1º de outubro

Dia Internacional do Café chega com aumento de até 15% do produto no varejo

Com safra fraca no Brasil, preço do café no mercado internacional subiu até 40% entre agosto e setembro e terá que ser parcialmente repassado

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No Dia Internacional do Café, neste 1º de outubro, os admiradores da bebida têm pouco o que comemorar. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o preço do produto terá um aumento entre 10% e 15%, que começou a ser repassado pelo varejo nesta semana.

 

“O reajuste vai ser repassado a partir de agora. Em alguns casos, os preços foram comunicados no início do mês, mas, como os supermercados só foram às compras a partir da segunda quinzena, o reajuste deve chegar às prateleiras a partir da semana que vem”, informou Pavel Cardoso, presidente da Abic.

 

A projeção da Associação Brasileira da Indústria do Café é de que o quilo do café torrado e moído no varejo custe em média R$ 80 nos próximos meses. Em agosto, último mês aferido pela Abi, o preço médio do produto era R$ 62,83, uma redução de 2,17% em relação ao mês anterior. Mesmo com esta variação negativa, o preço em agosto acumulava uma alta de 48,5% nos últimos 12 meses.

O café solúvel foi o que registrou maior aumento de preço nos últimos 12 meses, com alta de 50,59%, saltando para R$ 252,36 por quilo em agosto. O preço médio do café especial teve variação positiva de 32,45%, alcançando R$ 145,17 o quilo. Já o café em cápsula teve queda de 1,43% nesse período, sendo vendido em média por R$ 413,73 o quilo. O drip coffee, aquela espécie de sachê individual que já traz o pó em um coador, também registrou redução, na ordem de 0,3%, com preço médio de R$ 242,99 o quilo.

De acordo com Pavel Cardoso, o preço do café no mercado internacional subiu até 40% entre agosto e setembro, reflexo da safra abaixo do esperado do café arábica no Brasil, a espécie mais consumida, o que não contribuiu para abastecer o baixo estoque global do grão. A manutenção desse cenário de produção aquém do consumo mundial, que vem crescendo, sobretudo com a abertura do mercado chinês à bebida, contribui para o aumento do preço.

Segundo o produtor Marcelo Nogueira de Assis, sócio da Bioma Café, a quebra da safra 24/25 pode chegar a 30% abaixo do pior cenário traçado.para a sua fazenda. Ele explica que, em fevereiro e março, período de granação, o calor excessivo e a falta de chuva não contribuíram para uma boa formação do grão. As fazendas ficam localizadas no município de Campos Altos, na Região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Produtor rural Marcelo Nogueira de Assis, sócio da Bioma Café
Marcelo Nogueira de Assis relata uma colheita até 30% abaixo do esperado devido ao calor excessivo e a falta de chuva Bioma CaféDivulgação

Na análise de Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, entre elas o café, que atualmente é penalizado com uma taxa de 50%, causou muita volatilidade no preço do grão, fazendo com que as cotações disparassem no mercado internacional: “Os fundamentos já são favoráveis para a alta há algumas safras, com oferta e demanda muito ajustadas ou mesmo com déficit de oferta, devido a adversidades climáticas nos principais produtores, em especial no Brasil, mas o tarifaço desordenou o mercado e deu abertura para movimentos especulativos”.

Queda no consumo?

No acumulado de janeiro a agosto de 2025, foi identificada uma queda de 5,4% nas vendas de café no varejo, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, de 10,11 milhões para 9,56 milhões de sacas. Para a Abic, isto não indica, necessariamente, que uma parte dos brasileiros deixou de consumir a bebida. A venda de café solúvel registrou alta de 50,6% no ano e pode ter sido alternativa de alguns consumidores que não conseguiram acompanhar o aumento de preço do café torrado e moído. De qualquer forma, a Abic acredita que o consumo de café deve se regularizar até o fim do ano, mesmo com o aumento de preço.

Expectativa de safra recorde em 2026

Quanto à próxima safra de café, a ser colhida em meados de 2026, a Abic informa que até o momento a florada é boa, falando inclusive em uma possível safra recorde. No entanto, para isso acontecer, é preciso que o clima contribua. A expectativa para o próximo ano é a prevalência do fenômeno La Niña, que tem como efeitos nas regiões cafeeiras a manutenção de temperaturas mais amenas e chuvas mais bem distribuídas.

“A tendência agora é que os preços sigam de lado até que surja alguma novidade relacionada com impacto do clima na safra nova”, explicou Celírio. Para o diretor-executivo da Abic, ainda que essa safra recorde de 2026 se confirme, não será suficiente para recompor estoques mundiais de café. “A gente precisava de mais três safras muito boas para que o estoque fosse recomposto”, avaliou.

