Émilien venceu 646 vezes consecutivas o programa "Les 12 Coups de Midi", da TF1 - (crédito: TF1 / reprodução)
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O estudante Émilien, de 22 anos, fez história na televisão da França ao conquistar 646 vitórias consecutivas no programa “Les 12 Coups de Midi”, da TF1, uma competição de conhecimentos gerais. O feito inédito durou quase dois anos, entre setembro de 2023 e julho de 2025, e garantiu ao jovem um prêmio total de €2,56 milhões (o equivalente hoje a R$ 16,52 milhões) em dinheiro e bens, incluindo 23 carros, diversas viagens, eletrônicos e eletrodomésticos.
O game show reúne quatro participantes a cada episódio em uma disputa de perguntas e respostas. O vencedor do dia assume o posto de "mestre do meio-dia" e retorna no episódio seguinte. Émilien permaneceu invicto por 647 episódios, marcando presença ininterrupta no programa até sua eliminação no último dia 6 de julho, tendo sido superado por Romain, um engenheiro que foi eliminado no dia seguinte.
Durante a participação, o jovem também conseguiu conquistar 23 "estrelas misteriosas", uma espécie de desafio bônus dentro do programa. O impacto de Émilien no programa foi tão grande que ele retornou à atração em um especial de horário nobre, uma semana depois da eliminação.
O desempenho de Émilien fez explodir o interesse do público pelo programa e gerou um recorde de inscrições, conforme revelou o apresentador Jean-Luc Reichmann. "Nunca tivemos tantos pedidos. Gosto da ideia de saber que estamos dando a todos a chance de seguir os passos dos nossos grandes campeões", disse à revista Télé Loisirs.
Por fim, em 2025, a Beija-Flor de Nilópolis, que não vence o carnaval desde 2018, trará para a avenida um enredo sobre Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o eterno Laíla. Será a despedida de Neguinho da Beija-Flor, que foi homenageado pela Unidos de Vila Isabel, no carnaval de Viamão, no Rio Grande do Sul, em 2024.
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Nos últimos cinco títulos, está o bi (2007 e 2008), com Áfricas e um enredo sobre o Macapá. Na década seguinte, em 2011, interpretou o samba sobre Roberto Carlos, em mais uma conquista. Além disso, venceu em 2015, ao falar sobre Guiné Equatorial e cantou, em 2018, sobre as mazelas do Brasil, traçando um paralelo com a obra Frankenstein.
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“Tenho fé que me curei graças a Deus e ao abençoado remédio do Carnaval. Nunca esquecerei como a comunidade me recebeu, na volta dos ensaios, em nossa quadra sagrada. O aplauso e a montanha de carinho estão para sempre tatuados na memória”, recordou.
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Neguinho venceu a luta contra um câncer do intestino em 2008. No ano seguinte, em 23 de fevereiro, casou-se com Elaine Reis, na Marquês de Sapucaí, poucos minutos antes de cantar no carnaval. Ele tem cinco filhos, cinco netos (um falecido) e um bisneto.
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Depois dos vices, Neguinho foi, mais uma vez, tricampeão seguido com a Beija-Flor, nos anos de 2003, 2004 e 2005. No primeiro desfile, a escola pediu o combate à fome e a busca pela paz (2003). Em seguida, falou sobre Manaus (2004) e as sete missões jesuíticas no Rio Grande do Sul (2005).
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Nos anos 90, Neguinho só conquistou o título em 98, junto da Mangueira, com o enredo "O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu!". Depois, foi tetra vice. Um deles com um desfile marcante, em 2001, "A saga de Agotime, Maria mineira Naê!
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Quem compôs o tema “Globeleza” foram os autores Jorge Aragão e José Franco Lattari, assim como Quinho do Salgueiro foi o primeiro a cantá-lo. Contudo, foi na voz de Dominguinhos e Neguinho que a música explodiu e embalou os Carnavais da TV Globo.
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“Fomos tricampeões duas vezes, levamos o Cristo mendigo coberto pela censura, na imagem mais conhecida do Carnaval. E o mais importante: inserimos a Beija-Flor de Nilópolis na história da maior festa popular do Brasil. Em lugar de protagonista”, destacou.
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Outras interpretações, fora do carnaval, bem conhecidas são "Ângela" (Serginho Meriti / Alexandre), "Divina" (Alexandre), "Magali" e "Esmeralda" Mas sua maior composição é "O Campeão (Meu Time)", cantada em estádios de futebol ("Domingo eu vou ao Maracanã / Vou torcer pro time que sou fã").
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Nos anos 80, Neguinho conquistou dois títulos, em 1980 e 1883. No entanto, os desfiles mais marcantes da Beija-Flor foram os vices de 1986 e 1889. No primeiro, desfilou sob forte chuva ao falar sobre o mundo do futebol, enquanto no segundo trouxe um dos maiores desfiles de todos os tempos: "Ratos e Urubus, larguem minha fantasia"
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O intérprete não só venceu seu primeiro desfile, como emplacou logo um tricampeonato. Em 1977, o bi foi com o enredo "Vovó e o rei da saturnália na corte egipciana" e, em seguida, levantou o tri ao cantar "A criação do mundo na tradição nagô". Era uma fase vitoriosa ao lado de Laíla e Joãosinho Trinta.
