A música popular brasileira perdeu um de seus grandes nomes neste domingo, 2 de novembro, com a morte do cantor e compositor Lô Borges. Figura central do movimento Clube da Esquina, sua obra marcou gerações com melodias inesquecíveis. O que poucos sabem, no entanto, é que o legado de sua família cruza de forma improvável com a história do Sepultura, o maior nome do heavy metal nacional.
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Essa conexão inusitada aconteceu nos primórdios da banda em Belo Horizonte, muito antes de conquistarem o mundo, nos anos 1980. Em meio à busca por uma identidade sonora, os jovens Max e Igor Cavalera e seus companheiros de banda faziam um barulho ensurdecedor, mas ainda lutavam com a técnica mais básica: a afinação de seus instrumentos.
Uma ajuda inesperada
Segundo o livro “Sepultura: toda história", de Silvio Gomes e André Barcinski, publicado pela Editora 34, os ensaios do Sepultura aconteciam de forma improvisada, atraindo a atenção da vizinhança do Bairro Santa Tereza, onde eles moravam – e onde também surgiu o Clube da Esquina.
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Certo dia, uma mulher que passava pela rua ouviu a música e, movida pela curiosidade, resolveu se aproximar. Era Solange Borges, irmã de Lô e de Telo Borges, pilares do Clube da Esquina.
Com os ouvidos treinados pela MPB, Solange percebeu de imediato o problema principal do grupo. “Mas tá tudo desafinado!”, teria dito ela aos garotos. Em vez de criticar, ela se compadeceu e decidiu ajudar, ensinando-os pacientemente a afinar as guitarras e o baixo. Foi um gesto fundamental para que a banda pudesse dar seus primeiros passos de forma mais sólida.
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Naquela época, o Sepultura ainda estava longe do som que o consagraria. As letras eram em português e refletiam a energia crua da adolescência, com títulos como “Filhos de Hitler”, “Sexta-Feira 13” e “Anticristo”.
Uma das composições mais curiosas desse período inicial era “Adote um Rato”, cujo verso principal era repetido de forma direta: “adote um rato / adote um rato / nem que seja / rato de esgoto”.
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