A economia dos memes: como influenciadores e marcas lucram com virais
Um post engraçado pode valer muito dinheiro; descubra como funciona o mercado de criação de conteúdo viral e como é possível monetizar a linguagem da internet
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Siga noUm simples caractere pode valer muito dinheiro. A letra "f", popularizada no universo gamer como um gesto de respeito ou lamento, transcendeu sua origem e se tornou um símbolo da cultura de memes na internet. Quando um termo como esse explode em buscas, ele não reflete apenas uma piada interna, mas revela o potencial de um mercado bilionário: a economia dos memes.
O que começa como uma brincadeira despretensiosa em fóruns ou redes sociais pode rapidamente se transformar em uma poderosa ferramenta de marketing. Influenciadores e marcas aprenderam a surfar nessa onda, transformando conteúdo viral em engajamento, visibilidade e, claro, lucro. A linguagem da internet, com sua velocidade e capacidade de disseminação, criou um ecossistema onde a criatividade e o timing certo são ativos valiosos.
Essa dinâmica transformou a maneira como as empresas se comunicam com o público. Em vez de anúncios tradicionais, muitas marcas agora apostam na criação de conteúdo que se assemelha a memes ou incorporam virais já existentes em suas estratégias. O objetivo é se conectar de forma autêntica com uma audiência mais jovem, que valoriza o humor e a espontaneidade. Quando bem executada, a estratégia gera uma publicidade orgânica que dinheiro nenhum pode comprar.
O processo de monetização de um meme pode ocorrer de várias formas. Criadores de conteúdo, os chamados "mememakers", podem ganhar dinheiro por meio de publicidade em suas páginas, parcerias com marcas para criar conteúdo patrocinado ou até mesmo vendendo produtos licenciados, como camisetas e canecas com suas criações. Para as marcas, o retorno vem do aumento do alcance, do fortalecimento da imagem e, consequentemente, das vendas.
O ciclo de vida de um meme
Tudo começa com uma faísca: uma imagem, um vídeo, uma frase ou até mesmo um erro de digitação. Esse conteúdo inicial é compartilhado por um pequeno grupo, geralmente dentro de uma comunidade específica, como fãs de um jogo ou de uma série. Se a ideia for suficientemente engraçada, identificável ou absurda, ela começa a se espalhar.
A segunda fase é a disseminação em massa. O meme sai de seu nicho original e é adotado por um público mais amplo em plataformas como Instagram, TikTok e X (antigo Twitter). Nessa etapa, ele é adaptado e modificado, ganhando novas versões e significados. É o momento em que atinge seu pico de popularidade e vira assunto em todos os cantos da internet.
Por fim, vem a fase da saturação e declínio. Após ser usado à exaustão, o meme perde a graça e começa a ser visto como algo datado. As marcas que demoram a pegá-lo no timing certo correm o risco de parecerem desconectadas. Esse ciclo rápido exige agilidade e um profundo conhecimento da cultura online por parte de quem deseja lucrar com ele.
Os riscos e as recompensas
Apostar em memes não é uma ciência exata. Um dos maiores desafios para as marcas é a autenticidade. O público da internet consegue identificar rapidamente quando uma empresa está apenas tentando forçar uma conexão. Uma tentativa malfeita pode gerar o efeito contrário, resultando em críticas e piadas negativas.
Outro ponto de atenção é o direito de imagem e propriedade intelectual. Muitos memes utilizam fotos ou vídeos de pessoas anônimas sem autorização. Empresas que replicam esse conteúdo podem enfrentar problemas legais. Por isso, muitas marcas preferem criar seus próprios memes ou trabalhar diretamente com os criadores de conteúdo viral.
Apesar dos riscos, as recompensas podem ser grandes. Uma campanha de marketing baseada em memes bem-sucedida pode gerar um engajamento massivo com um custo relativamente baixo. Ela humaniza a marca, aproxima-a do consumidor e a insere nas conversas do dia a dia. É uma forma de publicidade que não parece publicidade, o que a torna ainda mais eficaz.
O mercado de conteúdo viral mostra que a comunicação digital está em constante evolução. A capacidade de entender e falar a "língua da internet" deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. O meme, antes visto apenas como entretenimento, consolidou-se como um pilar de uma nova economia criativa.
Como funciona a monetização direta para criadores?
Criadores de conteúdo viral, conhecidos como "mememakers", têm diversas fontes de receita. A principal delas é a publicidade programática em plataformas como YouTube e TikTok, onde visualizações geram receita. Páginas populares no Instagram e no X também atraem marcas para posts patrocinados, nos quais o criador é pago para divulgar um produto ou serviço de forma integrada ao seu conteúdo humorístico.
Além disso, muitos criadores desenvolvem suas próprias linhas de produtos, como roupas, acessórios e itens de decoração estampados com seus memes mais famosos. O licenciamento de conteúdo para uso comercial por grandes empresas é outra via de monetização. Criadores podem vender os direitos de um vídeo ou imagem viral para ser usado em campanhas publicitárias, garantindo uma fonte de renda significativa.
Programas de afiliados e doações de seguidores em plataformas como a Twitch também são comuns. Nesses casos, a comunidade que acompanha o criador contribui financeiramente para apoiar a produção de conteúdo. Esse modelo fortalece o laço entre o produtor e seu público, criando um ecossistema sustentável para a criação de virais.
Como influenciadores ganham dinheiro com memes?
Influenciadores monetizam memes por meio de publicidade em suas plataformas, parcerias pagas com marcas e venda de produtos licenciados.
Eles também podem receber por posts patrocinados, onde incorporam produtos ou serviços de forma orgânica em seu conteúdo viral.
Por que as marcas investem em marketing de memes?
Marcas investem em memes para se conectar de forma autêntica com o público mais jovem, que valoriza humor e espontaneidade.
Essa estratégia aumenta a visibilidade, humaniza a marca e gera publicidade orgânica com um custo relativamente baixo.
Quais são os riscos de usar memes em campanhas publicitárias?
O principal risco é a falta de autenticidade, que pode gerar uma reação negativa do público e prejudicar a imagem da marca.
Há também questões legais, como o uso de imagens sem autorização, que podem levar a processos por violação de direitos autorais.
O que significa o meme "f"?
O meme "f" originou-se no jogo "Call of Duty: Advanced Warfare", onde o jogador precisava pressionar a tecla F para "prestar respeito" em um funeral.
Na internet, a letra é usada para expressar lamento, respeito ou para lamentar uma situação de forma irônica ou séria.
Qualquer pessoa pode criar um meme e lucrar com ele?
Sim, teoricamente qualquer pessoa pode criar um conteúdo que se torne viral. No entanto, a monetização depende da capacidade de construir uma audiência.
Para lucrar, é preciso ter uma plataforma com seguidores engajados que atraia o interesse de anunciantes ou consumidores de produtos.