FOLHAPRESS - Parentes, amigos, intelectuais, artistas, políticos e anônimos lotaram o Salão Julio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul na tarde deste sábado (30) para se despedir do escritor Luis Fernando Verissimo. Ele morreu minutos antes da 1h no hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, onde estava internado desde o dia 11 de agosto em razão de múltiplas enfermidades.

No mesmo local, em novembro de 1975, há quase 50 anos, foi velado o pai de Luis Fernando, Erico Verissimo (1905-1975), também escritor e maior nome da literatura do Rio Grande do Sul. 

Para a filha mais velha, Fernanda Verissimo, jornalista, a coincidência simboliza a relação do pai com o estado e o Brasil. "É uma demonstração da comoção e do respeito que ele merece", afirmou ela. "É como se Erico estivesse morrendo outra vez", acrescentou Luis Augusto Fischer, professor do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Em 1975, estreavam "As cobras", tirinha de Verissimo publicada no jornal Zero Hora, em Porto Alegre. As duas serpentes costumam conversar sobre o mundo, o cotidiano e a existência Luis Fernando Verissimo/Reprodução
Em maio de 2024, foi lançado nos cinemas o documentário "Verissimo". Dirigido por Angelo Defanti, o filme acompanhou Luis Fernando Verissimo nas duas semanas anteriores a seu aniversário de 80 anos, em 2016 Igor Spertotto/Reprodução
O Analista de Bagé foi personagem criado por Verissimo em 1981, sátira aos homens gaúchos. As narrativas de humor foram adaptadas para o teatro pela primeira vez em 1982. Cláudio Cunha (1946-2015) ficou famoso no papel do protagonista Divulgação
Luis Fernando Verissimo recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, condecoração post-mortem concedida a seu pai, o escritor Erico Verissimo (1905-1975) Jose Varella/Reprodução
Em 2011, Luis Fernando Verissimo veio a Belo Horizonte participar da comemoração dos 25 anos do projeto Sempre um Papo, no Palácio das Artes Marcos Vieira/EM/D.A Press
Além de se dedicar à literatura, Luis Fernando era músico. Aprendeu a tocar saxofone com 16 anos e formou grupos de jazz com amigos Leo Drumond/Reprodução
O gaúcho Luis Fernando Verissimo era escritor, cartunista e dramaturgo Maria Tereza Correia/EM/D.A Press
De 1995 a 1997, a TV Globo exibiu a série "A comédia da vida privada", inspirada nas crônicas de Luis Fernando Verissimo. O elenco reuniu Diogo Vilela, Fernanda Torres, Pedro Cardoso e Paulo Betti Nelson Di Rago/Reprodução
O tímido escritor foi casado com a extrovertida Lúcia Verissimo por 62 anos. Tiveram três filhos - Mariana, Fernanda e Pedro - e dois netos Adriana Franciosi/Reprodução

Verissimo, que havia sofrido um acidente vascular cerebral em 2021 e enfrentava dificuldades motoras e de fala, teve um fim tranquilo. "Ele simplesmente fechou os olhos e se foi", contou o filho caçula, o músico Pedro Verissimo.

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O ex-governador Olívio Dutra disse que Verissimo era um intérprete não apenas das diversas facetas do Rio Grande do Sul, mas de todo o país. "Com seu humor fino e articulado, ele compunha um retrato de nossa sociedade e se posicionava pela justiça e a solidariedade", afirmou.

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