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Lançou seu primeiro disco em 1980. Mas emplacou outros, como os sambas-enredo "Os Cinco Bailes da História do Rio" (Silas de Oliveira / Dona Ivone Lara / Bacalhau), "Aquarela Brasileira" (Silas de Oliveira), "Sonhar com Rei Dá Leão" (de sua autoria) ou sambas-canção, como "Nervos de Aço" (Lupicínio Rodrigues).
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Pé quente, o intérprete fez sua estreia da melhor forma possível. Em 1976, disputou as eliminatórias de samba e venceu. Assim, estreou no estúdio cantando o samba de sua autoria, e a Beija-Flor ainda foi campeã pela primeira vez com "Sonhar com Rei Dá Leão".
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Neguinho, então, incorporou o nome artístico à sua certidão de nascimento. Anísio (Abraão David, patrono da Beija-Flor) pediu ao Cabana que o chamasse para substituir o Bira Quininho, puxador da época, que tinha falecido.
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Na época, em 1975, era conhecido por Neguinho da Vala, apelido nascido na infância terrivelmente pobre, em Nova Iguaçu. Em Nilópolis, criou o bordão "Olha a Beija-Flor aí, gente!", que se tornou um dos gritos de guerra mais conhecidos do carnaval.
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Com uma voz potente e afinada, estreou como puxador de samba no bloco Leão de Iguaçu, em 1970. Sem espaço entre os compositores de Salgueiro, Império Serrano, Portela e Mangueira, chamou a atenção de Cabana (Silvestre David da Silva), compositor dos primórdios da Beija-Flor.
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Neguinho tem um irmão que seguiu o mesmo caminho: a paixão pelo samba, música e carnaval. Ninguém menos que Édson Feliciano Marcondes, o Nego, outro grande intérprete das escolas de samba. Já sua irmã, Tina Flor, morreu em 2015.
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Luiz Antônio Feliciano Marcondes nasceu em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, dia 29 de junho de 1949. Filho de músico, ganhou um concurso de cantores mirins, aos dez anos de idade, interpretando um samba de Jamelão.
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Neguinho venceu cinco vezes (1985, 2002, 2003, 2009 e 2013) o Estandarte de Ouro de Melhor Intérprete e venceu quatorze títulos (1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018). Além disso, é compositor de cinco sambas da escola (1976, 1978, 1981, 1983 e 1984).
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"O tempo é inimigo da perfeição. O tempo é maravilhoso. Eu já cheguei a 75 anos, são 50 anos de convivência na escola que é minha família, esse momento é difícil", afirmou Neguinho ao RJTV.
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O lendário intérprete comandou a escola de 1976 a 2025 e foi a voz de todos os 15 campeonatos conquistados pela azul e branca da Baixada. Neguinho também cantou na Unidos da Tijuca, em 1980, no Acesso, e esteve no carro de som da Mocidade Alegre, em São Paulo, em 1998 e 1999.
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E a despedida foi em grande estilo, com o seu 15º tÃtulo pela Beija-Flor. A escola desfilou com enredo "LaÃla de Todos os Santos, LaÃla de Todos os Sambasâ?, em homenagem ao diretor morto em 2021.
Reprodução de vÃdeo TV Globo
Além disso, o icônico cantor será tema de um documentário produzido pela Globoplay, com estreia prevista para acontecer ainda em 2025. Segundo José Junior, criador e produtor do conteúdo, a atração contará a trajetória de Neguinho com imagens de arquivo inéditas e registros dos últimos momentos do intérprete à frente da escola de samba de Nilópolis.
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Ao lado de integrantes da escola campeã de 2025 e especialistas em samba e carnaval, Neguinho irá participar das gravações do programa, que terá oito finalistas para, depois, eleger o vencedor.
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Aposentado do carnaval carioca após 50 anos, Neguinho de Beija-Flor fará parte de uma banca de jurados de reality show para escolher o seu sucessor na escola de Nilópolis. O programa será exibido no Multishow, canal por assinatura do grupo Globo.
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Em 2005, lançou seu primeiro DVD, na Cidade do Samba, contando com a presença de Sandra de Sá e dos intérpretes das escolas de samba. Fez uma turnê internacional com seu empresário, com shows em países como Bélgica, Itália, Suíça, Holanda, Espanha, França, entre outros.
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O sucesso e a longevidade de Émilien também levantaram discussões entre os produtores sobre a necessidade de alterar as regras do jogo. Embora as normas originais não limitassem o número de vitórias consecutivas, a presença tão prolongada de um único participante chegou a incomodar parte da audiência. “Não podíamos mudar o contrato no meio do caminho, mas vamos ver com os produtores se algo precisa evoluir", apontou o apresentador.