Os 10 primeiros anos de atividade do Grupo Jovem Arte e Passo começam a ser comemorados neste fim de semana. Até outubro, o grupo profissionalizante de dança apresenta parte de seu repertório em programas diferentes e em vários palcos da cidade.
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A temporada tem início neste sábado (21/6) e domingo, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, com duas das montagens mais recentes, “Travessia” (2024) e “Tormenta” (2023).
Diretor artístico do grupo, Fred Veiga também assina a coreografia de “Travessia”. “É um recorte da minha visão sobre a história de Minas, sobre coisas que nos identificam de uma forma meio familiar”, comenta. O título remete à primeira parceria de Milton Nascimento e Fernando Brant.
“É uma alusão à música do Milton, mas não é uma homenagem a ele. A trilha faz uma edição de canções como ‘A lua girou’ e ‘Minas Gerais’”, diz ele. “Travessia” propriamente dita aparece somente como uma canção. “Usei o nome para falar da minha experiência em atravessar as estradas com meu pai. Tanto que para essa travessia são utilizados sons como os de uma Maria Fumaça”, comenta Veiga.
Isolamento
Em cena, estarão 17 bailarinos da companhia, os mesmos que vão dançar “Tormenta”. Essa coreografia, de Rafael Bittar, bailarino do Grupo Corpo, nasceu associada à trilha de Gabriel Canedo. “Ela foi criada a partir do isolamento social, quando todos estávamos mexidos com as questões da época”, afirma Veiga.
Fundado por Liana Sáfadi em 2015 e com sede em Santa Efigênia, o Grupo Arte e Passo atua como um intermediário entre as escolas acadêmicas e as companhias profissionais. Atualmente, conta com 18 jovens, entre 18 e 23 anos, que estão se preparando para seguir carreira na dança. A rotina é intensa, com aulas e ensaios de segunda a sexta, de clássico e contemporâneo.
“Quem nos procura, geralmente, é gente que está em busca de uma especialização”, conta Veiga. Pelo grupo já passaram Pablo Garcia, Vitória Lopes, Débora Roots e o já citado Bittar, todos atualmente no Corpo; Yasmim Gonçalves, que está na Cia. De Dança Deborah Colker; Mariana Fiorini, integrante da Cia. Mário Nascimento; Gabriel Pinter, da canadense Lamondance Company; e Mari Chalfum, do Camaleão Grupo de Dança.
“Tem muita gente que se tornou profissional e outros que acabam virando professores e coreógrafos. Ou seja, vão assumindo outras funções na dança”, diz Veiga. Com 15 montagens ao longo de sua história, o grupo vai apresentar mais três programas nos próximos meses: em julho, no Teatro Ney Soares; setembro, no Francisco Nunes, e outubro, no Sesc Palladium.
“TRAVESSIA” E “TORMENTA”
Espetáculos do Grupo Jovem Arte e Passo. Neste sábado (21/6), às 20h, e domingo (22/6), às 19h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 50 e R$ 25 (meia), à venda no Sympla e na bilheteria do teatro.
Outro espetáculo
>>> “GRUPO ARUANDA DANÇA O BRASIL”
Com apresentação nesta sexta (20/6), às 20h, no Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata, s/n, Alípio de Melo), a montagem promove uma viagem pelas danças tradicionais de todas as regiões do país.
A música é executada ao vivo na apresentação do histórico grupo, que já soma mais de 60 anos em atividade. Entrada franca. Ingressos podem ser retirados pelo Sympla ou na bilheteria, duas horas antes da sessão.