Pela primeira vez desde que seu nome passou a circular nos noticiários policiais, Oruam quebrou o silêncio e se posicionou publicamente. Em nota encaminhada com exclusividade à revista Quem, o rapper reagiu à operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que resultou na expedição de um mandado de prisão contra ele, nesta terça-feira (22), e afirmou ter sido vítima de abuso de poder, agressões e racismo institucional durante a ação.
“Eu, Oruam, venho por meio deste relato registrar um grave episódio de abuso de poder, violência e agressão que sofri na madrugada do dia 22 de julho de 2025, dentro da minha residência. Começo falando que eu só joguei pedras [nos agentes] depois de ser ameaçado com armas de fogo, e tenho provas!”, declarou o artista, referindo-se aos vídeos que publicou em seu Instagram.
Oruam nega envolvimento com o crime e contesta ação da polícia
Segundo o g1, Oruam foi indiciado após supostamente impedir a apreensão de um menor de idade procurado por roubo. A Polícia Civil sustenta que havia um mandado de busca e apreensão no local. Porém, na versão apresentada pelo rapper à Quem, a entrada dos agentes foi feita sem autorização judicial, com violência e sem justificativa.
“Por volta das 00h, sem qualquer mandado de prisão, ordem de busca ou justificativa legal aparente, uma quantidade superior a vinte viaturas da Polícia Civil invadiram minha casa de forma abrupta e agressiva… rasgarem e destruírem pertences pessoais meus e de minha noiva… apontaram armas de fogo, incluindo fuzis, para mim, minha noiva e cinco amigos que estavam presentes”, detalhou o cantor.
“Nada foi encontrado!”, disparou o rapper
Indignado com a abordagem, Oruam reforçou à revista Quem que nada de ilícito foi encontrado na residência. “Sabe o que encontraram? Nada! Nada de droga, nada de arma, nada ilegal!”, afirmou. Ele ainda denunciou que seu produtor foi algemado “de maneira arbitrária e sem justificativa plausível”, e que os policiais utilizaram xingamentos e violência física contra todos os presentes.
Acusações de racismo e crítica ao secretário Felipe Curi
O rapper também respondeu diretamente às declarações feitas por Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do RJ, que o chamou de criminoso e o associou ao Comando Vermelho, facção chefiada por seu pai, o traficante Marcinho VP, atualmente preso.
“Ser um ‘artista periférico’, termo do qual tenho orgulho… foi utilizado de forma pejorativa e preconceituosa pelo secretário estadual da polícia civil, Felipe Curi, que também me caluniou, acusando-me de ser marginal, criminoso, bandido e delinquente… A lei tem cor e só vale para preto. Vocês não estão preparados para pretos no topo”, disparou.
“Joguei pedras por desespero”, contou
Oruam admitiu que atirou pedras na direção dos policiais, mas justificou a ação como um ato desesperado diante da violência que estava sofrendo. “Após toda essa violência e intimidação, senti-me completamente acuado e traumatizado com a situação”, relatou.
Pedido por investigação e responsabilização
Encerrando o extenso comunicado, Oruam exigiu providências contra os agentes envolvidos. “Reitero que toda a ação policial foi unilateral, violenta e injustificada… É crucial que esse episódio seja apurado com rigor… e que não se tolere qualquer prática abusiva por parte de agentes públicos”, escreveu.
“Por fim, reitero que não sou bandido, criminoso ou delinquente. Sou artista, legítimo representante da minha expressão musical e cultural”, concluiu.
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