Sobre a safra 25/26, o sócio da Bioma Café considera cedo para saber como a produção vai se desenvolver. “Depende do clima e das chuvas. A florada está acontecendo nesse momento e temos 8 meses para levar ela pra frente. As águas começaram e, num primeiro momento, estamos gratos pela chuva da semana passada”, avaliou Marcelo.

Tarifaço para o café pode cair

O presidente da Abic tem uma boa expectativa para que o café fique isento do tarifaço: “A ordem executiva, publicada no dia 6 de setembro, indica que os Estados Unidos concluíram, depois de ouvir o mercado, que o café, não sendo produzido lá, não terá tarifas. Mas ainda não sabemos se as tarifas voltarão a zero ou se ficarão em 10%. A nossa leitura é de que não haverá tarifas, porque os Estados Unidos não produzem café. Há uma produção muito pequena no Havaí e em Porto Rico, mas praticamente nada”.

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É que o Brasil produz cerca de um terço do café consumido nos Estados Unidos, tendo, nos últimos anos, se firmado como seu principal fornecedor. De acordo com Celírio Inácio da Silva, diretor-executivo da Abic, os estoques de café arábica estão muito baixos no mundo, o que impossibilita que os americanos encontrem um novo fornecedor.

Hábitos de consumo do café no Brasil

Consumo diário (por xícara)

  • 26% - Mais de 6 xícaras
  • 44% Entre 3 e 5 xícaras
  • 14% - Até 2 xícaras
  • 12% - Até 1 xícara
  • 4% - Não consomem

Houve redução de 5% no percentual dos que consomem mais de 3 xícaras por dia em comparação a 2023.

Motivações para tomar café*

  • 63% - Melhorar o humor e disposição
  • 42% - Ritual, prazer e bem estar
  • 22% - Momento para pausa, reflexão e paz
  • 12% - Degustar e saborear a bebida
  • 33% - Oportunidade de interação com pessoas

Houve crescimento de 4% na motivação de degustar e saborear o café em relação a 2023.

Horários de consumo*

  • 96% - Ao acordar
  • 87% - Durante a manhã
  • 76% - Após o almoço
  • 61% - Durante a tarde
  • 31% - À noite

Local onde mais consome

  • 1º - No trabalho
  • 2º - Em casa
  • 3º - Cafeterias, bares e restaurantes
  • 4º - Casa de parentes e amigos

Evolução do consumo

  • 2% - aumentaram o consumo
  • 74% mantiveram o consumo
  • 24% reduziram o consumo

O percentual de pessoas que reduziram o consumo apresentou variação significativa em relação à média histórica.

Critérios de escolha*

  • 22% - Entre as marcas que preferem, escolhem a de menor preço
  • 39% - Compram a mais barata
  • 11% - Entre as marcas que preferem, compram qualquer uma
  • 13% - Compram a marca que preferem, independente do preço
  • 13% - Só compram o produto que está em promoção

O foco no melhor preço predominou nas respostas.

* Foi possível responder mais de uma alternativa.
** Fonte: Pesquisa Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil, entre 2019 e 2025, encomendada pela Abic ao Instituto Axxus.

Hábitos de consumo do café no Brasil



Consumo diário (por xícara)

26% - Mais de 6 xícaras

44% Entre 3 e 5 xícaras

14% - Até 2 xícaras

12% - Até 1 xícara

4% - Não consomem

Houve redução de 5% no percentual dos que consomem mais de 3 xícaras por dia em comparação a 2023.

 

Motivações para tomar café*

63% - Melhorar o humor e disposição

42% - Ritual, prazer e bem estar

22% - Momento para pausa, reflexão e paz

12% - Degustar e saborear a bebida

33% - Oportunidade de interação com pessoas

Houve crescimento de 4% na motivação de degustar e saborear o café em relação a 2023.




Horários de consumo*

96% - Ao acordar

87% - Durante a manhã

76% - Após o almoço

61% - Durante a tarde

31% - À noite




Local onde mais consome

1º - No trabalho

2º - Em casa

3º - Cafeterias, bares e restaurantes

4º - Casa de parentes e amigos



Evolução do consumo

2% - aumentaram o consumo

74% mantiveram o consumo

24% reduziram o consumo

O percentual de pessoas que reduziram o consumo apresentou variação significativa em relação à média histórica.



Critérios de escolha*

22% - Entre as marcas que preferem, escolhem a de menor preço

39% - Compram a mais barata

11% - Entre as marcas que preferem, compram qualquer uma

13% - Compram a marca que preferem, independente do preço

13% - Só compram o produto que está em promoção

O foco no melhor preço predominou nas respostas.



* Foi possível responder mais de uma alternativa.

** Fonte: Pesquisa Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil, entre 2019 e 2025, encomendada pela Abic ao Instituto Axxus.

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