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Orion Teixeira
ALÉM DO FATO

Zema é o terceiro governador descartado por Bolsonaro

No centro de tudo, a briga pelo poder e a herança do legado político do ex-presidente, que está inelegível e assim deverá ficar, até as eleições de 2026

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Primeiro, foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), depois, o do Rio, Cláudio Castro (PL), agora, foi a vez do mineiro Romeu Zema (Novo). Todos tentaram tirar proveito eleitoral da aproximação com os Bolsonaros. Resultado, ficaram reféns do bolsonarismo e estão sendo, um a um, descartados.

No centro de tudo, a briga pelo poder e a herança do legado político do ex-presidente, que está inelegível e assim deverá ficar, com viés de piora, até as eleições do ano que vem. Pontualmente, as retaliações do presidente norte-americano, Donald Trump, colocaram o bolsonarismo na defensiva e racharam a direita brasileira em função do desgaste junto ao eleitorado. O tarifaço de 50% deverá encarecer o custo de vida e provocar duros prejuízos nos setores bolsonaristas do agro e da indústria.

Quando Tarcísio buscou uma solução negociada para a questão, virou alvo do filho 03, Eduardo. Na semana passada, Eduardo o criticou, nas redes sociais, acusando-o de “subserviência servil às elites” ao aceitar o diálogo em vez de priorizar o “fim do regime de exceção” (condenações do 8 de janeiro).

Com Zema, a reação foi semelhante. Disse que o governador mineiro integra a “turminha da elite financeira”. “Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema. Mas mexeu com a sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver”, disse, ao criticar Zema, que, na última segunda-feira, afirmou que a atuação de Eduardo nos EUA criou um problema para a direita.

No Rio de Janeiro, Castro teve sua pré-candidatura ao Senado para 2026 vetada por Bolsonaro. Quem ficar à sombra do bolsonarismo não terá vida própria. Onde estão Joice Hasselmann, Alexandre Frota, Carla Zambelli, Regina Duarte, entre outros tantos? A família só pensa na família.

 

Federalização sancionada

Foram publicadas no Diário Oficial de Minas Gerais, dessa quarta (23/7), as leis 25.368 e 25.369, de 2025, que autorizam, respectivamente, a federalização das estatais Codemig e da Codemge. As duas normas integram o pacote de adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O objetivo é repassar os ativos à União como forma de amortizar 20% do saldo devedor, estimado em mais de R$ 170 bilhões, e dessa forma obter melhores condições no refinanciamento da dívida. 

Proposta Alternativa

Em vez de federalizar (entregar) as empresas estatais para abater a dívida de Minas com o governo federal, o deputado estadual Lucas Lasmar defende o uso dos dividendos na negociação. “Defender os dividendos para abatimento da dívida com a União. Só no ano passado, os dividendos da Codemig chegaram a R$ 3 bilhões. Com a Copasa e a Cemig, tivemos uma valorização de quase 22% nas ações no ano de 2024 e uma distribuição de lucro de quase 12%”, argumentou o parlamentar. Ele obteve aprovação da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa para discutir o tema após o recesso legislativo, no mês que vem. 

TCE também acionado

A proposta pelo uso dos dividendos em vez de federalização é de autoria do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG). Estudo feito pela instituição sustenta que não é necessário envolver as estatais na negociação para refinanciar o débito com a União. Em parceria com a Associação de Funcionários Fiscais (Affemg), o sindicato acionou o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), além de deputados estaduais. 

Campanha contra a privatização

Nesta quinta (24/7), às 18h, acontece um debate na sede do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais com o objetivo de desvendar a verdadeira agenda do governo Zema. A palestra “A quem interessa realmente a venda das estatais?” será o primeiro evento da Campanha Popular Contra a Privatização da Cemig e da Copasa – “Água e energia são do povo”. A iniciativa é dos sindicatos Sindieletro/MG, Sindágua e Senge, apoiada por entidades como CUT-MG, Frente Mineira em Defesa do Serviço Público, com mais de 30 sindicatos e associações. “O objetivo é alertar o cidadão sobre os perigos de entregar à iniciativa privada empresas lucrativas e essenciais para o desenvolvimento estratégico de Minas. Em 2024, a Cemig teve lucro líquido de R$ 7,1 bilhões, e a Copasa, de R$ 1,32 bilhão”, apontam os sindicalistas. 

Festa para Jarbas

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O ex-procurador-geral de Justiça Jarbas Soares descarta trocar o Ministério Público pela política partidária e eleitoral. Por enquanto. Nos próximos dias 4 e 5 de agosto, um grande evento em BH, segundo ele organizado por amigos, vai celebrar sua bem-sucedida trajetória de 35 anos do Ministério Público de Minas, onde foi procurador-geral por quatro mandatos. Estarão presentes, como palestrantes, os ministros André Mendonça e Kassio Nunes, do STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o senador Rodrigo Pacheco, o advogado-geral da União, Jorge Messias, entre outros. Jarbas admite que tem recebido convites do mundo político e da iniciativa privada, mas que “o futuro a Deus pertence”. 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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