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Virada Cultural: Música domina programação com shows dançantes

Palcos na Praça da Estação, no Parque Municipal e na rua Guaicurus receberam apresentações para levantar a plateia. Carlinhos Brown e OOP encerraram evento

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Mesmo que a maior parte das atrações – 300, ao todo – tenha sido mineira, foi a Bahia que convocou a multidão na décima edição da Virada Cultural, que terminou no início da noite deste domingo (24/8). Todos os santos da Bahia saudada por Jorge Amado baixaram em Belo Horizonte no encerramento do evento, na Praça da Estação.


Carlinhos Brown, acompanhado da Orquestra Ouro Preto, apresentou o show "Afrosinfonicidade". Com os músicos a postos, o maestro Rodrigo Toffolo subiu ao palco às 18h25. Logo em seguida, foi a vez de Brown, metido em um casaco dourado brilhante. Após uma breve introdução, saudou o público e apresentou a música "Seo Zé". Cantou e esbanjou talento com as baquetas, tocando um pequeno kit percussivo, além do berimbau.

Em seguida, vieram as parcerias com Marisa Monte: "Vilarejo", "Maria de verdade" e "Segue o seco". Somados às cordas da Orquestra, instrumentos tradicionais de uma banda – a bateria, em especial – garantiram a pulsação que algumas músicas pedem.


Brown voltou 30 anos no tempo ao executar um tema de seu primeiro álbum, "Alfagamabetizado". Falante, interagiu com o público em diversos momentos, e teve sempre uma resposta efusiva – evidente, por exemplo, no coro que puxou para "Velha infância", do repertório dos Tribalistas.


Flores para a plateia

Tocando atabaque, apresentou, com uma levada algo caribenha, "Amor, I love you", canção que, como diz, consolidou sua parceria com Marisa Monte. Durante sua execução, num momento Roberto Carlos, distribuiu flores para o público. "Sim, sou um cancioneiro de músicas românticas", disse.

A pegada axé foi enfatizada com "Quixabeira", que pôs a multidão para pular. Foi nesse pique, com "Já sei namorar" e "A namorada" na sequência, que Brown e a Orquestra Ouro Preto conduziram o show até o final.


Parte desse público já tinha enfrentado o sol da tarde para ver o Olodum, em apresentação que celebrou os 40 anos do grupo. O repertório foi recheado de sucessos da axé music, como "Nossa gente (avisa lá)", "É lindo de se ver", "Baianidade Nagô" e "Berimbau".


Em questão de 30 minutos, o público da Praça da Estação duplicou. O coro ecoou forte no refrão de "Vem meu amor", uma canção "de quase 40 anos", segundo o vocalista, que a dedicou às mulheres. E reverberou ainda mais com "Várias queixas", música reerguida pela gravação dos Gilsons em 2020.


Depois de evocar a Banda Reflexus com "Madagascar", o Olodum recebeu Tom Nascimento para uma homenagem a Milton Nascimento, com "Nos bailes da vida". Dorival Caymmi também foi lembrado com a "Suíte dos pescadores".


Outra atração de fora que levou muita gente para a Praça da Estação foi o grupo Fat Family que, na noite de sábado (23/8), homenageou Tim Maia, referência do grupo. Mas foi o repertório autoral que realmente conquistou o público.


Antes mesmo do início da apresentação, a expectativa já tomava conta da plateia. O público, animado, cantava “Se você demorar eu não vou te procurar”, versos da canção “Eu não vou”, seguidos de gritos de “Ei, Fat Family, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”


Vestidas com figurinos de paetê, Suzete, Kátia e Simone Cipriano – únicas remanescentes da formação original, de 1996, com oito irmãos de Sorocaba – abriram o show com “O descobridor dos sete mares”. Foram acompanhadas por oito instrumentistas. O tributo seguiu com sucessos como “Gostava tanto de você”, “Azul da cor do mar” e “Me dê motivo”.


Surpresa foi a participação especial da belo-horizontina Juliana Shiutz, que subiu ao palco para cantar “Você”. “Ela vai representar a voz de cada um de vocês”, anunciou Suzete antes de chamar a artista ao palco. O ponto alto da apresentação foi o bloco final, em que o Fat Family cantou suas músicas autorais: “Perdi você”, “Eu não vou” e “Jeito sexy”.


Menos feliz, mesmo sendo um dos artistas campeões da Virada (participou de nove das 10 edições), foi a participação de Marcelo Veronez, que se apresentou no sábado na Rua Guaicurus. Subiu ao palco com 45 minutos de atraso – não por culpa dele, mas do sistema de som, que atrapalhou o show de ritmos latinos ao lado de um combo de sete excelentes músicos.


Visivelmente irritado, o ator e cantor, conhecido pela performance visceral, ficou limitado. Se andasse muito no palco, causaria microfonia; se ficasse parado, esfriaria um show dançante. A cantora Jhê, que o acompanha no projeto Marcelo Veronez e Seu Conjunto, também não passou incólume. O microfone falhou diversas vezes, deixando-a completamente na mão e em situação constrangedora.


"Estamos fazendo o que a gente pode, tudo que está ao nosso alcance para cantar bonito para vocês. Mas tá uma situação muito complexa”, disse Veronez, ao interromper o show. “Quero terminar com alegria, dignidade e satisfação para todo mundo poder ficar feliz." O cantor, no entanto, não perdeu a presença de palco hora nenhuma. "Guerreiro!", gritaram pessoas da plateia.


Após o show, Veronez disse ao Estado de Minas: "A gente já está fazendo a Virada há 10 anos. Acho importante ela se olhar. Fazer uma avaliação sobre como está acontecendo. A ideia de medir o sucesso de um evento é sobre como ele acontece". (Participaram da cobertura: Ana Clara Torres*, Daniel Barbosa, Gabriela Matina, Giovana Souza*, Lucas Lanna Resende)

*Estagiárias sob a supervisão da editora Silvana Arantes

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