Na última semana, os preços médios dos combustíveis em Belo Horizontes deram um salto expressivo em relação à semana anterior de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

 

O preço médio do etanol na capital saltou de R$ 4,29, entre 31 de agosto e 6 de setembro, para R$ 4,51, entre os dias 7 e 13 de setembro, alta de 5,1%. Comparando os mesmos períodos, a gasolina comum subiu de R$ 6,12 para R$ 6,32, variação de 3,2%, enquanto a gasolina aditivada foi de R$ 6,42 para R$ 6,58, elevação de 2,5%.

A variação no preço desses combustíveis na Região Sudeste não passou nem perto da constatada em Belo Horizonte nesse mesmo período: o etanol subiu de R$ 4,08 para R$ 4,14, aumento de 1,4%; a gasolina comum foi de R$ 6,05 para R$ 6,09, diferença de 0,6%; já a gasolina aditivada subiu de R$ 6,34 para R$ 6,37, elevação de 0,4%.

No Brasil, a variação entre essas semanas se deu apenas no etanol, cujo preço médio subiu de R$ 4,19 para R$ 4,22, levação de 0,7%.

Minaspetro denuncia aumento do etanol nas usinas

De acordo com o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais), desde o anúncio do aumento da mistura do etanol anidro na gasolina em 1º de agosto de 27% para 30%, as usinas subiram em R$ 0,28 o litro do combustível na produção.

“O mercado, diferentemente do governo, já previa o reajuste na produção, uma vez que houve um significativo aumento na demanda por anidro. O hidratado, que é o combustível que vai direto para a bomba, também teve uma alta considerável nas usinas: da semana do dia 18 de julho até o fechamento do mercado no último dia 12, são R$ 0,26 por litro de alta”, informou o Minaspetro.

Além do aumento do etanol nas usinas, o sindicato que representa os postos de combustível também atribui o preço elevado dos combustíveis à carga tributária: “a cadeia de precificação de combustíveis é complexa e composta de diversos elos, dentre eles produção, distribuição, etanol e frete, além do Estado brasileiro, que arrecada R$ 2,17 por litro da gasolina. Olhar somente um elo, seja ele a produção ou a ponta final (os postos), é isentar os demais atores de responsabilidade sobre a formação final dos preços e enganar a população sobre quem realmente se beneficia com o alto valor da bomba”.

Setor bioenergético se defende

Para Mário Campos, presidente da Siamig Bioenergia (Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais), a variação de preço dos combustíveis também não pode ser atribuída a um único produto dessa cadeia.

“Os preços dos combustíveis são livres e você tem uma série de fatores que impactam o preço final. No caso da gasolina, você tem uma série de pontos importantes que fazem a formação de preço: o próprio preço da gasolina pura, o preço do etanol no produtor, os tributos, a logística e as margens tanto da distribuidora de combustíveis quanto dos postos revendedores”.

No caso do etanol anidro, Mário explica que a pequena elevação de 27% para 30% de mistura na gasolina não é significativa em termos do preço final do produto. “O etanol anidro vai representar em torno de 15% desse preço final da comercialização de gasolina em Belo Horizonte. Então, para ser o etanol anidro o único culpado da alteração de preço ocorrida nas últimas semanas, o preço do etanol no produtor teria que ter aumentado muito mais do que aumentou. Talvez quatro, cinco vezes mais do que aumentou, o que não é verdade”, defendeu o presidente da Siamig Bioenergia.

Variação de preços na RMBH chega a 28%

Um estudo divulgado pelo site Mercado Mineiro mostra grande variação no preço dos combustíveis nos postos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Para a gasolina comum, os preços oscilaram entre R$ 5,75 e R$ 6,79, quase 18% de diferença. Para o etanol, a variação foi de 28%, tendo sido encontrado entre R$ 3,89 e R$ 4,99. Essa pesquisa foi feita entre os dias 10 e 12 de setembro em 186 postos da RMBH.

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