ATUAÇÃO

Fernanda Torres: 7 atuações que mostram que ela merece o Oscar

De 'Eu sei que vou te amar' a 'Os normais'; faça uma viagem pela carreira da atriz e relembre papéis inesquecíveis que mostram todo o seu talento

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A recente declaração do presidente da Academia do Oscar, Bill Kramer, sobre a força da campanha brasileira por Fernanda Torres e o filme “Ainda estou aqui” acendeu uma conversa antiga. O executivo confirmou que o barulho nas redes sociais colocou a atriz no radar de Hollywood, mas quem acompanha sua carreira diz que o reconhecimento internacional é uma consequência natural de um talento raro e consistente.

Fernanda Torres transita entre o drama mais denso e a comédia mais anárquica. Celebrar sua trajetória é revisitar momentos marcantes da cultura brasileira. Por isso, listamos sete atuações que mostram que Fernanda Torres não apenas merece uma campanha, como também, o Oscar.

1. ‘Eu sei que vou te amar’ (1986)

Tudo começou aqui. Com apenas 20 anos, Fernanda Torres entregou uma performance avassaladora que a colocou no mapa do cinema mundial. No filme de Arnaldo Jabor, ela interpreta uma jovem que, prestes a assinar o divórcio, decide ter uma última e longa conversa com o ex-marido, revivendo as dores e delícias da relação.

O longa se apoia quase inteiramente no talento de seu casal de protagonistas. A câmera de Jabor explora cada nuance do rosto de Fernanda, que transmite uma montanha-russa de emoções de forma crua e visceral. O resultado foi histórico: ela se tornou a primeira brasileira a ganhar o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, um feito que ecoa até hoje e que já sinalizava o calibre de seu talento.

2. ‘O que é isso, companheiro?’ (1997)

Em um papel que demonstra sua impressionante versatilidade, Fernanda Torres mergulhou no denso thriller político dirigido por Bruno Barreto. O filme, que narra o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick durante a Ditadura Militar no Brasil, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e exigiu uma abordagem completamente diferente de seus trabalhos mais conhecidos.

Interpretando uma das guerrilheiras envolvidas na operação, a atriz compõe uma personagem contida, mas carregada de tensão e convicção ideológica. Sua atuação é precisa e sem excessos e contribui para o clima de urgência e perigo que permeia toda a trama. É a prova de que seu domínio de cena vai muito além do humor, alcançando profundidade dramática.

3. ‘Gêmeas’ (1999)

Interpretar papéis duplos é um dos maiores testes para a habilidade técnica de um ator, e Fernanda Torres passou com louvor neste filme de Andrucha Waddington. Ela dá vida às irmãs Iara e Marília, que, apesar da aparência idêntica, possuem personalidades completamente opostas e se envolvem em um complexo e perigoso triângulo amoroso.

Sua capacidade de construir duas personagens distintas no mesmo corpo é notável. Com sutis mudanças na postura, no olhar e no tom de voz, ela convence o espectador de que está diante de duas pessoas diferentes. A performance é um exercício de técnica e sensibilidade, mostrando um controle absoluto sobre seus instrumentos de trabalho e resultando em uma das atuações mais complexas de sua carreira.

4. ‘Os Normais’ (2001-2003)

Se Cannes a apresentou ao mundo, foi como Vani que Fernanda Torres entrou definitivamente para o imaginário popular brasileiro. A série, criada por Fernanda Young e Alexandre Machado, se tornou um fenômeno cultural ao retratar as neuroses de um casal comum, Rui e Vani, com um humor rápido, inteligente e muitas vezes caótico.

A Vani de Fernanda é uma criação genial. Sua energia, suas manias e seu timing cômico impecável, em perfeita sintonia com Luiz Fernando Guimarães, redefiniram o humor na televisão brasileira. Ela transformou situações cotidianas em momentos hilários e inesquecíveis, provando que a comédia, quando feita com excelência, é uma arte tão exigente quanto o drama mais profundo.

5. ‘Saneamento básico, o filme’ (2007)

Nesta comédia inteligente de Jorge Furtado, Fernanda volta a exibir sua veia cômica, mas de uma maneira diferente. Ela é Marina, uma moradora de uma pequena cidade que, junto com o marido, convence a prefeitura a financiar a gravação de um filme de monstro para, na verdade, usar a verba para o saneamento básico da cidade.

A beleza de sua atuação está na forma como ela ancora a história absurda em uma verdade emocional. Marina é sonhadora e pragmática, e Fernanda equilibra essas duas facetas com maestria. Sua performance é o coração do filme, tornando crível a premissa mais maluca e fazendo o público torcer por aquele plano improvável. É uma comédia que fala sobre arte, comunidade e, claro, a necessidade de um bom esgoto.

6. ‘Tapas & beijos’ (2011-2015)

Dez anos depois de "Os Normais", Fernanda Torres provou que seu carisma e talento para a comédia televisiva eram inesgotáveis. Como Fátima, uma das vendedoras de uma loja de noivas no subúrbio do Rio, ela liderou outra série de enorme sucesso, que ficou no ar por cinco temporadas e conquistou o público com suas confusões amorosas e profissionais.

Ao lado de Andrea Beltrão, formou uma das duplas mais queridas da TV. Sua Fátima era forte, independente e engraçada, uma mulher real com problemas reais. A longevidade da série é um atestado da capacidade de Fernanda de sustentar uma personagem por anos, desenvolvendo-a e mantendo o frescor sem nunca cair na caricatura.

7. ‘Ainda estou aqui’

O filme que gerou toda a movimentação recente é o ápice de uma carreira construída com consistência e brilhantismo. Dirigido por Walter Salles, o longa traz Fernanda no papel de Eunice Paiva, esposa do deputado Rubens Paiva, que desapareceu durante a Ditadura Militar. A trama acompanha sua incansável luta por respostas e justiça.

A atuação já é aclamada pela crítica nacional e internacional como uma das mais potentes de sua vida. Ela encarna a dor, a resiliência e a transformação de uma mulher que se torna um símbolo da resistência. É um papel que exige maturidade, contenção e uma explosão de sentimentos, qualidades que Fernanda Torres domina como ninguém. Essa performance não apenas justifica a campanha pelo Oscar; ela a torna quase uma obrigação.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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