Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Digão criticou Juliana Marins após a morte dela crédito: Reprodução / Instagram
O vocalista e guitarrista da banda Raimundos, Digão, provocou forte repercussão nas redes sociais ao publicar, nesse domingo (29/6), uma mensagem polêmica sobre a morte da brasileiraJuliana Marins, que caiu em um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Horas depois, ele fez nova postagem, usando a morte da jovem de 26 anos para criticar o governo do presidente Lula (PT).
Digão critica posicionamento político de Juliana Marins Reprodução / Instagram
Na imagem divulgada por Digão, aparece uma mochila que supostamente pertencia à jovem. No acessório, há um broche com a frase "Ele não", em referência ao movimento que surgiu durante as eleições de 2018 contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL). "Quando o mundo dá a volta, não adianta chorar e fingir surpresa. #ELESIM mandou o foda-s* pra vocês!", escreveu o roqueiro.
A declaração gerou uma onda de críticas e revolta. No X, diversos usuários condenaram a atitude do músico. "O Digão dos Raimundos é um ser deplorável", escreveu um internauta. "Bolsonarista Digão, da banda Raimundos, atacou Juliana Marins, vítima de um acidente fatal em um vulcão na Indonésia. Um verdadeiro canalha! Lixo humano”, comentou outro.
Story de Digão critica governo Lula Reprodução / Instagram
Horas depois, Digão fez uma nova postagem. Ele divulgou uma notícia nos stories dizendo que o jogador Alexandre Pato custeou as passagens dos familiares e a prefeitura de Niterói ficou responsável pelo translado do corpo de Juliana. “Enquanto a esquerda tenta me cancelar pra passar pano para o descaso desse desgoverno, eu bato palmas pra Prefeitura de Niterói e para o jogador Pato que está [sic] ajudando a família da Juliana”, escreveu.
Juliana Marins desapareceu no sábado, 21 de junho, após se separar do grupo com o qual fazia uma trilha no vulcão Rinjani. Segundo relatos, ela caiu em um penhasco e ficou desaparecida por dois dias. Imagens captadas por drone na segunda-feira seguinte mostraram o corpo de Juliana, aparentemente sem vida, a 500 metros abaixo do ponto da trilha.
A autópsia da brasileira Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, apontou que ela não chegou a agonizar por muito tempo no penhasco. Reprodução/Instagram
Os exames do corpo da publicitária mostraram que ela sofreu um traumatismo por força contundente , que resultou em danos aos órgãos internos e hemorragia extensa. E ela morreu em cerca de 20 minutos após sofrer essas lesões. Repodução redes sociais
Diante disso, a morte foi pelo trauma causado pelos ferimentos. Foi descartada a possibilidade de hipotermia, ou seja, a morte por causa do frio no local. A autópsia revelou múltiplas fraturas pelo corpo e também lesões na cabeça. Repodução redes sociais
O resgate demorou, segundo o governo da Indonésia, por causa das más condições do local: clima severo e baixa visibilidade. Três equipes participaram das buscas, incluindo duas que são do chamado "esquadrão Rinjani". Montagem/Reprodução/Instagram
O corpo foi transportado ao posto de Sembalun e, depois, levado de avião ao hospital Bayangkara. A necrópsia foi feita em Bali. Reprodução/Instagram
Juliana caiu no penhasco do vulcão enquanto participava de uma trilha no Monte Rinjani, um dos destinos mais famosos da Indonésia. Skyseeker/Flickr/Creative Commons
No sábado (21/06), ela foi vista com vida pela última vez em imagens de drone, num espaço pequeno do paredão, onde ainda estava se movimentando. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
Na terça-feira (24/06), a família confirmou por meio de um post nas redes sociais, que ela tinha sido encontrada já sem vida. Juliana tinha 26 anos. Reprodução/Redes Sociais
O pai de Juliana, Manoel Marins, viajou para a Ãsia, para acompanhar o processo. Em 26/6, ele postou vÃdeo nas redes sociais sobre a dor da famÃia, que "aumenta a cada dia". E que tem chorado muito. Repodução redes sociais
Nos últimos cinco anos, o Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, registrou oito mortes e 180 feridos em acidentes, segundo dados do governo local. Freepik/nikitabuida
O número de acidentes na região tem aumentado, com 60 casos registrados em 2024, quase o dobro de 2023. Reprodução/Google Maps
A maioria dos acidentes, segundo o governo indonésio, ocorre por falhas dos próprios turistas, como uso inadequado de equipamentos, despreparo físico e desrespeito às trilhas oficiais. Reprodução/X
Apesar dos riscos, o Monte Rinjani continua atraindo turistas por sua beleza e desafio, com trilhas complexas e clima instável. Reprodução/Redes sociais
Juliana participava de uma trilha de três dias pelas encostas do Monte Rinjani, considerada uma das mais difíceis da Indonésia, com altitudes superiores a 3.700 metros. Reprodução/Redes Sociais
Fotos divulgadas em uma conta no Instagram dedicada ao caso mostram Juliana caminhando e posando para fotos pela trilha, momentos antes do acidente. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, localizado na ilha de Lombok, localizado a leste da capital Bali. Wikimedia Commons/Giovari max
Em altura, ele é superado apenas pelo Monte Kerinci, em Sumatra, que tem 3.805 metros. Wikimedia Commons/Muhamad Izzul Fiqih
A região ao redor do monte faz parte do Parque Nacional de Gunung Rinjani, uma área protegida de grande importância ecológica e cultural da Indonésia. Wikimedia Commons/Suryasriyama
A impressionante caldeira do vulcão, que abriga o lago Segara Anak, foi formada após uma erupção há cerca de 700 anos. Pexels/ROMAN ODINTSOV
No interior do lago, o cone vulcânico chamado "Gunung Barujari" continua ativo até os dias de hoje. Wikimedia Commons/Yon Ilahi
A região também é conhecida por suas trilhas desafiadoras, paisagens exuberantes e vistas panorâmicas que revelam tanto o oceano quanto os vales florestais da ilha. Eugene Chow/Unsplash
Para os habitantes locais, o Monte Rinjani tem um profundo significado espiritual. Maximus Beaumont/Unsplash
Muitos realizam peregrinações ao lago para fazer oferendas e rituais, acreditando que as águas possuam poderes de cura. Wikimedia Commons/Toni Wöhrl and Sang Cai
Além disso, o vulcão desempenha um papel importante na agricultura da região, pois suas encostas férteis sustentam plantações de arroz, café e outros cultivos. Unsplash/Samurai Cheems
A família da jovem se mobilizou nas redes sociais para pressionar as autoridades locais a acelerarem o resgate. No entanto, as condições geográficas e climáticas dificultaram os trabalhos, que levaram cerca de quatro dias para que o corpo fosse içado até o topo, a aproximadamente 650 metros de altura.
A morte foi confirmada na terça-feira, por meio de uma publicação nas redes sociais feita pelos familiares. Equipes de resgate chegaram a montar um acampamento próximo ao local para facilitar a operação.