‘Stranger Things’ quebra recorde no streaming e movimenta PIB dos EUA
Produção da Netflix também impulsionou empregos, música, turismo e consumo cultural, encerrando sua trajetória como um dos maiores fenômenos do streaming
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A quinta e última temporada de “Stranger Things” já fez história no streaming. Segundo dados do instituto Nielsen, a série da Netflix registrou 8,46 bilhões de minutos assistidos entre os dias 24 e 30 de novembro, o maior volume já alcançado por um título em uma única semana nos Estados Unidos. Além disso, os episódios tiveram um impacto estimado de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,78 bilhões) no Produto Interno Bruto do país.
Vale destacar que o novo recorde foi batido depois de os quatro primeiro episódios serem disponibilizados. O recorde anterior também pertencia à produção dos irmãos Duffer. Em 2022, a estreia da quarta temporada havia somado 7,2 bilhões de minutos visualizados no mesmo intervalo de tempo. Em comparação, a temporada anterior chegou ao catálogo em uma sexta-feira, com sete episódios lançados de uma vez.
O relatório da Nielsen aponta que o interesse do público vinha crescendo semanas antes do lançamento. Já no início de novembro, “Stranger Things” aparecia entre os dez títulos mais assistidos, impulsionada por uma forte maratona de revisitação das temporadas anteriores.
Na semana de 3 de novembro, a série saltou para o primeiro lugar, com 1,3 bilhão de minutos assistidos. Na semana seguinte, manteve a liderança com 1,6 bilhão, preparando o terreno para a explosão de audiência na estreia da temporada final. A expectativa é que os episódios restantes, programados para o Natal e o Ano-Novo, elevem ainda mais esses números.
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Mesmo diante do domínio absoluto de “Stranger Things”, outras produções também se destacaram no período. “Landman” (Paramount+) registrou 1,34 bilhão de minutos assistidos, seguido por “The Beast in Me” (Netflix), com 1,06 bilhão. Títulos de catálogo e produções sazonais também marcaram presença, como “Homeland” (855 milhões), “O Grinch” (2000), com 669 milhões, “Esqueceram de mim” (499 milhões) e “Elf: um duende em Nova York” (397 milhões).
A Nielsen deve divulgar nas próximas semanas os dados completos referentes aos episódios finais da série.
Um fenômeno que vai além da tela
Com Hawkins prestes a apagar as luzes definitivamente, “Stranger Things” se despede não apenas como um sucesso de audiência, mas como um fenômeno cultural e econômico. Ao longo de cinco temporadas, a franquia soma 42 episódios, mais de 2.500 minutos de narrativa e um impacto estimado em US$ 1,4 bilhão (R$ 7,78 bilhões) no Produto Interno Bruto dos Estados Unidos.
Segundo a Netflix, a produção gerou mais de 8 mil empregos e mobilizou cerca de 2 mil fornecedores. A Geórgia, principal polo de gravações, concentrou um impacto econômico de US$ 650 milhões (R$ 3,6 bilhões), enquanto a Califórnia aparece em segundo lugar, com mais de US$ 500 milhões (R$ 2,77 bilhões) movimentados.
No streaming global, o domínio é incontestável. Em apenas quatro semanas, o Volume 1 da temporada final alcançou 102,6 milhões de visualizações em todo o mundo. A estreia, com 59,6 milhões de views em uma única semana, tornou-se a maior já registrada por uma série em inglês na história da Netflix. O feito colocou todas as cinco temporadas simultaneamente no Top 10 global, algo inédito segundo a plataforma.
Desde a criação do ranking internacional da Netflix, em 2021, “Stranger Things” já apareceu 78 vezes entre as séries mais assistidas e alcançou o Top 10 em todos os 93 países monitorados pelo serviço.
Impacto musical e cultural
O alcance da série também se reflete diretamente na música. Dados do Spotify mostram como “Stranger Things” influencia os hábitos de escuta, especialmente da geração Z. Após o lançamento da temporada final, “Upside Down”, de Diana Ross, registrou um aumento de 1.250% nos streams globais entre jovens. “I Think We’re Alone Now”, de Tiffany, cresceu 880%, enquanto “Mr. Sandman”, das The Chordettes, teve alta de 625% no total. Já “Fernando”, do ABBA, subiu 335% globalmente e 645% entre ouvintes da Gen Z.
A trilha sonora da série já inspirou mais de 205 mil playlists no Spotify. Em temporadas anteriores, o efeito foi semelhante: “Running Up That Hill”, de Kate Bush, entrou pela primeira vez na Billboard Hot 100 após 38 anos de lançamento, enquanto “Master of Puppets”, do Metallica, alcançou o Top 10 no Reino Unido e somou 17,5 milhões de downloads em uma única semana após aparecer na série.
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