BEBIDAS

Cachaças artesanais: o guia para beber um bom destilado com segurança

O Brasil tem produtores incríveis de cachaça de alambique; veja como escolher uma bebida de qualidade, diferenciar os tipos e apreciar sem riscos à saúde

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O Brasil é um celeiro de produtores de cachaça de alambique, com bebidas de altíssima qualidade que expressam a riqueza de seus terroirs. No entanto, o mercado informal abre brechas para a venda de produtos perigosos. Aprender a diferenciar uma cachaça segura e de qualidade de uma bebida de risco é essencial para apreciar o destilado nacional sem colocar a saúde em jogo.

O que define uma cachaça artesanal?

A principal diferença entre uma cachaça artesanal, também chamada de cachaça de alambique, e uma industrial está no processo de produção. A artesanal é feita em pequena escala, utilizando alambiques de cobre. Nesse método, apenas a parte nobre do destilado, conhecida como "coração", é aproveitada.

As partes inicial e final da destilação, chamadas de "cabeça" e "cauda", são descartadas. Elas contêm substâncias que podem ser prejudiciais à saúde e conferem sabor e aroma desagradáveis à bebida. Esse cuidado na separação garante uma cachaça mais pura e de maior qualidade sensorial.

Já a cachaça industrial é produzida em grande volume, em colunas de aço inox, num processo contínuo que não permite a mesma separação criteriosa das frações. O resultado é um destilado com características diferentes, geralmente mais neutro e padronizado, voltado para o consumo em massa.

Como identificar uma cachaça de qualidade e segura

Escolher uma boa cachaça vai além do paladar. Envolve observar detalhes que garantem a segurança do produto. Com algumas dicas simples, é possível fazer uma compra consciente e evitar armadilhas.

  1. Verifique o registro no MAPA

Toda cachaça legalizada no Brasil deve ter um registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse número deve estar visível no rótulo. É a principal garantia de que o produto passou por fiscalização e segue as normas de produção, sendo seguro para o consumo.

  1. Analise o rótulo com atenção

Um rótulo completo e bem-feito é um sinal de profissionalismo. Além do registro no MAPA, ele deve informar o nome do produtor, o endereço do alambique, a graduação alcoólica (que deve variar entre 38% e 48%), e a composição. Desconfie de garrafas sem rótulo ou com informações vagas.

  1. Observe a aparência da bebida

Uma cachaça de qualidade deve ser límpida e brilhante, sem partículas suspensas ou turbidez. Ao girar a bebida no copo, observe as "lágrimas" que escorrem pela parede. Se elas forem lentas e densas, é um bom indicativo de corpo e qualidade. Cachaças muito ralas podem ter sido diluídas.

  1. Confie no seu olfato

O aroma é um dos principais indicadores. Uma boa cachaça deve ter um cheiro agradável, que remete à cana-de-açúcar. Se for envelhecida, pode apresentar notas de madeira, baunilha, frutas ou especiarias. Odores fortes de álcool, solvente, verniz ou acetona são péssimos sinais e podem indicar contaminação.

  1. Cuidado com preços muito baixos

A produção de uma cachaça artesanal de qualidade tem seus custos. Preços muito abaixo da média do mercado, especialmente em vendas informais na beira de estradas ou em recipientes improvisados, como garrafas PET, são um grande fator de risco. A probabilidade de ser um produto adulterado ou de má qualidade é alta.

cachaça
O aroma é um forte indicador de qualidade e segurançaiStock

Branca, envelhecida ou premium: qual a sua?

Entender as categorias de cachaça ajuda a escolher a bebida ideal para cada ocasião. As classificações estão, em geral, relacionadas ao processo de armazenamento e envelhecimento após a destilação.

A cachaça branca, também conhecida como prata ou clássica, não passa por madeira ou descansa em barris de madeiras que não liberam coloração, como o jequitibá-rosa e o amendoim. Ela preserva os aromas e sabores primários da cana, sendo a mais indicada para a preparação de drinques, como a caipirinha.

A cachaça envelhecida, ou ouro, repousa em barris de madeira por um período que, por lei, deve ser de no mínimo um ano. As madeiras mais comuns são o carvalho e madeiras brasileiras como amburana, bálsamo e jequitibá. Cada madeira confere cores, aromas e sabores únicos ao destilado, tornando-o mais complexo e ideal para ser apreciado puro.

As categorias Premium e Extra Premium elevam ainda mais o padrão. Uma cachaça Premium é envelhecida por no mínimo um ano, enquanto a Extra Premium deve passar ao menos três anos em barris. São bebidas sofisticadas, com grande complexidade aromática e de sabor, destinadas à degustação.

Qual o maior risco de consumir cachaça sem procedência?

O maior risco é a intoxicação por metanol, um álcool tóxico que pode estar presente em bebidas adulteradas.

A ingestão de metanol pode causar cegueira irreversível, danos neurológicos severos e até levar à morte.

O que o cheiro da cachaça pode indicar?

O aroma é um forte indicador de qualidade e segurança. Uma boa cachaça tem cheiro de cana-de-açúcar ou notas amadeiradas.

Cheiros químicos, de verniz ou solvente, são sinais de alerta para um produto de má qualidade ou contaminado.

 

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