Brasil corre para achar novos mercados após tarifaço dos EUA

Café mineiro e aço capixaba são prioridades em socorro ao tarifaço de Donald Trump

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O tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras tem endereço certo: Minas Gerais e Espírito Santo. Estudo inédito da ApexBrasil mostra que 195 produtos estão expostos às sobretaxas da Casa Branca, com destaque para o café em grão de Minas Gerais e o aço semimanufaturado do Espírito Santo e do Rio de Janeiro.

Em 2024, Minas foi responsável por 80,5% do café em grão não torrado exportado pelo Brasil aos EUA, algo próximo de US$ 1,5 bilhão de um total de US$ 1,8 bilhão. No Espírito Santo e no Rio de Janeiro, o impacto vem pelo aço. Os semimanufaturados de ferro ou aço não ligado representam 6,9% da pauta brasileira destinada ao mercado norte-americano. No Rio, praticamente toda a produção vai para os EUA; no Espírito Santo, 62,7% da exportação do setor é concentrada nesse destino.

“Estamos usando esse momento para acelerar a busca por novos mercados. É um esforço que vai além do tarifaço: é sobre construir resiliência para o futuro”, adiantou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

O problema, segundo a ApexBrasil, é que em alguns estados a dependência é estrutural. No Ceará, 45% de toda a pauta exportadora tem como destino os EUA; no Espírito Santo, 29%; em Minas, 19%, com peso enorme do café. Nacionalmente, os americanos responderam por US$ 40,4 bilhões em exportações brasileiras em 2024 — 12% do total.

A agência estatal mapeou mercados alternativos para os produtos mais afetados, usando o Mapa de Oportunidades. O café mineiro, por exemplo, pode ganhar espaço na União Europeia e na China, enquanto o aço capixaba encontra demanda no Oriente Médio e no Sudeste Asiático.

O plano, resume Gustavo Ribeiro, gerente de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, consiste em: “não colocar todas as fichas em uma cesta só”.

“Fornecer subsídios práticos para empresas e gestores públicos de todo o país, apoiando eventuais decisões de diversificação e reduzindo riscos em um cenário internacional de maior instabilidade comercial”, complementou.

O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 3, integra o Plano Brasil Soberano, pacote lançado pelo governo para blindar empresas e preservar empregos diante da ofensiva de Washington. O plano prevê R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito a taxas acessíveis, sobretudo para pequenos e médios negócios. Também amplia o prazo para utilização de créditos tributários de empresas no regime de Drawback, sistema de redução da carga tributária para exportações brasileiras.

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