Seminário de Música Mineira debate profissionalização de artistas
Segunda edição do encontro será realizada nesta terça-feira (29/7), em BH, com três mesas temáticas que reúnem artistas e profissionais ligados ao setor
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Não é mais possível afirmar que, no cenário musical brasileiro, São Paulo e Rio de Janeiro detêm a hegemonia do mercado. Já foi assim, mas essa centralidade tem se diluído nos últimos anos. Cidades como São Luís (MA), com o Festival BR-135, Recife (PE), com o Expo Rock, e Curitiba (PR), com o Coolritiba, têm se consolidado como polos importantes de circulação musical em suas regiões.
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Belo Horizonte não fica de fora. A capital mineira tornou-se parada obrigatória das grandes turnês nacionais e abriga tanto espetáculos esporádicos quanto projetos fixos, como Uma Voz, Um Instrumento e BH Instrumental, por exemplo. Belo Horizonte também é sede de eventos de grande porte. E não é de hoje que artistas locais ocupam espaço de destaque no mainstream – do Clube da Esquina ao rap de Djonga.
“A gente tem os maiores festivais aqui. O Planeta Brasil, durante muitos anos, foi um dos principais eventos do país. E iniciativas que nasceram em outros estados ganharam força aqui, como o ‘Boteco do Gusttavo Lima’, cuja maior edição foi em Belo Horizonte”, afirma Maria Laura Tergilene, fundadora da incubadora cultural A Fábrica Criativa e empresária do setor musical.
Ela é a idealizadora do Seminário de Música Mineira, que chega à sua segunda edição nesta terça-feira (29/7), no Sesc Palladium. Das 19h às 22h30, o evento reúne três mesas de debate com representantes da cena musical belo-horizontina e autoridades do setor cultural. Os ingressos estão à venda pelo Sympla e na bilheteria do Sesc.
Empreendedorismo
A primeira mesa abordará o empreendedorismo na música. Participam o presidente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (Sbacem), Islam Morais, e os produtores musicais Doug (Doug Hits), DJ Zeu e Tatiana Chaves. O grupo discutirá os bastidores da indústria, envolvendo produção, direitos autorais, formação artística e o impacto cultural de quem atua longe dos holofotes.
“A ideia é levar informação qualificada aos artistas da cidade”, afirma Maria Laura. “Pela nossa experiência com workshops mensais n’A Fábrica Criativa, percebemos que, apesar da força criativa da música em Minas Gerais, ainda há uma lacuna grande na profissionalização dos artistas”, comenta.
As dificuldades aparecem em áreas que muitos músicos ignoram à medida que a carreira avança. Entre elas, educação financeira, planejamento administrativo, investimento em marketing e formação de equipe para turnês e apresentações.
“Querendo ou não, o artista constrói uma empresa. É um profissional autônomo que, em determinado momento da carreira, precisará contar com social media, gestor de tráfego, produtor, técnico de som. Ou seja, um time trabalhando a seu favor. Se ele não tiver preparo para gerir tudo isso, enfrentará obstáculos que podem comprometer seu crescimento”, diz a fundadora d’A Fábrica Criativa.
Políticas públicas
A segunda mesa levará o debate para o campo da política. Participam a secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, e a presidente da Belotur, Bárbara Menucci. O tema será o impacto das políticas culturais e da economia criativa no fortalecimento da música produzida na capital mineira.
Encerrando a noite, a terceira mesa será composta por artistas da cidade que vão compartilhar experiências, métodos de criação e estratégias de carreira. Participam o músico Henrique Portugal (ex-Skank e presidente da Associação Brasileira de Música e Artes), a cantora Bruna Lipiani, MC Gabzin e o grupo de pagode Akatu.
“Buscamos representar os diversos nichos da música. Da criação artística à produção e ao empreendedorismo, queremos oferecer ao público um panorama amplo do mercado. Quem assistir aos debates vai ter acesso à visão de quem está no backstage, do contratante, do dono da gravadora... Tentamos cobrir o maior número possível de frentes, sempre com conteúdos relevantes e de alto impacto para os artistas”, diz Maria Laura.
2º SEMINÁRIO DE MÚSICA MINEIRA
Nesta terça-feira (29/7), das 19h às 22h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos à venda por R$ 50 (inteira), R$ 32,50 (Cliente conveniado Sesc) e R$ 25 (meia), na bilheteria ou pelo Sympla. Clientes com cartão Sesc pagam meia-entrada. Informações: (31) 3270-8100.
PROGRAMAÇÃO
. 19h – Mesa 1: Empreendendo no setor da Música, com Doug (da Doug Hits), Islan Morais (Sbacem), DJ Zeu e Tatiana Chaves
. 20h – Mesa 2: Políticas públicas, cultura e economia criativa, com Eliane Parreiras (secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte) e Bárbara Menucci (presidente da Belotur)
. 21h10 – Mesa 3: Do Sonho à realização, com Akatu, Bruna Lipiani, MC Gabzin e Henrique Portugal