Música clássica

Pianista Cristian Budu encara 'prova de fogo' em dois concertos em BH

Ao lado da Filarmônica de Minas, Budu vai interpretar o complexo 'Segundo', de Brahms, nesta quinta e sexta-feira (21 e 22/8)

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O “Segundo” de Brahms (1787-1881) é obra temida por alguns pianistas. “Tem horas que parece impossível”, admite Cristian Budu. Solista que já tem história com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, ele topou uma imersão na peça o convite do maestro Fabio Mechetti.

Nesta quinta (21/8) e na sexta-feira (22/8), na Sala Minas Gerais, Budu executa o “Concerto para piano nº 2 em si bemol maior”. O programa será aberto com “O burguês fidalgo” (1912, revisada em 1920), obra de Richard Strauss inspirada na comédia de Molière.

Cristian Budu se envolveu tanto no projeto que executou a obra de Brahms como uma forma de iniciação, há uma semana, junto à Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, regida por Rossini Parucci, contrabaixista da Filarmônica de Minas.

Nelson Freire

A primeira vez que o pianista assistiu a esse concerto ao vivo foi com Nelson Freire (Budu é considerado sucessor do gênio de Boa Esperança). A apresentação, relembra, foi em 2010, no Festival de Campos do Jordão. Na ocasião, Freire era o solista da Filarmônica de Minas Gerais, regida por Mechetti.

“Era uma obra que o Nelson Freire tocava demais. Ele amava muito o concerto, que encanta as plateias desde sempre”, revela.

Johannes Brahms (1833-1897) compôs dois concertos para piano com intervalo de 20 anos. Com quatro movimentos, o “Concerto nº 2” é “praticamente uma sinfonia com o piano”, explica Budu.

“Na história da literatura, existem muitos concertos difíceis. Mas você acaba se acostumando a fazer, ganha até certo conforto. Já este concerto é uma obra que nunca chega ao nível do conforto.”

Duas orquestras

Budu comenta que a peça, diante de seu tamanho e complexidade, é musicalmente difícil de construir.

“O piano no fundo soa como outra orquestra, então a sensação é de que são duas orquestras tocando juntas. Parece que você tem de ter 30 dedos para tocar, pois as melodias e harmonias são muito ricas. Ao mesmo tempo, há um refinamento sonoro. Você tem de ser não só pianista de grande capacidade, mas tem que estar num bom dia. Obviamente, estou muito empolgado com isso.”

Filho de romenos que imigraram para São Paulo no início da década de 1980, Budu cresceu em Diadema, graduou-se em música no Brasil, especializou-se nos Estados Unidos. Viveu na Alemanha até a pandemia. Durante a crise sanitária, mudou-se para Belo Horizonte. Mas a carreira como solista o levou novamente para fora. Hoje, ele se divide entre São Paulo e Paris.

Logo após os concertos com a Filarmônica, ele retorna à Europa para tocar no Elba Isola Musicale, na Itália. O programa, com obras de Schönberg e Schubert, foi criado em torno das 210 anos da partida de Napoleão da Ilha de Elba.

Budu participa do festival, em 2 de setembro, a convite de Annie Dutoit Argerich, filha da grande Martha Argerich, pianista argentina que será o maior destaque do evento, onde se apresenta em 3/9.

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Com Cristian Budu. Concertos nesta quinta e sexta (21 e 22/8), às 20h30, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Inteira: de R$ 39,60 (mezanino) a R$ 193 (camarote). À venda na bilheteria e no site filarmonica.art.br

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