TRANSAÇÕES

Por que o sistema Pix apresenta tantas falhas? Entenda os motivos

Saiba o que está por trás da instabilidade no sistema do Banco Central e quais os desafios para garantir a segurança das transações

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O Pix se tornou uma ferramenta essencial na vida de milhões de brasileiros, mas a recente instabilidade generalizada acendeu um alerta. Milhares de usuários ficaram impossibilitados de realizar pagamentos e transferências, gerando uma onda de reclamações e dúvidas sobre a confiabilidade do sistema. O problema, que afetou diversas instituições financeiras, teve origem em uma falha na infraestrutura do próprio Banco Central.

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Essa não foi a primeira vez que o sistema apresentou problemas, mas a dimensão do ocorrido levanta questões importantes sobre o que causa essas interrupções. Entender a complexidade por trás de cada transação é o primeiro passo para compreender por que, mesmo com tecnologia de ponta, as falhas ainda acontecem e qual o impacto disso no dia a dia da população.

O que está por trás da instabilidade do Pix?

A arquitetura do Pix é robusta, mas também muito complexa. O sistema funciona como uma grande rede que conecta o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), gerenciado pelo Banco Central, a mais de 800 bancos, fintechs e outras instituições financeiras. Qualquer ponto dessa cadeia pode se tornar uma fonte de instabilidade.

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Quando uma falha ocorre diretamente no SPI, o impacto é massivo e generalizado, afetando praticamente todos os usuários do país. Esses eventos são mais raros, pois a infraestrutura do Banco Central possui alta capacidade e redundância. No entanto, quando acontecem, paralisam as operações instantâneas em escala nacional.

Com mais frequência, o problema reside nos sistemas internos das próprias instituições participantes. Um banco pode sofrer uma sobrecarga em seus servidores durante um pico de transações, passar por uma atualização mal-sucedida ou enfrentar uma falha técnica específica. Nesses casos, a instabilidade fica restrita aos clientes daquela instituição.

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Existe ainda uma terceira possibilidade: uma falha na comunicação entre o banco e o SPI. Ambos os sistemas podem estar funcionando perfeitamente, mas a "ponte" que os conecta apresenta um problema. O resultado é o mesmo para o usuário final, que não consegue concluir a transação.

Tipos de falhas mais comuns no sistema

As interrupções no serviço do Pix podem ser classificadas em categorias distintas, cada uma com sua causa e alcance. Conhecê-las ajuda a dimensionar a gravidade de cada evento e a entender onde a solução precisa ser aplicada para garantir a estabilidade do ecossistema de pagamentos.

A seguir, listamos os principais tipos de problemas que podem afetar o funcionamento do Pix:

  • Falha centralizada: Ocorre no SPI, a infraestrutura do Banco Central. É o tipo mais grave de falha, pois paralisa todo o sistema nacionalmente. A solução depende exclusivamente da equipe técnica do BC e pode levar de minutos a horas para ser resolvida.

  • Instabilidade na ponta: Acontece quando o sistema de um banco ou fintech específico fica fora do ar. É a causa mais comum de reclamações e afeta apenas os clientes daquela instituição. A responsabilidade pela correção é inteiramente do participante.

  • Latência e lentidão: O sistema não para de funcionar, mas as transações demoram muito mais do que os 10 segundos previstos. Isso pode ser causado por um volume de operações acima do esperado ou por gargalos temporários tanto no SPI quanto nos sistemas dos bancos.

  • Erros de QR Code: O usuário tenta fazer um pagamento por QR Code, mas o sistema retorna uma mensagem de erro. Geralmente, o problema está na geração ou leitura do código pela instituição do pagador ou do recebedor, e não na rede Pix em si.

Desafios para o futuro do sistema de pagamentos

Manter um sistema que processa bilhões de transações por mês com 100% de disponibilidade é um desafio monumental. O crescimento exponencial do Pix exige investimentos contínuos em tecnologia e segurança para garantir que a infraestrutura suporte a demanda crescente sem comprometer a performance ou a segurança dos usuários.

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Um dos principais focos é a escalabilidade. A popularidade do Pix significa que o volume de operações só tende a aumentar. A infraestrutura, tanto do Banco Central quanto dos bancos, precisa ser capaz de expandir sua capacidade de processamento de forma ágil para evitar lentidão e quedas em momentos de pico.

A segurança cibernética é outra frente de atenção constante. Com mais transações, aumentam também as tentativas de fraudes e ataques. O Banco Central e as instituições financeiras precisam aprimorar constantemente seus mecanismos de defesa para proteger os dados e o dinheiro dos clientes, garantindo a integridade de todo o ecossistema.

Por fim, a resiliência do sistema é fundamental. Isso significa desenvolver planos de contingência mais eficazes para que, em caso de falha em um componente, outros possam assumir a carga, minimizando o tempo de inatividade e o impacto para o consumidor final.

Por que o Pix falha tanto?

O Pix não falha "tanto", mas quando ocorre, o impacto é grande. A maioria das instabilidades não está no sistema central do Banco Central.

Elas geralmente acontecem nos sistemas individuais dos mais de 800 bancos e fintechs conectados à rede, por sobrecarga ou falhas técnicas internas.

A culpa da instabilidade é sempre do Banco Central?

Não. Embora falhas no sistema central possam ocorrer, elas são mais raras. Na maioria das vezes, o problema está na ponta.

Isso acontece quando a infraestrutura de um banco ou fintech específico não consegue processar o volume de transações de seus próprios clientes.

O que é o SPI e qual seu papel no Pix?

SPI é a sigla para Sistema de Pagamentos Instantâneos. É a infraestrutura centralizada e operada pelo Banco Central.

Ele funciona como o "cérebro" do Pix, liquidando as transações entre as diferentes instituições financeiras em tempo real, 24 horas por dia.

Meu dinheiro está seguro quando o Pix fica fora do ar?

Sim. Uma instabilidade no sistema impede a realização de novas transações, mas não afeta o dinheiro que já está na sua conta.

Os sistemas bancários possuem múltiplas camadas de segurança para garantir a proteção dos saldos, mesmo durante falhas operacionais.

É possível evitar totalmente as falhas no Pix?

Evitar 100% das falhas é praticamente impossível em um sistema digital dessa magnitude e complexidade.

O objetivo do Banco Central e das instituições é trabalhar para minimizar a frequência e a duração das instabilidades, tornando o sistema cada vez mais resiliente.

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