DESPEDIDA

Com sensualidade e espírito livre, Brigitte Bardot se tornou mito feminino

Atriz morreu aos 91 anos, neste domingo (28/12)

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Com sua sensualidade e espírito livre, a atriz francesa Brigitte Bardot, que morreu aos 91 anos, foi um ícone feminino mundial, antes de abandonar o cinema para dedicar sua vida à defesa dos animais.

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Com fama em todo o planeta, a atriz rodou quase 50 filmes, impôs um estilo de vestir simples e sensual e ajudou a estabelecer a fama de Saint-Tropez, na França, e de Búzios, no Brasil.

"Tenho muito orgulho da primeira parte da minha vida, que foi um sucesso e que agora me permite ter uma fama mundial, que me ajuda muito na proteção dos animais", declarou a estrela à AFP em 2024. 

Ao ser questionada em outra ocasião sobre que atriz poderia interpretá-la em um filme, foi direta: "Nenhuma. Não há uma capaz de fazê-lo". E acrescentou: "O que falta? Minha personalidade".

A personalidade fora do comum lhe conferiu uma aura especial, observada amplamente em sua carreira cinematográfica.

"E Deus criou a mulher" 

Bardot iniciou a carreira em 1956, aos 22 anos, em um filme criado especialmente para ela por seu marido, o cineasta Roger Vadim: "E Deus criou a mulher". No longa-metragem, a atriz, descalça e com o cabelo solto, dança um mambo apaixonado sobre uma mesa, com a saia aberta até a cintura. 

A cena provocou escândalo. A França a recebeu inicialmente de maneira fria; nos Estados Unidos, ela encanta o público. A atriz, que as jovens da época tentavam imitar, contribuiu para a liberação sexual de uma sociedade ainda muito rígida.

Até Simone de Beauvoir foi conquistada. "Anda descalça, ignora deliberadamente as roupas sofisticadas, as joias, os perfumes, a maquiagem, todos os artifícios (...) Faz o que lhe dá vontade e é isso que perturba", escreveu a intelectual e principal referência do feminismo.

"Foi ídolo de toda uma geração de mulheres, uma referência importante", resumiu a jornalista Marie-Dominique Lelièvre, autora de uma biografia sobre a atriz. 

A marchinha de carnaval 'Brigitte Bardot', cantada por Jorge Veiga em 1961, comprovou o sucesso da francesa e ganhou diversas versões.

"Trauma" 

Na vida real, Bardot demonstra a mesma liberdade de sua personagem. "Uma garota de sua época, livre de qualquer sentimento de culpa, de qualquer tabu imposto pela sociedade", afirmou Vadim. 

Perseguida por centenas de fotógrafos, Bardot perdeu qualquer sinal de privacidade, inclusive durante o parto de seu filho, em 1960. "A histeria que me cercava era uma loucura. A sala de parto instalada na minha casa, os fotógrafos atrás das janelas, os que se disfarçavam de médicos", contou anos depois.

"Associei o nascimento do meu filho a esse trauma", confessou, ao falar sobre a relação com seu único filho, Nicolas, criado pelo pai, o ator Jacques Charrier.

A atriz teve quatro maridos: Roger Vadim, Jacques Charrier, o milionário Gunter Sachs e o industrial Bernard d’Ormale, seu companheiro até os últimos dias.

Saint Tropez, o pacato vilarejo de pescadores no sul da França pelo qual se apaixonou, virou destino obrigatório do 'jet-set'. Sua casa, "La Madrague", que conservou por toda a vida, foi visitada por Bob Dylan ainda adolescente, que lhe dedicou sua primeira canção, e por John Lennon, que tomou LSD para acalmar os nervos antes do encontro.

Em um livro publicado recentemente, no entanto, Bardot lamentou que a pequena localidade tenha se transformado em "uma cidade de milionários onde já não se reconhece nada de seu encanto".

Uma segunda e polêmica vida

Em 1973, cansada do desgaste da fama e da perseguição dos paparazzi, decide encerrar a carreira cinematográfica de maneira abrupta, com apenas 38 anos. A partir de então, começa uma segunda vida: a defesa dos animais, uma causa que parecia excêntrica na época, mas que ela ajudaria a popularizar. Foi uma ativista ferrenha contra as touradas. 

Em 1986, ela criou sua própria fundação com esse objetivo. Com o passar das décadas, a simpatia popular se transformou em desconcerto, diante dos comentários cada vez mais polêmicos da atriz.

Próxima dos 80 anos, ela declarou simpatia pela líder da extrema direita francesa Marine Le Pen, que chamou de "Joana d’Arc do século XXI" nas eleições presidenciais de 2012.

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E, durante anos, fez comentários controversos sobre os homossexuais, a migração ou os muçulmanos, o que resultou em várias condenações por incitação ao ódio.

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