Etarismo na TV: como Edvana Carvalho quebra barreiras em 'Vale tudo'
A escalação da atriz de 57 anos para um papel de destaque levanta importante debate sobre a falta de oportunidades para artistas mais velhos na teledramaturgia
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A escalação da atriz Edvana Carvalho para interpretar Eunice, um papel de grande destaque no remake da novela “Vale tudo”, está gerando um debate necessário na teledramaturgia brasileira. Mais do que apenas um novo trabalho para uma artista talentosa, a escolha coloca em evidência a discussão sobre o etarismo e a falta de oportunidades para profissionais mais velhos na televisão.
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Em uma indústria frequentemente criticada por valorizar a juventude, a presença de uma atriz de 57 anos em uma personagem complexa e central quebra um ciclo de estereótipos. A decisão da produção da novela sinaliza uma possível mudança de mentalidade, abrindo espaço para narrativas que refletem a diversidade da sociedade, incluindo a maturidade como parte fundamental da experiência humana.
O preconceito de idade, conhecido como etarismo, se manifesta de várias formas no setor audiovisual. Frequentemente, atores e atrizes com mais de 50 anos são relegados a papéis secundários, como avós, pais de protagonistas ou personagens que servem apenas de apoio para tramas mais jovens. Raramente suas próprias histórias, desejos e conflitos ganham o centro do palco.
Essa limitação de papéis não apenas subutiliza o talento de veteranos, mas também reforça uma visão distorcida da realidade. Pessoas mais velhas continuam a ter vidas ativas, com carreiras, relacionamentos e desafios próprios. Ignorar essas experiências é apagar uma parcela significativa da população das telas, criando uma representação incompleta e prejudicial.
A escolha de Edvana Carvalho para um papel que, na versão original de 1988, foi de Íris Bruzzi, é simbólica. Ela demonstra que a capacidade de cativar o público não tem idade e que a experiência pode agregar camadas valiosas à interpretação. A repercussão positiva em torno do anúncio revela que o público está pronto e anseia por essa diversidade.
Como identificar e combater o etarismo no dia a dia
O debate levantado pela escalação da atriz vai além do mundo da ficção. O preconceito de idade está presente em diversas situações cotidianas, desde o mercado de trabalho até as relações familiares. Reconhecer e combater essas atitudes é um passo importante para uma sociedade mais inclusiva. Veja algumas dicas práticas:
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Questione os estereótipos: preste atenção em como pessoas mais velhas são retratadas em filmes, séries e na publicidade. Evite piadas e comentários que associam a idade à incapacidade, ao esquecimento ou à falta de relevância.
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Valorize a experiência profissional: no ambiente de trabalho, reconheça que a trajetória de um profissional mais velho agrega conhecimento e maturidade. Evite supor que eles não dominam novas tecnologias ou que são menos produtivos.
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Promova o diálogo intergeracional: incentive a troca de ideias e experiências entre pessoas de diferentes idades. A convivência é uma das formas mais eficazes de quebrar preconceitos e construir respeito mútuo.
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Apoie o consumo consciente: dê preferência a marcas, produtos e conteúdos que valorizem a diversidade etária em suas campanhas e produções. Seu poder de consumo também é uma ferramenta de mudança.
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Corrija falas preconceituosas: ao ouvir um comentário etarista, mesmo que pareça inofensivo, explique de forma educada por que aquela fala é problemática. A conscientização começa em pequenas atitudes.
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Incentive novas oportunidades: se você está em uma posição de liderança ou decisão, garanta que os processos seletivos e as oportunidades de desenvolvimento sejam justos para profissionais de todas as idades.
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O que é etarismo?
Etarismo é o preconceito ou a discriminação com base na idade de uma pessoa. Pode se manifestar por meio de estereótipos, atitudes e práticas institucionais.
Essa forma de discriminação afeta tanto os mais jovens quanto os mais velhos, mas é mais comum contra pessoas de idade avançada.
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Como o etarismo aparece na teledramaturgia?
Na TV, o preconceito de idade surge quando atores mais velhos são limitados a papéis estereotipados, como avós ou figuras sem vida própria.
Também se manifesta na escassez de tramas centrais para personagens com mais de 50 anos, diminuindo sua relevância nas histórias.
Qual a importância da escalação de Edvana Carvalho?
A escolha da atriz para um papel de destaque em “Vale tudo” é importante porque desafia a lógica da indústria de valorizar apenas a juventude.
Ela abre portas para que outros artistas experientes tenham oportunidades semelhantes e promove uma representação mais fiel da sociedade.
Por que a representatividade na tela é fundamental?
A representatividade importa porque as pessoas se veem refletidas nas histórias que consomem. Isso ajuda a validar suas experiências e a combater estigmas.
Quando a TV mostra apenas um perfil de pessoa, ela exclui e invisibiliza os demais, reforçando desigualdades e preconceitos.
Como o público pode combater o preconceito na mídia?
O público pode apoiar produções que escalam artistas diversos, interagir positivamente nas redes sociais e consumir conteúdo que promova a inclusão.
Cobrar por mais diversidade e representatividade em novelas, séries e filmes também é uma forma de pressionar a indústria a mudar.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.