinal favorável, com passando de 70% para 85,7% o percentual das instituições ouvidas que têm a expectativa de que os juros comecem a cair no primeiro trimestre do próximo ano, devendo chegar a 13,75% no início do segundo trimestre. Hoje a Selic está em 15% ao ano. “O resultado do levantamento, feito com 21 bancos entre 23 e 29 de setembro, mostra que a mediana das projeções aponta redução de 0,25 ponto percentual (p.p) na reunião de janeiro de 2026 e quedas de 0,50 p.p nas reuniões posteriores, com a taxa Selic chegando a 13,75% em abril”, diz a nota da Febraban. Mas, mesmo com a redução dos juros a carteira de crédito deve ter estabilidade no próximo ano.

 

Bom remédio

 

R$ 235,13 bilhões

é o faturamento do setor farmacêutico no Brasil, que conta com mais de 94 mil estabelecimentos, segundo a IQVIA. Apenas este ano foram abertas 5.814 farmácias no país


Brincadeira

Pelo menos 68% dos brasileiros pretendem comprar presente para o Dia das Crianças, com investimento médio de R$ 219, segundo pesquisa contratada pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento. O valor é inferior ao gasto de R$ 231 em 2024. Mesmo assim, a estimativa é que a data movimente cerca de R$ 18,9 bilhões, valor 3,8% maior do que os R$ 18 bilhões movimentados na data no ano passado.


Prateados

Uma pesquisa da Data8, hub de pesquisa e inovação focado na longevidade revela que a economia “prateada” pode movimentar R$ 3,8 trilhões até 2045, mais do que dobrando em relação ao R$ 1,8 trilhão movimentado em 2024. Isso porque, mesmo com 76% dos brasileiros acima de 50 anos serem a principal fonte de renda da família, 54% deles não se sentem representados pela mídia e em campanhas publicitárias.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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