5 álbuns póstumos de sucesso que marcaram a história da música
De Cazuza a Michael Jackson, relembre artistas que, como Marília Mendonça, tiveram obras lançadas após a morte e comoveram milhões de fãs
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Siga noA decisão de Murilo Huff de vetar o lançamento de um álbum com músicas inéditas de Marília Mendonça colocou em evidência um tema delicado e recorrente na indústria musical. A escolha de aguardar que o filho do casal, Léo, atinja a maioridade para autorizar o projeto gerou um intenso debate sobre o legado dos artistas e o momento certo de compartilhar obras guardadas com o público.
Essa não é uma situação inédita. Ao longo da história, a partida de grandes ícones deixou um vácuo preenchido, em parte, por trabalhos lançados após suas mortes. Esses projetos se tornam um presente final para os fãs, uma forma de manter a conexão viva e, ao mesmo tempo, celebrar a genialidade que o tempo não pode apagar. De gravações finais a compilações de material raro, muitos desses álbuns alcançaram sucesso estrondoso, marcando para sempre a memória de seus criadores.
Michael Jackson – “This Is It”
A morte de Michael Jackson em 2009, às vésperas de uma grandiosa turnê de retorno, chocou o mundo. Meses depois, o lançamento do álbum e do documentário “This Is It” ofereceu um vislumbre do que o público havia perdido. O disco não trazia exatamente músicas inéditas, mas sim as versões que o rei do pop ensaiava para os shows.
O sucesso foi imediato e avassalador. O álbum se tornou um fenômeno global, liderando as paradas em dezenas de países e vendendo milhões de cópias. Mais do que uma coletânea, “This Is It” funcionou como um tributo a Michael Jackson, mostrando que, mesmo nos ensaios, sua performance era incomparável.
Cazuza – “Por Aí”
A luta de Cazuza contra a Aids foi acompanhada de perto pelo Brasil nos anos 1980. Mesmo com a saúde debilitada, o artista não deixou de compor e gravar. O álbum “Por Aí”, lançado em 1991 meses após sua morte em 1990, é um retrato pungente de sua fase final de vida e criatividade.
O disco foi concluído com grande esforço, com vocais gravados quando o cantor já estava muito fraco. O resultado é um trabalho visceral e poético, que trouxe canções eternas. “Por Aí” não apenas consolidou Cazuza como um dos maiores letristas do país, mas também se transformou em um símbolo de sua coragem e paixão pela música.
Amy Winehouse – “Lioness: Hidden Treasures”
O talento de Amy Winehouse era tão grande quanto a sua vulnerabilidade. Sua morte prematura, em 2011, deixou uma legião de admiradores órfãos de sua voz única. No mesmo ano, foi lançado “Lioness: Hidden Treasures”, uma coletânea que reuniu canções inéditas, demos e versões alternativas gravadas ao longo de sua carreira.
Organizado por produtores que a acompanharam de perto, o álbum foi recebido com emoção e alcançou o topo das paradas no Reino Unido. O disco revelou a versatilidade de Amy, passeando pelo jazz, soul e reggae. Para muitos, o trabalho foi a prova definitiva do gênio criativo que se foi cedo demais, oferecendo novas pérolas de uma artista que ainda tinha muito a dizer.
Nirvana – “MTV Unplugged in New York”
Lançado sete meses após a morte de Kurt Cobain, em 1994, o álbum “MTV Unplugged in New York” se tornou um dos testamentos mais poderosos da história do rock. A apresentação, gravada no ano anterior, mostrou um lado diferente do Nirvana, despindo a fúria grunge para revelar a melancolia e a beleza crua das composições de Cobain.
O clima intimista, com arranjos de violoncelo e um repertório que incluía covers surpreendentes, como “The Man Who Sold the World”, de David Bowie, conferiu ao show um tom de despedida. O álbum foi aclamado pela crítica, venceu um Grammy e é considerado por muitos como um dos melhores discos ao vivo de todos os tempos. Ele redefiniu o legado da banda, imortalizando a performance como um epitáfio assustadoramente belo.
Janis Joplin – “Pearl”
Janis Joplin estava no auge de sua potência criativa durante as gravações de “Pearl”. Sua morte, em outubro de 1970, interrompeu o processo, mas não impediu que o álbum se tornasse sua obra-prima. Lançado três meses depois, o disco capturou a energia e a alma de uma das maiores vozes do rock e do blues.
O trabalho liderou as paradas por semanas e trouxe o hit “Me and Bobby McGee”, sua canção de maior sucesso comercial. “Pearl” não apenas se tornou o álbum mais vendido de sua carreira, mas também a consagrou definitivamente como uma lenda imortal da música.