CINEMA

Kleber Mendonça: o diretor que leva o Brasil para as telas do mundo

De 'O Som ao Redor' a 'O Agente Secreto', conheça a trajetória do cineasta que se tornou um dos nomes mais importantes e premiados do cinema nacional

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A fila que dobrou o quarteirão em Belo Horizonte para a exibição gratuita de "O Agente Secreto" diz muito sobre o cinema de Kleber Mendonça Filho. O evento, que parou a capital mineira, não era apenas pela chance de ver um filme de graça, mas pela oportunidade de assistir à mais nova obra de um dos diretores brasileiros mais influentes das últimas décadas, estrelada por Wagner Moura e que representará o Brasil na corrida pelo Oscar.

O cineasta pernambucano construiu uma carreira sólida, marcada por um olhar crítico sobre as dinâmicas sociais, urbanas e políticas do Brasil. Seus filmes não apenas circulam em grandes festivais internacionais como Cannes, mas também geram debates acalorados e conquistam o público por onde passam. Essa conexão com a audiência, vista em Belo Horizonte, é o reflexo de um trabalho que fala diretamente sobre as tensões e belezas do cotidiano brasileiro.

“O Som ao Redor”

"O Som ao Redor" mergulha na vida de uma rua de classe média em Recife, revelando as ansiedades e os conflitos velados de seus moradores. O filme explora a paranoia urbana, a desigualdade social e as relações de poder que se escondem por trás da aparente tranquilidade do bairro.

Com uma narrativa que valoriza o som como elemento central, o longa cria uma atmosfera de tensão constante. O filme foi aclamado pela crítica internacional e listado pelo jornal "The New York Times" como uma das melhores produções daquele ano. Foi o cartão de visitas que colocou o nome do diretor no mapa do cinema mundial e estabeleceu temas que seriam recorrentes em sua obra.

“Aquarius”

Quatro anos depois, em 2016, veio "Aquarius". Estrelado por Sônia Braga, o filme conta a história de Clara, uma jornalista aposentada e crítica de música que se recusa a vender seu apartamento para uma construtora. O edifício, que dá nome ao filme, é o último de seu estilo em uma área nobre do Recife, e a protagonista é a única moradora que resiste à especulação imobiliária.

A obra transcende a luta por um imóvel e se torna uma poderosa metáfora sobre memória, resistência e dignidade. A jornada de Clara contra o assédio da construtora gerou grande identificação com o público. O lançamento em Cannes foi marcado por um protesto do elenco e da equipe contra o cenário político brasileiro da época, o que amplificou ainda mais o alcance e o debate em torno do filme.

“Bacurau”

Em 2019, em parceria com Juliano Dornelles, Kleber Mendonça Filho lançou "Bacurau". O filme, que mistura faroeste, ficção científica e drama social, se passa em um pequeno vilarejo no sertão que, de repente, desaparece dos mapas. Seus moradores precisam se unir para lutar contra uma ameaça externa e violenta.

"Bacurau" foi um fenômeno cultural. Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o longa capturou o espírito de um Brasil perplexo e polarizado. Expressões e elementos do filme, como a própria palavra "Bacurau", entraram para o vocabulário popular e se tornaram símbolos de resistência. A obra se destacou pela forma original e potente com que abordou temas como o abandono de comunidades e a força do coletivo.

“O Agente Secreto” e o Oscar

Agora, com "O Agente Secreto", o diretor revisita um período conturbado da história do país. Wagner Moura interpreta um dos personagens centrais envolvidos na ação.

A escolha do filme para representar o Brasil no Oscar 2025 reforça a relevância de seu trabalho. A enorme procura por ingressos em pré-estreias, como a de Belo Horizonte, mostra que o público está ansioso para ver como o cineasta irá retratar mais um capítulo complexo da identidade nacional. Kleber Mendonça Filho segue, assim, como uma voz essencial, usando o cinema para fazer o Brasil se enxergar em suas próprias telas.

Leia: Kleber Mendonça Filho vence Melhor Direção em Cannes com ‘O agente secreto’.

O que torna o cinema de Kleber Mendonça Filho tão relevante?

Seus filmes abordam questões sociais e políticas do Brasil de forma crítica e original. Ele explora temas como desigualdade, especulação imobiliária, memória e resistência.

As narrativas conseguem dialogar tanto com a crítica especializada em festivais internacionais quanto com o grande público, gerando debates e forte identificação.

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