PREMIAÇÃO

Húngaro László Krasznahorkai vence Nobel de Literatura

Anúncio foi feito nesta quinta (9/10, na Academia Sueca, em Estocolmo. Vencedor era o favorito nas bolsas de apostas

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Favorito nas bolsas de apostas não só neste ano, como também nos anteriores, o escritor húngaro László Krasznahorkai, de 71 anos, venceu o Nobel de Literatura. O anúncio foi feito hoje (9/10), às 13h (8h do Brasil)na Academia Sueca, em Estocolmo.

Conhecido por uma obra considerada difícil, frequentemente rotulada de pós-moderna, Krasznahorkai é conhecido por romances como “A melancolia da resistência” (1989) e “Sátántangó” (1985), ambos adaptados para o cinema por seu conterrâneo, Béla Tarr.

No Brasil, somente esse último foi publicado. "Sátántangó" retrata um grupo de moradores desamparados em uma fazenda na zona rural da Hungria, pouco antes da queda do comunismo. A chegada de um homem misterioso ao local afeta as pessoas, aumentando o grau de bebedeiras e discussões de tal maneira que o clima ganha tons apocalípticos.

Segundo o comitê do Nobel, o escritor venceu “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte.” Krasznahorkai é a 122a. pessoa a receber o prêmio, cuja primeira edição ocorreu em 1901. O valor é de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões). 

O livro mais recente do autor e "Herscht 07769", obra escrita com uma única frase, do início ao fim, sem pontuação. O livro será lançado pela Companhia das Letras, que também publicou "Sátántangó".

Nascido em 1954 na cidade de Gyula, Krasznahorkai viveu períodos fora da Hungria: em 1987 esteve em Berlim Ocidental e na década de 1990 viajou pelo Leste Asiático . Ele também morou em Kyoto, no Japão, e Nova York. Atualmente vive recluso em área montanhosa de seu país. Entre os vários prêmios recebidos antes do Nobel, destaca-se o Man Booker International Prize em 2015, pelo conjunto da obra.

Veja os ganhadores do Nobel nos últimos 10 anos:

  • 2024 - Han Kang (Coreia do Sul) - De formação literária, ela também se dedicou à arte e à música, o que se reflete em toda a sua produção. De acordo com a academia, o prêmio foi concedido “por sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana".
  • 2023: Jon Fosse (Noruega) - Já chamado de "Samuel Beckett norueguês do século 21", sua obra inclui ficção, poesia, ensaios, mais de 40 peças teatrais e títulos infantis. Segundo a Academia, o prêmio foi concedido "por suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível".
  • 2022: Annie Ernaux (França) - Annie Ernaux é considerada uma das autoras mais importantes da França, ao escrever romances sobre a vida cotidiana em seu país. Com obra essencialmente autobiográfica, aborda o peso da dominação das classes sociais e a paixão do amor, temas que marcaram sua trajetória.
  • 2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia) - O romancista é conhecido sobretudo pelo livro "Paradise" (1984), ambientado no leste da África durante a Primeira Guerra Mundial. A obra foi finalista na época do Booker Prize de ficção.
  • 2020: Louise Glück (Estados Unidos) - Considerada por muitos uma das poetas contemporâneas mais talentosas dos Estados Unidos, tem obra centrada em casos de amor fracassados, encontros familiares desastrosos e desespero existencial.
  • 2019: Peter Handke (Áustria) - Seu trabalho é reconhecido pela experimentação. Coautor do roteiro do filme "Asas do desejo" (1987), de Wim Wenders, foi escolhido ganhador do Nobel "por um trabalho influente que, com engenhosidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana".
  • 2018: Olga Tokarczuk (Polônia) - Segundo o Nobel, a verdadeira inovação de Olga veio com seu terceiro romance, "Prawiek i inne czasy" ("Primitivo e outros tempos"), de 1996. O volume é "um excelente exemplo de nova literatura polonesa após 1989", avaliou o comitê do prêmio.
  • 2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido) - Considerado um dos mais importantes autores vivos da língua inglesa, ele é autor de oito livros (sete romances e um volume de contos). São de Ishiguro "Os vestígios do dia" (1989), que ganhou o Man Booker Prize, e "Não me abandone jamais" (2005), ambos adaptados ao cinema.
  • 2016: Bob Dylan (Estados Unidos) - Dispensa apresentações, é o grande poeta da música americana. A opção por um músico – e não por um escritor de ofício – soou incomum, mas o nome do Dylan vinha sendo cotado havia muitos anos.
  • 2015: Svetlana Alexievich (Bielorrússia) - Considerada cronista implacável da União Soviética, ela é uma das raras autoras de não ficção premiadas com o Nobel.

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